Empresa foi a primeira e entregar leite pasteurizado
em Itapetininga
Laticínio pioneiro em Itapetininga |
Entre os anos 40 e começo dos anos 70,
por iniciativa de um grupo de produtores rurais, surgiu um laticínio em plena
rua Virgílio de Rezende, no cruzamento com a Pedro Marques. Claro que a cidade
era muito diferente do que é hoje e a Virgílio, atualmente uma das principais e
mais movimentadas vias de Itapetininga, na época era pouco mais do que uma
estrada de terra onde, nos anos 30, eram realizadas as famosas cavalhadas.
"Naquela época, a fiscalização
passou a ser mais rigorosa com relação à venda de leite cru", conta o
ex-vereador e advogado José de Almeida Ribeiro, que trabalhou como entregador
de leite para a empresa, junto com seus irmãos.
"Nós começávamos a entregar as
cinco da manhã, de carroça, e até as sete já estava tudo entregue. Os bares,
restaurantes e hotéis eram aonde a gente demorava mais para entregar",
lembra José Ribeiro, acrescentando que "a cidade praticamente acabava na
avenida Peixoto Gomide; aqui pra cima não tinha calçamento; era tudo estrada de
terra", conta Ribeiro.
História
Segundo José Ribeiro, a iniciativa de
fazer um laticínio em Itapetininga, ainda na década de 40, foi de João Albino
Ramos, fazendeiro que tinha casa na avenida Peixoto Gomide e montou o laticínio
na Virgílio, mas o ex-vereador ressalta que "alguns anos depois o negócio
fracassou, depois passou para cooperativa, mas funcionava precariamente, com
alguns cooperados ficando sem receber".
Foi então que, em 1954, um grupo
liderado por Juvenal Cirineu, Paulo Rocha Camargo (ex-secretário de Agricultura
do Estado de São Paulo), Gabriel Medeiros e Geraldo Gontijo assumiu o acervo da
cooperativa e montou o Laticínio Itapetininga S.A. "Era um empreendimento
moderno; vieram técnicos de São Paulo para montar os equipamentos", lembra
José Ribeiro, que desde 1952 trabalhava na empresa. Segundo ele, o leite era
coletado em toda a área rural de Itapetininga e até em Angatuba. "Os
produtores mais abastados tinham veículos próprios e entregavam o leite na
empresa", afirma Ribeiro, observando que, mesmo com a fiscalização mais
rigorosa, o leite cru ainda era vendido, principalmente na periferia da cidade.
Em 1960, o laticínio mudou de mãos
novamente, sendo adquirido por Arnaldo Vitório Barretti (empresário e produtor
rural) e Juraci Galvão. "O Arnaldo Barretti tinha experiência na área,
pois tinha outros laticínios, inclusive no distrito de Rechã", comenta
José Ribeiro. O negócio continuou até o começo dos 70, quando foi adquirido
pela Vigor. "A medida que o empreendimento foi crescendo, foi se afastando
do centro, tanto é que a Vigor se mudou para a Vila Monteiro", afirma
Ribeiro, "mas o laticínio tinha boas instalações, inclusive um outro
prédio grande, na rua Pedro Marques, que servia de depósito", observa o
ex-vereador.
José Ribeiro lembra ainda de um outro
projeto que não deu certo: a criação de uma outra cooperativa de produtores de
leite, liderada pelo produtor Amador Leonel. "Ela ficava às margens da
rodovia Raposo Tavares e depois foi adquirida pela Colaso". Veja esta e outras matérias na edição deste
mês da revista Atenas.
Texto: Marco Antonio
Foto: Internet
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