quinta-feira, 25 de abril de 2013

Educadora lança seu primeiro livro

Uma obra que entrelaça a história de amor entre dois personagens fictícios e as experiências e histórias da infância da autora. Assim é o romance Engenheiro Maia, da educadora Itapetininga Isa Maria Prado (foto). Narrado em terceira pessoa, o livro – o primeiro de muitos, segundo a autora – traz passagens de sua infância, quando passava férias na Fazenda de Engenheiro Maia, na Região de Itararé.
Mesmo baseado em sua memória afetiva e nas histórias de seu pai João de Maria o livro traz um relato fiel de uma época efervescente na história do Brasil: o começo dos anos 60 e toda a agitação política e social desse período. A obra possui uma linguagem simples, inclusive usando expressões e palavras típicas da cultura regional.
“A minha preocupação foi usar uma linguagem que atraísse o público adulto que se identifica com esse dialeto e resgatar brincadeiras que os nossos jovens desconhecem”, disse a autora. O objetivo, segundo ela, é preservar a identidade cultural da Região. Algumas expressões usadas na obra podem soar estranhamente para os mais jovens. É o caso de “as flores estão entremunhadas”, que quer dizer que as flores estão entrelaçadas. “Minha avó sempre falava assim”, lembra a autora.
Para ela é muito importante valorizar preservar a identidade cultural da Região. “A minha expectativa com relação ao livro é grande. Gostaria que todos lessem e se identificassem”, contou Isa Maria, que já possui vários livros infanto-juvenis prontos para serem publicados.

Influência do pai
Capa do livro da educadora
            Mesmo tendo apenas o quarto ano primário, o português João de Maria foi o grande responsável e teve forte influência na paixão da filha pela leitura. “No lugar de presentes, no meu aniversário meu pai escrevia cartas, que vinham acompanhadas de engenhocas feitas por ele mesmo: cavalinhos de pau, monjolinhos que criavam vida debaixo da torneira no quintal... e, sobretudo livros doados que faltavam páginas. Páginas estas que eram maravilhosamente completadas por suas narrações e que encadeavam perfeitamente em continuidade a próxima página existente”, lembra a autora. Bom contador de histórias e causos, seu João Maria como era conhecido, sempre tinha algo inusitado para contar a filha. “Foi assim quando Carlos Lamarca se escondeu na região do Vale do Ribeira, justamente no acampamento onde meu pai  trabalhava no trecho pelo D.E.R e ao chegar em casa na sexta-feira tinha uma boa história para contar sobre a militância de Lamarca”.


            A paixão do pai pela literatura fez com que a filha desde cedo tivesse contato com grandes autores, como Guimarães Rosa, Monteiro Lobato, Érico Veríssimo, entre outros. “O universo da escrita sempre foi muito presente em casa”, revela a escritora. Embora este seja o seu primeiro livro publicado, ela sempre escreveu muito. Não é à toa que possui outras obras prontas. “Entre tantos dizeres é muito bom ter meus próprios falares”, finaliza a autora sobre a experiência de escrever.
            O lançamento do livro será no próximo dia 3 de maio, a partir das 20 horas, na biblioteca do Clube Venâncio Ayres, Centro.

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