Dificuldade em ler e entender um texto ou mesmo para escrever não significa que a pessoa seja menos inteligente do que a outra, mas sim que enfrenta uma dificuldade específica. Dislexia é o nome deste distúrbio que faz com que a pessoa tenha dificuldade em aprender. E se você pensa que os inteligentes estão livres dela, saiba que nomes como Albert Einstein e Thomas Edison (dois dos maiores gênios da história) eram disléxicos, assim como os atores americanos Danny Glover (da série Máquina Mortífera) e Whoppi Goldberg (a vidente do filme Ghost).
Sem fatores externos
A psicopedagoga Olini Gioconda Dalmasio explica que a Dislexia não é causada por fatores externos. Ela enfatiza que a Dislexia não acontece de uma hora para outra. “O indivíduo nasce e convive a vida toda com isso”. Segundo ela, com o amadurecimento, a pessoa concilia a dificuldade em aprender com as suas necessidades, mas nunca deixa de ser disléxico. “Quando uma pessoa nasce com Dislexia, é porque geralmente há alguém com este distúrbio na família”. Segundo Olini, o professor pode suspeitar que o aluno é disléxico, após observar a dificuldade que o mesmo tem para ler e escrever. A partir daí, o aluno é encaminhado para ser avaliado por um psicopedagogo. O diagnóstico é multiprofissional e o aluno deve passar também por um neurologista e uma psicóloga para que o diagnóstico seja fechado. "É um processo que envolve vários profissionais", disse Olini, acrescentando que existem testes que ajudam a identificar a pessoa com Dislexia.
130 anos de estudos
Segundo o site WWW.dislexia.com.br a Ciência tem realizado muitas pesquisas sobre a doença nos últimos 130 anos, em uma busca para entender como pessoas inteligentes e até mesmo geniais enfrentam dificuldades “em seu caminho diferenciado do aprendizado”. Com o avanço da tecnologia e o uso da ressonância magnética funcional, muitas respostas “significativas foram obtidas nos últimos 10 anos”.
Ainda de acordo com o site, “a complexidade do entendimento do que é Dislexia, está diretamente vinculada ao entendimento do ser humano: de quem somos; do que é Memória e Pensamento- Pensamento e Linguagem; de como aprendemos e do porquê podemos encontrar facilidades até geniais, mescladas de dificuldades até básicas em nosso processo individual de aprendizado. O maior problema para assimilarmos esta realidade está no conceito arcaico de que: "quem é bom, é bom em tudo"; isto é, a pessoa, porque é inteligente, tem que saber tudo e ser habilidosa em tudo o que faz. Posição equivocada que Howard Gardner aprofundou com excepcional maestria, em suas pesquisas e estudos registrados, especialmente, em sua obra Inteligências Múltiplas. Insight que ele transformou em pesquisa cientificamente comprovada, elevando-o à posição de um dos maiores educadores de todos os tempos”.
Em quase um século e meio de pesquisas sobre este distúrbio, a Dislexia já passou por mais de 100 nomes para designar essas dificuldades específicas de aprendizado e 40 definições, sem que nenhuma fosse aceita plenamente.
Nos últimos anos, porém, surgiram dados que apontam, por exemplo, que a Dislexia possui base neurológica “e que existe uma incidência expressiva de fator genético em suas causas, transmitido por um gene de uma pequena ramificação do cromossomo 6 que, por ser dominante, torna Dislexia altamente hereditária, o que justifica que se repita nas mesmas famílias”.
Além disso, está comprovado “que o disléxico tem mais desenvolvida área específica de seu hemisfério cerebral lateral-direito do que leitores normais. Condição que, segundo estudiosos, justificaria seus "dons" como expressão significativa desse potencial, que está relacionado à sensibilidade, artes, atletismo, mecânica, visualização em três dimensões, criatividade na solução de problemas e habilidades intuitivas”. Embora existam disléxicos ganhadores de medalha olímpica em esportes, a maioria deles apresenta imaturidade psicomotora ou conflito em sua dominância e colaboração hemisférica cerebral direita-esquerda. Graças aos avanços da Ciência, hoje muitos disléxicos não enfrentam o preconceito vivido pelas gerações passadas.
Texto: Marco Antonio
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