domingo, 13 de janeiro de 2013

Lâmpadas fluorescentes precisam de descarte adequado

O ambientalista ao lado de
lâmpadas recolhidas por ele
Composta por materiais como Mercúrio, pó fosfórico, alumínio e vidro, as lâmpadas fluorescentes representam um risco real à saúde das pessoas e precisam ser manuseadas com cuidado e descartadas de forma apropriada, evitando acidentes e contaminação do Meio Ambiente.
            “Essas lâmpadas não podem ser descartadas no lixo comum”, afirma o ambientalista e vereador Fernando Rosa Júnior, acrescentando que também não podem ser jogadas em terrenos e caçambas que recolhem entulhos. “Elas (as lâmpadas) possuem substâncias químicas que, se inaladas ou ingeridas, podem ser desastrosas para o sistema nervoso central”, afirmou o vereador.
 
Em mais de 20 anos de atuação na área de proteção ambiental, ele afirma ter recolhido mais de três mil lâmpadas. “É um trabalho individual, que não tenho mais condições de fazer sozinho”, ressalta o vereador, que já contabiliza um total de oito toneladas de todo tipo de lixo eletrônico recolhido. Para ele, é chegado o momento de se pensar uma estratégia local que envolva Poder Público, iniciativa privada e comunidade na busca de solução para este problema. “É uma oportunidade para Itapetininga sair na frente neste tipo de iniciativa, pois há uma resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente que trata do assunto e deve entrar em vigor em breve”, afirmou Fernandinho. O termo “em breve” é relativo, pois o ambientalista cita que a resolução foi aprovada em 2008 e ainda não entrou em vigor, devido à burocracia.

Projeto
            O ambientalista lembra que, por sugestão sua, em abril de 2007 seu pai, Fernando Rosa, então vereador, apresentou projeto de lei sobre o tema. Entre outros itens, o projeto proíbe que as lâmpadas sejam jogadas no lixo comum, impondo a quem infringir a lei uma multa de R$ 10 por lâmpada descarta de forma inadequada. O projeto proíbe ainda que o Poder Público ou empresas concessionárias do serviço de coleta de lixo recolham esse tipo de produto jogado foram inadequadamente". O problema é que ele não sabe se o projeto está em vigor.
            Eleito em 2012 com mais de 2,6 mil votos, Fernandinho diz que pretende ver “como está esta história e, se for o caso, reapresentar o projeto”. Enquanto a situação não se define, ele alerta e faz um pedido à população: “as lâmpadas devem ser armazenadas em local seco e na própria embalagem”. Ainda segundo o vereador, o problema é mais grave com relação ao material descartado de residências, comercio e iluminação pública. “Algumas empresas locais já estão atuando no sentido de dar o descarte adequado às lâmpadas substituídas”, comentou Fernandinho.

Perigos
            Por causa de seus componentes, todo cuidado é pouco no manuseio deste tipo de lâmpada. “Ela pode cair e explodir. Se isto acontecer, o local terá de ser esvaziado por horas, para que as pessoas não inalem o vapor de mercúrio. “Mesmo assim o risco é grande, pois o vapor leva semanas para desaparecer”, explicou Fernandinho. A limpeza dos cacos de vidro e outros materiais deve ser feita com aspirador de pó e EPI (Equipamento de Proteção Individual) e tudo deve ser colocado na embalagem do produto e lacrado em seguida.
            Além do perigo do manuseio, o descarte inadequado do produto, jogado em terrenos ou lixões clandestinos, pode resultar na contaminação do solo e dos mananciais que passam pelo município, chegando aos alimentos.

Energia x meio ambiente
            O uso de lâmpadas fluorescentes vem crescendo desde 2001, quando o Brasil sofreu com o Apagão. Para Fernandinho Rosa, no entanto, o fato deste tipo de produto economizar energia não justifica a falta de uma política adequada com relação ao destino final do material descartado. “Por um lado, o governo federal incentiva o uso destas lâmpadas mas, por outro, não orienta a população sobre a maneira correta de jogá-las”.
            O ambientalista pretende apresentar à nova administração municipal a proposta para a realização de uma campanha de orientação da população sobre a maneira correta de se manusear, armazenar e descartar este tipo de material. Segundo ele, já existem empresas especializadas em recolher e descartar adequadamente estas lâmpadas. “Elas percorrem os municípios e cobram R$ 0,80 para triturar o produto”.
            Atualmente, o Brasil produz 70 milhões de lâmpadas fluorescentes por ano (equivalente a 80% de toda a produção da América Latina), mas somente um por cento disso é reciclado ou tem o destino correto, segundo o ambientalista.
 
Foto: Arquivo Pessoal

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