Depois de um começo de ano com algumas incertezas e uma pequena retração, o mercado de automóveis no Brasil experimentou um crescimento a partir de fevereiro de 2011, com as montadoras e concessionárias apostando em promoções e na redução do IPI (Imposto Sobre Produto industrializado) para manter o segmento aquecido.
No segundo semestre do ano, contudo, o mercado desacelerou E sofreu retração em comparação ao mesmo período de 2010. Para analistas, este ano será turbulento.
Segundo a empresa de consultoria MB Associados, que faz análises para a Fenabrave (Federação Nacional de Distribuição de Veículos Automotores), “2012 não parece que será muito melhor. Por mais que o governo esteja ativo nas medidas de estímulo para a economia, a crise externa se agravou no segundo semestre e continuará a dar o tom pelo menos ao longo dos primeiros meses do ano”.
Os consultores consideram como certa a saída da Grécia da Zona do Euro, o que aprofundaria a crise, com o risco de atingir a Itália, cuja dívida imensa poderia quebrar de vez a moeda única européia, o que traria conseqüências para todo o mundo.
Seja pelo medo de uma nova crise mundial ou por outro motivo, o mercado nacional de veículos está em compasso de espera neste começo de ano. Os números da Fenabrave, entretanto, mostram que o consumidor comprou menos em 2011, pelo menos no que diz respeito a automóveis.
De acordo com a entidade, foram comercializados mais de 5,7 milhões de veículos em 2011, contra cerca de 5,5 milhões vendidos em 2010. Apesar do aumento das vendas, houve redução no percentual de automóveis comercializados, que caiu de 48,71% em 2010 para 46,35% no ano passado. Os números são referentes à participação dos carros no total de vendas;
Por outro lado, houve aumento nas vendas de veículos comerciais leves, que abocanharam 13,59% do mercado; em 2010, esse segmento representou 12,44% das vendas. Houve redução também no segmento de caminhões e ônibus. De acordo com a Fenabrave, as montadoras Fiat, Volkswagen e GM dominam o mercado nacional, com mais de 64% de participação nas vendas. Entre as motos, a Honda reina absoluta, com quase 80% do mercado nacional.
O fato é que, mesmo o Brasil estando melhor preparado para enfrentar uma nova crise mundial, o consumidor brasileiro está mais cuidadoso na hora de gastar. Resta saber se medidas de estímulo ao consumo, como redução da taxa de juros e de impostos, surtirão o efeito desejado, mantendo aquecida a economia do país, que já está entre as seis maiores do planeta.
Texto: Marco Antonio
Foto: Mike Adas