País deve se reinventar
Abril é o mês mais cívico do ano
para nós brasileiros. Ou pelo menos deveria ser assim. Afinal, no dia 19 é comemorado
o Dia do Índio, no dia 21 lembramos Tiradentes (o mártir da Inconfidência
Mineira) e, neste dia 22, o descobrimento do Brasil.
Mas, afinal, que país é este? O
Brasil parece que ainda não encontrou seu caminho e nem a sua identidade.
Talvez porque nós, brasileiros, ainda não nos conscientizamos que precisamos
ser cidadãos, na acepção da palavra. Cidadãos por inteiro, completos, com
direitos sim, mas com deveres e responsabilidades também, porque apenas
cidadãos completos conseguem formar um país completo. Não existem nações pela
metade!
E um país se faz com homens justos,
pessoas honestas que amam sua pátria e não têm medo de encarar de frente os
desafios e as mazelas de um país como o Brasil, com realidades diametralmente
opostas.
Mas é difícil amar o nosso Brasil
não? Isso porque achamos que somos um povo de segunda categoria. Mas não é
assim. Temos muito ainda a realizar, mas o Brasil sem dúvida irá ocupar um
lugar de destaque no cenário internacional. Basta que acreditemos nisso e
amemos o nosso país.
Acima de tudo, é preciso que amemos
a nossa pátria, mas mantendo os pés no chão. Amar não é somente passar a mão na
cabeça, mas também dizer a verdade quando for preciso. E a verdade é que
precisamos descobrir e redescobrir o país várias vezes, até que finalmente
definamos a nossa identidade. O Brasil precisa se reinventar. Precisa acreditar
mais no potencial do seu povo.
O Brasil precisa também resgatar
valores, como o respeito à pessoa e as diferentes maneiras de agir e pensar de
cada um. O Brasil (e o mudo todo) precisa de homens que ajam com retidão e
justiça, de famílias que cultivem valores morais e não financeiros, de
liberdade com responsabilidade.
Em toda a sua história, a humanidade
sempre precisou e cultuou a figura do herói. Aquele personagem que surge do
nada e salva a mocinha, ou um povo todo, de um destino cruel.
O mundo, assim como o Brasil,
precisa de heróis. Não os heróis com superpoderes, mas os heróis de carne e
osso, que buscam melhorar a vida das pessoas. Heróis que, com seu exemplo,
enaltecem o que há de melhor em nossa alma. Heróis anônimos que lutam
diariamente para ter uma vida digna. Heróis que se sacrificam pelo semelhante.
Heróis que lideram nações!
Há todo tipo de herói. E certamente
precisamos de todos. Neste ano, no próximo dia 1º de maio, completa-se 20 anos
da morte de um ídolo: Ayrton Senna; provavelmente, o último grande herói do
esporte brasileiro. Sua morte comoveu todo o país, de um modo como nunca se viu
igual.
Nesta
semana, o Brasil perdeu o locutor Luciano do Valle. Marco e referência na
narração esportiva no país, Luciano também era conhecido pelo seu amor ao
Brasil e ao esporte. Sua perda deixa uma enorme lacuna. E fica a pergunta: pode
um país sobreviver sem heróis ou sem pessoas que o amem? A resposta só o futuro
pode dar.
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