O ambientalista ao lado de lâmpadas recolhidas por ele |
Composta
por materiais como Mercúrio, pó fosfórico, alumínio e vidro, as lâmpadas
fluorescentes representam um risco real à saúde das pessoas e precisam ser
manuseadas com cuidado e descartadas de forma apropriada, evitando acidentes e
contaminação do Meio Ambiente.
“Essas lâmpadas não podem ser
descartadas no lixo comum”, afirma o ambientalista e vereador Fernando Rosa
Júnior, acrescentando que também não podem ser jogadas em terrenos e caçambas
que recolhem entulhos. “Elas (as lâmpadas) possuem substâncias químicas que, se
inaladas ou ingeridas, podem ser desastrosas para o sistema nervoso central”,
afirmou o vereador.
Em mais de 20 anos de atuação na área de proteção
ambiental, ele afirma ter recolhido mais de três mil lâmpadas. “É um trabalho
individual, que não tenho mais condições de fazer sozinho”, ressalta o
vereador, que já contabiliza um total de oito toneladas de todo tipo de lixo
eletrônico recolhido. Para ele, é chegado o momento de se pensar uma estratégia
local que envolva Poder Público, iniciativa privada e comunidade na busca de
solução para este problema. “É uma oportunidade para Itapetininga sair na
frente neste tipo de iniciativa, pois há uma resolução do Conselho Nacional do
Meio Ambiente que trata do assunto e deve entrar em vigor em breve”, afirmou Fernandinho. O termo “em breve” é
relativo, pois o ambientalista cita que a resolução foi aprovada em 2008 e ainda
não entrou em vigor, devido à burocracia.
Projeto
O ambientalista lembra que, por
sugestão sua, em abril de 2007 seu pai, Fernando Rosa, então vereador,
apresentou projeto de lei sobre o tema. Entre outros itens, o projeto proíbe
que as lâmpadas sejam jogadas no lixo comum, impondo a quem infringir a lei uma
multa de R$ 10 por lâmpada descarta de forma inadequada. O projeto proíbe ainda
que o Poder Público ou empresas concessionárias do serviço de coleta de lixo
recolham esse tipo de produto jogado foram inadequadamente". O problema é que
ele não sabe se o projeto está em vigor.
Eleito em 2012 com mais de 2,6 mil
votos, Fernandinho diz que pretende
ver “como está esta história e, se for o caso, reapresentar o projeto”.
Enquanto a situação não se define, ele alerta e faz um pedido à população: “as
lâmpadas devem ser armazenadas em local seco e na própria embalagem”. Ainda
segundo o vereador, o problema é mais grave com relação ao material descartado
de residências, comercio e iluminação pública. “Algumas empresas locais já
estão atuando no sentido de dar o descarte adequado às lâmpadas substituídas”,
comentou Fernandinho.
Perigos
Por causa de seus componentes, todo
cuidado é pouco no manuseio deste tipo de lâmpada. “Ela pode cair e explodir.
Se isto acontecer, o local terá de ser esvaziado por horas, para que as pessoas
não inalem o vapor de mercúrio. “Mesmo assim o risco é grande, pois o vapor
leva semanas para desaparecer”, explicou Fernandinho.
A limpeza dos cacos de vidro e outros materiais deve ser feita com aspirador de
pó e EPI (Equipamento de Proteção Individual) e tudo deve ser colocado na
embalagem do produto e lacrado em seguida.
Além do perigo do manuseio, o
descarte inadequado do produto, jogado em terrenos ou lixões clandestinos, pode
resultar na contaminação do solo e dos mananciais que passam pelo município,
chegando aos alimentos.
Energia x meio ambiente
O uso de lâmpadas fluorescentes vem
crescendo desde 2001, quando o Brasil sofreu com o Apagão. Para Fernandinho Rosa,
no entanto, o fato deste tipo de produto economizar energia não justifica a
falta de uma política adequada com relação ao destino final do material
descartado. “Por um lado, o governo federal incentiva o uso destas lâmpadas
mas, por outro, não orienta a população sobre a maneira correta de jogá-las”.
O ambientalista pretende apresentar
à nova administração municipal a proposta para a realização de uma campanha de
orientação da população sobre a maneira correta de se manusear, armazenar e
descartar este tipo de material. Segundo ele, já existem empresas
especializadas em recolher e descartar adequadamente estas lâmpadas. “Elas
percorrem os municípios e cobram R$ 0,80 para triturar o produto”.
Atualmente, o Brasil produz 70
milhões de lâmpadas fluorescentes por ano (equivalente a 80% de toda a produção
da América Latina), mas somente um por cento disso é reciclado ou tem o destino
correto, segundo o ambientalista.
Foto: Arquivo Pessoal
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