O ministro Carlos Lupi |
R$ 85 bilhões. Esta é a quantia que, segundo estudos, escoa todo ano pelo ralo da corrupção no Brasil. Já imaginaram quanta coisa não poderia ser feita com esse dinheiro? Claro que não resolveria todos os problemas do nosso País, mas certamente amenizaria um pouco a situação melhorando, por exemplo, o quadro crítico da saúde pública.
O Supremo Tribunal Federal está discutindo novamente a Lei da Ficha Limpa. Há indícios de que as punições contra os políticos corruptos sejam endurecidas. Mas só indícios não bastam! É preciso realmente que se endureçam as medidas contra os criminosos de colarinho branco que roubam milhões da Saúde, da Educação e da Segurança do povo brasileiro. Não basta discutir e elaborar penas mais severas e a coisa não andar, não progredir, não sair do papel; ou quando sair, deixar brechas para este ou aquele possam escapar. Afinal, não somos todos iguais perante a lei? Ou seremos todos, ou quase todos, bobos da corte diante da impunidade, do mau-caratismo, da safadeza explícita?
Parece-me claro que as medidas tomadas agora surtirão feito daqui há alguns anos. As novas gerações deverão crescer sob leis mais rígidas, conscientes de seus direitos e, principalmente, de seus deveres. A educação é fundamental neste processo. Formar cidadãos honestos e respeitadores de seus direitos e deveres é responsabilidade da sociedade e do Estado. Por isso, cada centavo desviado da educação é um crime sim, que compromete o próprio futuro do nosso Brasil.
O brasileiro não pode ficar apático com essa situação. Devemos mostrar nossa indignação da melhor forma: votando consciente. Ainda que pareça um jargão ultrapassado, o voto ainda é a melhor ferramenta de mudanças em uma sociedade democrática. Por isso, é lamentável que muitos eleitores joguem o voto fora, ao votar em determinado candidato, como forma de protesto. E por falar em protesto, esta também é uma ótima ferramenta de mudanças, mas precisa ser feito de maneira séria, com foco. Basta ver os protestos no mundo árabe, que derrubaram alguns dos mais antigos ditadores do mundo, como Muamar Gaddafi.
A cada dia surgem novas denúncias de corrupção, desvio de dinheiro público, negociatas e favorecimentos. Parece que o Brasil está sendo passado a limpo. E este trabalho certamente expõe as mazelas do nosso País. Mas o brasileiro parece indiferente. As manifestações têm acontecido, mas em escala menor, se comparadas aos comícios pelas eleições diretas para presidente da República, em meados dos anos 80. Ou mesmo em comparação ao movimento que pediu o impeachment de Fernando Collor, há quase 20 anos.
E os escândalos vão pipocando como nunca se viu antes. Ou pelo menos, não com tanta divulgação pela imprensa. A bola da vez agora é o ministro do Trabalho, Carlos Lupi (PDT), que está por um triz.
E não é para menos: as denúncias contra ele e alguns assessores não param de surgir. São viagens em aviões particulares, convênios com ONGs que estão sob investigação e, mais recentemente, o acúmulo de cargos públicos.
Até o momento, o ministro parece contar com o apoio do governo e dos políticos da base aliada. Mas a presidente Dilma Roussef já deixou claro que ele terá de se explicar sobre esta história de ocupar dois cargos públicos ao mesmo tempo. A Nação acompanha atenta o desenrolar dos fatos. Tudo indica que Lupi será mais um ministro a deixar o governo.
Texto: Marco Antonio
Foto: Divulgação
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