Danças e pratos típicos da época mantém vivas as festividades
A esta do Clube Kaikan é tradicional em Itapetininga |
Para esquentar o frio dos meses de junho e julho, nada melhor do que uma boa festa junina, com vinho quente, quentão, pinhão, milho verde e danças típicas. Só precisa ter cuidado ao dançar quadrilha, para não ser alvo da Polícia Federal!
Brincadeiras à parte, as festas juninas mantém viva uma faceta da cultura brasileira que tem suas raízes na Europa e mistura até elementos da cultura chinesa. Por esta razão, é muito importante manter viva esta tradição.
Em nossa Região, algumas cidades ainda preservam a tradição das festividades juninas. É o caso de Capelo do Alto, Tatui, Boituva, Cesário Lange e Quadra. Em Capela do Alto, a festa realizada pela APAE do município é a mais tradicional da cidade e está em sua nona edição, segundo Júlio César Parra, diretor de Cultura e Esportes da Prefeitura. A cidade não tem uma festa oficial, mas ele garante que a administração pública está "dando total apoio à festa da APAE". Ainda segundo ele, "há um empenho grande do poder público em resgatar e manter as culturas e tradições como as festas juninas que ocorrem por aqui".
Em Tatuí, a tradição fica por conta de duas festas: Festa Junina do Lar Donato Flores, que esse ano realizou sua 18ª edição no sábado, dia 3 de junho, no Recinto de Eventos da referida instituição e a festa de São João de Benfica, realizada desde de 2008 pela Prefeitura. De acordo com o Departamento de Turismo da Prefeitura, esta festa preserva a história de São João de Benfica de Tatuí acontece de 9 a 11 de junho na Praça da Matriz, área central da cidade.
Asilo
Outra festa tradicional em Tatuí é a do Lar São Vicente de Paulo, que nesta ano completa 88 anos de existência. Também conhecida com Festa da Caridade, ela possui entre seus apoiadores e parceiros a Prefeitura local, segundo Ivan Rezende, presidente da instituição.
Rezende acredita que esta seja a maior festa junina da Região, pois "mobiliza o maior numero de pessoas num único dia em prol de uma causa.
Parceria
"“A prefeitura de Tatuí, é uma das parceiras da tradicional festa da caridade, colabora diretamente ou com os itens relacionados a logística da festa. Além disso, tem a barraca do FUSSTAT (fundo social de solidariedade) e neste ano, também teremos a Barraca do Abrace Tatuí. A festa da caridade, a cada ano aumenta de 4 a 5 grupos colaboradores e esse ano, acredito que chegaremos a 40 grupos diferentes, além da prefeitura, nos temos as empresas, o comercio geral, as escolas, pessoas físicas, produtores rurais, enfim, a cidade de Tatuí e região mobilizada nesse dia tão importante de caridade, onde essa festa é uma das principais fontes de renda para a manutenção da nossa instituição e também da qualidade de vida direta ao nossos assistidos do lar e também do nosso centro de convivência do idoso, projeto bem estar do Lar", garante Rezende. Este ano, a festa acontece no dia 15 de junho (Dia de Corpus Chisti) e terá ampla programação.
Outra cidade que também mantem a tradição é Quadra. Segundo Benemari Sulivam Vieira, diretor de Cultura, Esporte, Turismo e Lazer do município, as festas juninas são distribuídas entre os bairros e escolas da cidade. Com esta iniciativa, o município "busca manter as tradições as quais perdem-se ao longo do progresso e crescimento".
Ainda de acordo com Vieira, "Quadra corre contra a corrente, buscando manter os aspectos tradicionais, como o levantamento do mastro a São João e Santo Antonio, barracas típicas de alimentos (Bolinhos, Doces caseiros, vinho quente, quentão, etc.) ou mesmo de jogos (Boca do palhaço, acerte a argola, caixa surpresa), quadrilhas (geralmente tendo a encenação do casamento e posteriormente a dança, tudo isso comandado e animado pela Claudinéia dos Anjos ‘Néia’) , roupas típicas e show que embala os presentes com muito forró, sertanejo e ‘modão de viola’. De acordo com o diretor, "tudo é preparado para que as pessoas se sintam realmente em uma festa tradicional, a começar pela decoração que conta com bandeiras, barracas, fogueira e as comidas típicas".
Ainda segundo ele, a administração municipal "busca dar um respaldo dentro das possibilidades administrativas apoiando as quermesses e festas (não somente as que acontecem na cidade, mas também nos bairros), através de suporte técnico como shows, segurança, parte estrutural, materiais no qual ocorre uma feliz parceria com a Igreja da cidade a Paróquia Bom Jesus”;
Programação
Veja aqui a programação da festa: Dia 16 de junho, às 18 horas, Santa Missa, após a Missa haverá Jantar no salão paroquial. Cardápio: Nhoque de mandioca, arroz e salada. Show com Paulo Victtor.
- Dia 17 de junho, às 19h00 Santa Missa com levantamento do mastro de Santo Antonio, após a Missa haverá casamento caipira, quadrilha, entrega da faixa da miss caipirinha, quermesse com barracas de doces típicos, pastel, cuscuz, caldo verde, chá de amendoim; barracas de brincadeiras e Show com Nilton Cesar.
- Dia 18 de junho, às 18h00 Procissão de Santo Antonio e logo em seguida, Missa de encerramento da festa.
A festa surgiu no ano 2010, com o objetivo de acrescentar na programação da paróquia, um evento que fosse voltado para a diversão das famílias e que resgatasse a cultura da festa junina.
Em Cesário Lange, a grande atração é o Arraiá da Educação. Promovida pela Prefeitura local, a festa está em sua nona edição e tem por objetivo manter a tradição, principalmente com relação à culinária regional típica, como explica Ivan Aparecido da Silva, diretor do Departamento Municipal de Cultura de Cesário Lange.
"Tendo em vista que a Festa Junina tem relação com as tradicionais festas de Santo Antônio, São Pedro e São João, com as Festividades Religiosas que ocorrem ao longo do ano, muitos desses pratos típicos são elaborados e consumidos nessas manifestações, como: o bolinho de frango, o cuscuz, o pastel, o frango assado, etc., mantendo a tradição da culinária caipira nas quermesses dos barracões das igrejas. Esse é um trabalho que é feito pela própria população e que mantém a tradição de geração em geração".
Para ele, "As manifestações culturais são expressas através de gestos e atos que representam a identidade social de cada região, como quando trazem à tona hábitos e particularidades das festas que ficaram registradas na cultura brasileira, seja através dos costumes, das religiosidades, músicas ou danças. A festa junina relembra a riqueza da cultura caipira, uma raiz bastante latente no interior do estado de São Paulo, mas que está desaparecendo aos poucos por causa da urbanização. Antigamente as festas eram realizadas com frequência nas fazendas, nas praças, com fogueiras e elevação dos Santos. Com o passar do tempo, as questões folclóricas começaram a ser desprezadas, permanecendo as festas com bailes, quadrilhas e comidas típicas da cultura caipira. Não podemos deixar essa tradição, que é passada de geração em geração, acabar, por isso, através da Secretária de Educação e Cultura colocamos o “Arraiá” da Educação em nosso calendário Cultural", afirma Ivan Silva. A festa acontece no dia 10 de junho a partir das 16 horas, à rua Pedro Miranda Campos, 1273.
Já em Boituva, a tradição é representada pela Festa Junina da APAE local, realizada na quadra da instituição e "com ampla praça gastronômica, bingo, apresentações culturais, quadrilha dos alunos entre outras atrações que tornam o evento um grande atrativo. Acredita-se que durante os 4 dias do evento a média de passagem de público esta estimada acima de 7 mil pessoas", afirma Davi Lima, gestor de Cultura e Juventude. Ainda conforme esta fonte, "somente as escolas municipais realizam suas próprias festas em prol ao desenvolvimento cultural e educacional, pois são abertas ao público em geral". Ele não informou se a Prefeitura promove uma festa oficial.
Em Itapetininga, a Secretaria de Cultura informou que a Prefeitura não promove ou apóia nenhuma festa junina. A tradição fica por conta da Festa Junina do Kaikan, que está em sua 28a edição e acontece no domingo, 11 de junho, das 12 as 17 horas. O Kaikan é um clube fundado pela comunidade japonesa local e fica no km 168 da rodovia Raposo Tavares. O evento promovido pelo clube é conhecido por fornecer pratos da culinária japonesa junto com comidas locais típicas.
Rodeio
Nem só de festa junina vive a Região. Para comemorar os 25 anos de sua emancipação político-administrativa, o município de Alambari realiza a partir desta quinta, dia 8, a 15a edição de sua Festa de Peão. O evento já é tradicional e atrai um bom público, inclusive de cidades vizinhas, pois a entrada é franca. Nesta quinta, a abertura terá show do cantor Leandrinho. A dupla Cézar e Paulinho se apresenta na sexta; João Neto e Frederico é a atração do sábado; no domingo, o encerramento terá MC Gonzaga e convidados.
Origem da Festa Junina
Existem duas explicações para a origem do termo "festa junina". A primeira explica que surgiu em função das festividades, principalmente religiosas, que ocorriam, e ainda ocorrem, durante o mês de junho. Estas festas eram, e ainda são, em homenagem a três santos católicos: São João, São Pedro e Santo Antônio. Outra versão diz que o nome desta festa tem origem em países católicos da Europa e, portanto, seriam em homenagem apenas a São João. No princípio, a festa era chamada de Joanina. De acordo com historiadores, esta festividade foi trazida para o Brasil pelos portugueses, ainda durante o período colonial.
Nesta época, havia uma grande influência de elementos culturais portugueses, chineses, espanhóis e franceses. Da França veio a dança marcada, característica típica das danças nobres e que, no Brasil, influenciou muito as típicas quadrilhas. Já a tradição de soltar fogos de artifício veio da China, região de onde teria surgido a manipulação da pólvora para a fabricação de fogos. Da península Ibérica teria vindo a dança de fitas, muito comum em Portugal e na Espanha. Todos estes elementos culturais foram, com o passar do tempo, misturando-se aos aspectos culturais dos brasileiros (indígenas, afro-brasileiros e imigrantes europeus) nas diversas regiões do país, tomando características particulares em cada uma delas.
Fonte: site sua pesquisa
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