O jornalista Alberto Isaac, veterano da imprensa em Itapetininga |
Para que você tenha acesso as notícias sobre os últimos acontecimentos, profissionais preparados, dedicados e comprometidos com o trabalho lutam diariamente para levar as informações. Esta sede por informações serve para matar a curiosidade natural do ser humano. Mas a revolução que moldou o que pode ser chamado de sociedade da informação começou há mais de 500 anos, quando Gutenberg criou os tipos móveis feitos em metal fundido e a tinta que adere ao papel, imprimindo a Bíblia em latim. Nascia ali a imprensa, instituição que muitos chamam de Quarto Poder. Cabe ressaltar que o alemão aperfeiçoou a idéia dos tipos móveis, que surgiram na China por volta de 1050. Ou seja, desde aquela época os produtos chineses já invadiam o ocidente!
Diz um ditado que com grande poder, vem uma grande responsabilidade. E a imprensa não está fora deste conceito. Mesmo que não seja o Quarto Poder instituído, o jornalismo (e os jornalistas) devem se pautar pela lisura, seriedade, ética e bom senso no exercício da profissão.
Afinal, uma informação errada, uma denúncia sem fundamento ou irresponsável podem causar danos irreparáveis na vida das pessoas. Não se pode brincar com a honra de ninguém, ainda mais nos dias atuais, quando a informação viaja a uma velocidade espantosa.
Quem gosta de motociclismo certamente já ouviu a frase: “essa moto anda mais do que notícia ruim”, usada para definir uma moto rápida. E notícia ruim é assim mesmo: voa mais rápido do que tudo, talvez mais até do que a luz, que viaja a 300 mil km/s. E por esta razão que os jornalistas devem checar a informação antes de publicar, ouvir fontes, várias fontes, filtrar tudo e fazer a matéria pautada pelo bom senso, pela imparcialidade e credibilidade. Manter um certo distanciamento é importante, embora difícil em alguns casos. E sabem por quê? Ora, o jornalista é antes de tudo um ser humano, tem suas crenças e valores e muitas vezes se deixa levar pela empolgação, pela indignação. Indignar-se, aliás, deve ser um dos quesitos básicos da profissão. O jornalista jamais deve deixar de indignar-se diante de fatos como a corrupção, a violência, o preconceito, a intolerância, a exploração dos mais fracos, que muitas vezes têm na imprensa um canal para apresentar suas reivindicação.
Mesmo movido pela paixão na luta para melhorar a sociedade em que vive, o jornalista deve usar da razão e escrever a matéria da forma mais imparcial possível. Afinal, uma informação errada pode destruir uma vida, como já dissemos.
Homenagem
A profissão de jornalista é tão fascinante e complicada – assim como a vida o é – que pode ser comemorada em cinco datas diferentes, nos meses de janeiro, fevereiro, abril, maio e junho.
O dia 7 de Abril foi instituído pela Associação Brasileira de Imprensa como o Dia do Jornalista, em homenagem ao médico e jornalista João Batista Libero Badaró, assassinado em 1830 em São Paulo , por inimigos políticos. Sua morte gerou um movimento popular que culminou com a abdicação de Dom Pedro I, em 7 de abril de 1831. Veja agora as opiniões de alguns profissionais da área.
Começando agora
Formada em 2011 pela Uniso (Universidade de Sorocaba), a itapetiningana Andrea Vaz dos Santos afirma que decidiu ser jornalista aos 13 anos, “Mas não sei exatamente o porquê. Aprendi a ler aos 4 anos e sempre me interessei por tudo. Na escola, gostava de redação, literatura e gramática e ciências humanas. Talvez a escolha seja de um desejo, meio inconsciente, de fazer algo de bom pelas pessoas, informando ou alertando”.
Sobre as perspectivas com relação a profissão, ela ressalta que “particularmente, meu maior plano é a carreira acadêmica. Como a profissão é ampla, no início é complicado dizer ‘quero trabalhar nisso ou naquilo’. Enquanto somos recém formados somos mais abertos. No aspecto geral, eu espero que nossa profissão seja mais valorizada, não somente no aspecto financeiro e trabalhista, mas no reconhecimento da contribuição que podemos oferecer” Ela conta que “a maior dificuldade é encontrar espaço num mercado tão complicado. As oportunidades sempre aparecem, mas são voláteis, inseguras. É preciso ter coragem para arriscar sempre. Por enquanto, não senti dificuldades por ser mulher. Mas, recém formada sim. Isso porque, embora a gente tenha muito, muito o que aprender na prática, é comum pensarem que nós apenas temos o que aprender. O que já podemos produzir não é valorizado, com a desculpa de que estamos aprendendo. Também, ouvimos que temos que abraçar qualquer oportunidade em troca de um aprendizado. Não somos mais estudantes. Somos profissionais. E isso nem sempre é lembrado”, afirma, categórica, a jornalista, que atualmente atua no Jornal Correio de Itapetininga.
Essência
Para a jornalista Cintia Gasques, editora responsável do jornal do SBT, na TV Sorocaba, “a essência do jornalismo está na responsabilidade social. O jornalismo deve ser instrumento para formação de opinião, de justiça, de ajuda à população. A voz do povo (como diz o ditado, para uma sociedade mais justa".
Embora hoje esteja identificada com a carreira escolhida, Cintia conta que no começo não foi bem assim. "Eu entrei para a faculdade sem saber o que realmente queria fazer, não tinha idéia do que era o jornalismo. Penei que, com o jornalismo, saberia um pouco de cada coisa".
"Foi na televisão que me encontrei", diz a jornalista. "Gosto da linguagem rápida, imediata, e também da união texto e imagem. Eu não escolhi o jornalismo, o jornalismo me escolheu", completa.
Em 15 anos de profissão, Cíntia Gasques viveu muito momentos marcantes, que a emocionaram. Neste periodo, conheceu personalidades que a impressionaram, como o ex-vice-presidente da República, José Alencar. Mas a jornalista ressalta que foram os encontros com as pessoas simples, que mais a emocionaram.
Paixão
Com quase 20 anos de convivência com a profissão, a jornalista Mônica Chirosa Momberg, de 44 anos é apaixonada pelo que faz. “Na verdade, eu me apaixonei pelo jornalismo... Tudo começou em 1994, no jornal Nossa Terra e O Popular, quando comecei como digitadora. Achei muito interessante a ideia de a cada semana ter um conteúdo diferente no jornal. Tanto que em 2 meses, eu já estava diagramando as páginas”, lembra Mônica, que passou por vários veículos de imprensa, como os jornais A Gazeta, Rota 21, Cruzeiro do Sul, Folha de Itapetininga e Correio de Itapetininga.
“Como sempre gostei muito de escrever, passei a escrever colunas de opinião, já no jornal Rota 21 e depois no jornal Folha de Itapetininga. Em 2002, fui convidada para fazer reportagens externas na Rádio Difusora Transamérica. Em pouco mais de um mês, eu já estava no estúdio apresentando o Jornal do Meio Dia, ao lado de Francisco Vei e Antonio Luiz”, lembra a jornalista, que até hoje apresenta o jornal.
Ela relata que sempre teve “grandes perspectivas quanto à profissão, que considero de suma importância para a sociedade como um todo, seja pela informação, lazer ou denúncia. A imprensa exerce uma enorme influência no cotidiano das pessoas. Porém, em nossa região a profissão não é reconhecida como deveria, embora seja considerado o Quarto Poder”. Para a jornalista, a principal dificuldade da profissão está no fato de “muitas vezes, o entrevistado é uma pessoa muito influente, muito ocupada e fica inviável conseguir a entrevista quando necessário. No mais, acho que tem dificuldades como em todas as profissões”.
Mônica afirma ainda que não sente dificuldade por ser mulher. “Acredito que ser mulher, no século XXI, é mais fácil que em tempos não muito distantes. Hoje, a mulher é a bola da vez e está inserida em todos os setores sócio-econômicos, tanto que temos uma presidente no Brasil. Ser mulher abre muitas portas e oportunidades, inclusive no jornalismo. Me sinto muito realizada como profissional, pois através da imprensa, tive a oportunidade de informar, entreter, e de certa forma, ajudar a escrever a história de Itapetininga”.
Sobre sua experiência com jornais e rádio, ela conta que “quem folheia e lê as páginas de um jornal não imagina o trabalho que toda a equipe faz para a sua finalização. No jornal impresso, o trabalho começa na pauta, depois tem que ir atrás de dados e, depois, colocar tudo isso no papel, de maneira clara e concisa. O português tem que ser impecável, mas numa linguagem simples, que possa ser entendido por todas as classes sociais. E ainda tem a parte de digitação, diagramação, escolha de fotos e, a última, mas não menos importante, a revisão, que dá acabamento ao trabalho. Na rádio, é tudo mais simples, mais rápido e mais funcional. Não é preciso todo esse cuidado com diagramação, revisão, etc..., porém, deve-se ter muito cuidado com as fontes de onde são retiradas as notícias, pois a abrangência de um jornal diário pela rádio é bem maior que qualquer jornal local”.
Veterano
O jornalista e comerciante Alberto Isaac é um homem realizado. Em mais de oitenta anos de vida, manteve-se fiel à duas grandes paixões: o jornalismo e o comércio. No jornalismo, são 67 anos de atividades.
Descendente de imigrantes árabes começou a se interessar pelo jornalismo ainda criança, quando entregava jornal pelas poucas ruas de Quatiguá, no Paraná, onde o pai era agente do jornal O Estado de São Paulo, na década de 30. Dos oito aos 12 anos, Alberto Isaac entregava os exemplares do jornal aos assinantes da cidade.
“No desempenho das minhas funções sentia o cheiro do jornal; aquele cheiro de papel vegetal que até hoje me impregna as narinas”, conta o veterano jornalista, acrescentando que “talvez por essa razão me interessei sobremaneira por jornal e vontade de escrever”.
Decano da imprensa itapetiningana, Isaac lançou um jornal estudantil em 1945, quando estudava no curso fundamental da escola Peixoto Gomide, junto com o hoje médico Og Lara e Washington Luiz Ramos (mais conhecido como Tonzinho) e outros colegas. O jornal era feito à mão. Mais tarde, já no curso de magistério, foi redator chefe do jornal A Falena, distribuído aos alunos do curso. Entre 1947 e 1950, residiu em São Paulo e teve a oportunidade de acompanhar o primo Elias Miguel, jornalista, em visitas aos jornais Última Hora, Diário de São Paulo e O Tempo, onde escreveu pequenas notas.
Em 1952 entrou para o jornal O Estado de São Paulo, como correspondente, mas deixou o cargo para lecionar, retornando às atividades em 1957. Durante 40 anos cobriu os acontecimentos do Sudoeste Paulista para o Estadão e ganhou muitos prêmios. Também escreveu para o Diário de Sorocaba, por 25 anos, Diário Popular de São Paulo e jornais locais, como Folha de Itapetininga e o extinto Aparecida do Sul, além da revista Nosso Domingo, editada por Carlos Fidêncio.
São tantas histórias que poderiam dar um livro. E de fato deram: Vivas Memórias é o nome da obra que traz as principais passagens da vida profissional de Alberto Isaac, lançada recentemente.
Mas dois fatos marcaram de maneira especial o experiente jornalista: a revolta popular que resultou no incêndio e destruição do antigo prédio da Companhia Sul Paulista de Energia, na década de 50 e o caso do filho, deficiente mental, que desenterrava e beijava o corpo do pai recém-falecido, porque tinha saudades. A história aconteceu em São Miguel Arcanjo.
“A polícia recebeu a denúncia de que um cadáver era desenterrado e o caixão violado toda semana. Após investigações, os policiais surpreenderam o filho do morto, que disse que fazia aquilo porque tinha saudades”, conta o jornalista.
História
A imprensa brasileira completa 204 anos em 2012. Essa importante data se deve ao trabalho e dedicação de todos os jornalistas, que merecem ser reconhecidos.
Mas para homenagear os profissionais da imprensa, uma pesquisa feita sobre essa data apontou outros dias como possíveis dias do jornalista: 24 de janeiro, 29 de janeiro, 16 de fevereiro, 3 de maio e 1º de junho.
Em consulta a mais de cem sites diferenciados, jornais, revistas e a obra “História da Imprensa no Brasil”, de Nelson Werneck Sodré sobre a formação da imprensa no Brasil -, vários acontecimentos ligados a todas as datas foram citados:
24 de janeiro - Data do padroeiro da profissão, São Francisco de Sales (bispo e doutor da Igreja Católica) para homenagear os profissionais do jornalismo.
29 de janeiro - A data é, de longe, mais citada nos calendários comemorativos brasileiros mas, ao mesmo tempo, a que menos tem referências à sua criação. As informações vão desde uma homenagem ao jornalista e abolicionista José do Patrocínio (que teria falecido, nesta data, em 1905) até sendo uma data exclusivamente católica.
16 de fevereiro - Dia do Repórter. Ao contrário do que o senso comum, repórter não é sinônimo de jornalista. A função de repórter é apenas mais uma das que os jornalistas podem exercer.
07 de abril - Foi instituído pela Associação Brasileira de Imprensa em homenagem a João Batista Líbero Badaró, médico e jornalista, que morreu assassinado por inimigos políticos, em São Paulo , em 22 de novembro de 1830. O movimento popular gerado por sua morte levou à abdicação de D. Pedro I, no dia 7 de abril de 1831. Um século depois, em 1931, em homenagem a esse acontecimento, o dia 7 de abril foi instituído como o "Dia do Jornalista".
03 de maio - Pode ser considerado o Dia do Jornalista por ser a data da Liberdade de Imprensa, decretada pela ONU em 1993.
01 de junho - Dia da Imprensa que durante 192 anos foi comemorado, erroneamente, em 10 de setembro (atribuía-se à Gazeta do Rio de Janeiro, jornal oficial do Império, ser o primeiro jornal brasileiro). No Brasil, a Imprensa surge em 1808, quando passou a circular, em 1º de junho, o "Correio Braziliense", editado em Londres por Hipólito José da Costa Pereira Furtado de Mendonça.
E quanto ao dia mundial? Levando em conta o maior número de pessoas comemorando, o dia 8 de novembro seria o dia oficial, em que 1,3 bilhões de chineses comemoram a data. Nos EUA, o dia do jornalista é comemorado em 8 de agosto e mais datas surgem em pesquisas em outros países.
Fonte: site WWW.douradosnews.com.br
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