Artemis, fêmea de Border Collie |
Em uma iniciativa inédita em Itapetininga, o Grupo Polivet-Itapetininga está iniciando um trabalho de socialização e treinamento de cães para servir à pessoas portadoras de necessidades especiais. Segundo o médico veterinário Ivo Canal, diretor-clínico da Policlínica do grupo, os cães poderão realizar vários tipos de atividades e não apenas como cães-guia para cegos, serviço mais conhecido.
“A nova escola se destina a preparar e treinar cães de apoio para portadores de necessidades especiais, não necessariamente cegos”, disse Canal. Segundo ele, há casos em que os animais são treinados para auxiliar pessoas que estão em cadeiras de rodas. “Os cachorros aprendem a pegar objetos que a pessoa precisa e até, em alguns casos, chamar socorro em caso de acidentes”, esclareceu o médico-veterinário. Alguns cães são adestrados para ajudar as pessoas a enfrentar problemas como a depressão. Em um programa de televisão, uma americana que há um ano não saía de casa contou que passou a sair depois que conseguiu um cão especialmente treinado. O animal passou por uma avaliação especial, após a qual foi considerado um cão de serviço, e passou a usar um colete com a inscrição Dog Service (Cão de Serviço, em inglês) e acompanha sua dona em todos os lugares.
“Existem várias modalidades de cão de apoio, além dos cães de cegos, como o exemplo de cães de apoio a deficientes físicos, cadeirantes ou não, cães de apoio de deficientes psicológicos, com síndrome de pânico”, acrescentou Canal. Para desenvolver este trabalho, o GPI optou por cães da raça Border Collie, conhecido por sua inteligência e vivacidade, além da facilidade em aprender os comandos.
Treinamento
“Inicialmente estamos treinando a Border Collie chamada Flecha, do nosso canil Raça de Canal”, disse o médico-veterinário, para quem a fêmea será a “primeira-dama da escola, uma cadela de demonstração e socialização inicial. Flecha não estará à venda, mas preparará as pessoas para o recebimento de seu cão”.
Ivo Canal lembra que não apenas os proprietários, mas a cidade como um todo deve se preparar para esta nova etapa no relacionamento entre humanos e cães, já que os cães de serviço têm permissão de acompanhar seus donos em lugares como lojas, shoppings e até teatros. “A cidade terá de aprender a aceitar o cão guia”.
Usar o Border Collie, um cão pastor com muita energia, é um desafio a mais para o Grupo Polivet-Itapetininga, já que o Labrador é o cão mais comum nessa atividade.
“Os cães, regra geral, sairão do Canil raça de Canal, que pertence a família do GPI. O motivo é que se trata de animais selecionados, de linhagem de trabalho, Treinar um animal destes leva mais de um ano. Temos de ter certeza das grandes chances de dar certo, e isto verificamos na linhagem do cão”.
Com a experiência de quem começou a adestrar cães aos 14 anos, seguindo orientações da imigrante húngara Vera Pischler, (sobrevivente do campo de concentração Auschwitz) Ivo Canal será o adestrador dos cães. “Estou me especializando em adestramento de cães guia. Neste sentido, a sensibilidade de ser um médico de terapias chinesas, acupunturista, auxilia muito, pois torna o médico um sujeito mais sensível as variações dos cães de treinamento”, finalizou Canal. A escola já está se cadastrando junto ao SESI (Serviço Social da Indústria) para participar do projeto Cão Guia, desenvolvido pela instituição.
Texto e foto: Marco Antonio
Amei, lindo!
ResponderExcluirOi sei que faz tempo isso, mas como está o adestramento dela ela se saiu bem guiando cegos, um dos filhotes da minha cadela foi selecionado para ser guia e ele é um border collie.
ResponderExcluir