quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Produção de uvas finas vive bom momento

Conhecida como a Capital da Uva Itália, a cidade de São Miguel Arcanjo espera um aumento de 20% na produção de uvas finas, o que deve dar entre 25 a 30 toneladas por hectare. Ao todo, existem 600 propriedades ligadas à produção de uva no município (1,5 mil produtores) e o bom momento da viticultura gera emprego e renda para o município, que está no pico da colheita. O preço do quilo da uva de mesa pode chegar a R$ 2,30.
            A importância da uva para São Miguel Arcanjo poderá ser vista de perto durante a 30ª edição da Festa da Uva, que começa no próximo dia 28 e vai até três de março, no recinto Massuto Fujiwara. A entrada é franca. São esperados em torno de 120 mil visitantes. A festa hoje é terceirizada.
            Durante o evento, que atrai pessoas de todo o Estado, o município mostra a força de sua produção rural, que tem como carro chefe a produção de uva. A abertura oficial da festa acontece na próxima quinta-feira, dia 28, às 19 horas.
 
História
            A história da Uva Itália em São Miguel Arcanjo começa há mais de meio século, quando o primeiro pé foi plantado no município. Depois de muita dificuldade no início, devido ao pouco conhecimento dos produtores da época em relação ao cultivo da fruta, a produção se firmou e desenvolveu, chegando, na década de 80, a representar metade de toda a comercialização feita na antiga Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais do Estado de São Paulo).
            Segundo os organizadores, para que o município ganhasse maior destaque no Estado, e tendo em vista o crescimento da cultura em outras cidades, "um grupo de produtores ligada à antiga CAC (Cooperativa Agrícola de Cotia) propôs a criação da primeira festa da uva do município, em 1984". O grupo também atuou na fundação da Associação dos Viticultores (Aviti), que reúne produtores locais.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Rotatórias ainda provocam confusão

Mudanças nas rotatórias causam confusão
Quase um mês depois de matéria publicada pelo jornal Correio de Itapetininga, ainda é confusa a situação nas rotatórias que dão acesso à Avenida Marginal do Chá e acidentes já foram registrados. Por determinação da Secretaria de Trânsito e Cidadania, na administração passada, a preferência no local é de quem está na rotatória. Ocorre que, para alguns motoristas e técnicos ouvidos pela reportagem a preferência deve ser de quem vem pela Marginal, já que esta seria como uma via expressa, na qual os veículos trafegam mais rapidamente.
            Na rotatória da Darcy Vieira, é comum os motoristas que vêm pela marginal terem de reduzir subitamente a velocidade e o risco de acidentes é grande. Outro ponto polêmico está na rotatória que dá acesso a Quintino Bocaiúva, pois a sinalização informa ao motorista que vem da Vila Rio Branco para dar a preferência a quem está na rotatória; alguns motoristas desatentos, porém, chegam em alta velocidade no dispositivo e acabam tendo de frear repentinamente. Vários acidentes já foram registrados no local, felizmente nenhum deles com vítima até o momento. É o que aconteceu com o ex-vereador e comerciante José Luiz Brigante.
            “Eu vinha da Vila Rio Branco e era noite e estava chovendo”, conta Brigante, ressaltando que mora em Itapetininga há mais de 30 anos e que, naquele local, “a preferencial sempre foi de quem vinha da Vila Rio Branco. Ocorre que colocaram um triangulo escuro no chão, dando a preferência para quem vem da rotatória, mas de noite e com chuva não tinha como ver e o taxista que estava na minha frente viu de última hora, ficou perdido, se assustou e parou de repente; eu freei mas não deu para evitar a batida”, conta o comerciante. Ele critica a maneira como a mudança foi feita. “Não colocaram uma faixa ou uma placa avisando que havia mudado”. Para Brigante, faltou bom senso a Prefeitura ao fazer a mudança e não avisar nada ao motorista, “além disso, na minha opinião, a mudança está equivocada, pois o movimento maior de veículos vem da Rio Branco. Lá é praticamente uma outra cidade”. Segundo ele, houve pelo menos cinco acidentes no mesmo local onde ele bateu. “Por sorte não houve vítimas, mas eu prestei todo o auxílio ao taxista e o seguro pagou tudo”, contou Brigante, ressaltando que só prejuízo em sua picape ficou em R$ 9 mil.
            O comerciante avalia que esta e outras mudanças acabaram amarrando o trânsito da Marginal. “A Marginal é para desafogar o trânsito; do jeito que está perdeu o sentido”. Brigante entende ainda que existem alternativas para sinalizar o local, como o uso de tinta fosforescente e sinalizadores de chão.
Equivoco
“Realmente, a situação não mudou. E o problema se repete em outros pontos de acesso à Marginal, como a avenida Nisshinbo do Brasil”, afirmou Givanildo de Oliveira, servidor municipal com mais de 10 anos de experiência na área de trânsito e um dos gestores do Plano de Reordenamento do Trânsito da cidade, elaborado entre 2005 e 2009. Para ele, as mudanças foram equivocadas, pois diminuem o fluxo de veículos, exatamente como afirmou José Luiz Brigante.
 Oliveira lembra que, segundo o Código de Trânsito, “a preferência na rotatória é de quem vem pela direita, desde que em local não sinalizado. Nestes locais, o que chama bastante a atenção é o fato do ex-gestor de trânsito ter alterado a preferencial, como é o caso da Avenida Marginal, na qual os veículos que por ali transitam deveriam permanecer com a preferência. Outro exemplo de mudança confusa foi a transformação do dispositivo de segurança em nível localizado no início da Avenida Dr. Ciro Albuquerque. Na época a adequação para o que deveria tornar-se uma rotatória, empregou o uso irregular de “tachões” com sua utilização na transversal proibido por Resolução do Contran, como conseqüência, no local não existe preferencial em nenhum dos ramos”, alerta Givanildo de Oliveira.
Segundo ele, estudo feito pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), estabelece os critérios para a implantação de rotatórias, como as: características geométricas e planialtimétricas da região. “As vantagens (da implantação de uma rotatória) são: redução de velocidade, retorno seguro, menor tempo de espera para o cruzamento, facilidade nos giros à esquerda por meio de movimentos de convergência e separação do fluxo e excelentes características operacionais, entre outras”, finalizou Oliveira.
 
CTB
O Código de Trânsito Brasileiro (CTB), em seu artigo 29, inciso III, afirma que quando veículos transitando por fluxos que se cruzem se aproximarem de local não sinalizado, terá preferência de passagem:a) no caso de apenas um fluxo ser proveniente de rodovia, aquele que estiver circulando por ela; b) no caso de rotatória, aquele que estiver circulando por ela; c) nos demais casos, o que vier pela direita do condutor.
 
Texto: Marco Antonio
Foto: Mike Adas

sábado, 16 de fevereiro de 2013

Professora de Itapetininga recebe prêmio da Unesco

A professora Verônica mostra o certificado que
recebeu por sua participação no concurso
A professora Verônica Juliana Vines, que leciona matemática e ciências na escola Alceu Gomes da Silva, em Vila Sônia, teve um trabalho sobre Higiene Bucal reconhecido pela Unesco (órgão da ONU voltado à Educação). Verônica selecionou os trabalhos de sua escola e orientou a aluna Amanda de Lima Rodrigues, de 12 anos, em seu trabalho; uma paródia da música Carrossel, abordando a higiene bucal, o funcionamento do aparelho digestivo e doenças relacionadas. A música chamou a atenção da Unesco e está entre os três trabalhos selecionados sobre o tema, em concurso realizado no final do ano passado, entre milhares de trabalhos enviados de escolas públicas estaduais e municipais de todo o Estado de São Paulo. O concurso tem o nome: Mostre seu sorriso e seu talento.
            Desenvolvido em parceria com o Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP) e a Secretaria de Estado da Educação, com o apoio da Unesco e do Bradesco, o concurso teve como objetivo conscientizar os alunos sobre a importância da Higiene Bucal. Os trabalhos vencedores receberam prêmios em dinheiro, com os valores divididos entre as escolas e os alunos.
            “No começo, os alunos não queriam nem participar do concurso, e nem acreditavam que poderiam ter um trabalho da nossa escola escolhido entre os vencedores”, lembra a professora. A escola Alceu Gomes atende alunos da Vila Sônia e bairros próximos, como a Vila Sotemo. No total, são 700 alunos, estudando em tempo integral. “São bairros humildes, de pessoas muito carentes, o que torna este prêmio ainda mais especial para mim”, conta Verônica Vines. Segundo ela, a instalação da escola mudou a vida das pessoas nos bairros em seu entorno. A professora é apaixonada pela instituição, tanto que diariamente toma duas conduções e atravessa a cidade para trabalhar, pois mora no Jardim Fogaça.
Dedicação
            Ela começou a se envolver com o concurso em outubro do ano passado, ao voltar de uma licença médica. “Tomei conhecimento do assunto e fui conversar com minha coordenadora, que pediu que eu selecionasse os trabalhos”.
            Verônica então passou a acompanhar os alunos, inclusive ficando depois do horário de suas aulas para analisar os trabalhos, tendo como referência uma cartilha enviada pelo CROSP. “O conselho nos encaminhou a cartilha com orientações sobre como os trabalhos deveriam abordar o tema”. Durante a seleção, a professora topou com a paródia escrita por Amanda, que estuda na quinta série do sexto ano do Ensino Fundamental.
            “Vi que ela tinha talento e o trabalho estava muito bem escrito, inclusive com o ok das professoras de português. Eu sugeri mais algumas coisas eu ela acrescentou e enviamos junto com o trabalho de outra aluna para a Derita (Diretoria Regional de Ensino), que o encaminhou para São Paulo”. Para a professora, a escolha do trabalho de Amanda valoriza a escola pública. “Falam tanto da escola pública, mas temos ótimos educadores na rede”, disse Verônica.
            Bem relacionada com seus alunos, ela acredita que este prêmio irá elevar a autoestima dos estudantes. É o caso de Amanda, que mora com a mãe em uma casa próxima a escola. “Aqui, a gente tem de ser um pouco mãe, um pouco psicóloga, amiga. São crianças que precisam de muito carinho”, finalizou a professora.
 
Texto: Marco Antonio

Foto: Mike Adas

domingo, 3 de fevereiro de 2013

Cracolinha um ano depois: quase nada mudou

Antigos barracões da Fepasa são
 usados para consumo de drogas
Quase um ano depois de denuncia feita pelo Marconews sobre a existência de uma cracolândia em Itapetininga, pouca coisa mudou na paisagem próxima a linha férrea que corta a cidade, mais precisamente onde antes estavam os barracões da América Latina Logística (ALL), na vila Arlindo Luz, entre as vilas Paulo Ayres e Prado. O local é ponto de usuários de drogas e traficantes. Segundo uma fonte anônima, o movimento nessa área torna-se mais intenso à noite, a partir das 23 horas, e vai até de madrugada. “As pessoas parecem zumbis andando ao longo da linha do trem”, disse a fonte. É intenso também o movimento de carros, inclusive alguns modelos de luxo, que aparecem para comprar drogas. A concentração de usuários e traficantes fez com que o local fosse chamado de Cracolinha, em referência à Cracolândia que existia no centro de São Paulo.
            Ainda de acordo com uma fonte anônima, as melhorias que foram feitas no terreno, como limpeza e a construção de um acesso para facilitar a passagem até a Vila Paulo Ayres, acabaram sendo utilizadas pelos dependentes e traficantes. Há relatos de pessoas que ficam escondidas em bueiros e galerias de águas pluviais, onde podem usar drogas livremente, como também emboscar passantes incautos.
O problema vem se arrastando há pelo menos um ano e nem algumas medidas adotadas pelo Poder Público, como a demolição de imóveis usados para o consumo de drogas e o isolamento dos barracões com uma cerca amenizaram o problema.
            A reportagem esteve no local e flagrou algumas pessoas no interior dos antigos barracões. Um buraco na cerca indicava ser o lugar por onde as pessoas entravam no local. Na hora em que a equipe fazia as fotos, uma moça saiu de um dos barracões; um homem que estava no local pegou uma pedra e ficou com ela na mão, em atitude ameaçadora.
            Moradores dizem que evitam passar pelo local durante a noite e madrugada, mesmo quando estão a caminho do trabalho. Ainda segundo moradores, a maioria dos usuários é jovem, alguns com menos de 18 anos.
Realidade
Como zumbis, os dependentes caminham pela linha férrea
            “O que acontece na Cracolinha é a pura realidade”, comentou André Franco, coordenador da Casa Luz, instituição que acolhe moradores de rua. “As pessoas parecem mesmo zumbis; algumas ficam dias sem comer, só pensando em conseguir alguma droga. É a chamada fissura”, acrescentou o coordenador, que toda semana leva comida às pessoas que dormem nos barracões. Atualmente, este trabalho também conta com o apoio de voluntários.
            Segundo ele, existem duas formas de trabalhar com dependentes químicos: “Uma é evitar que a dependência aconteça, através de um trabalho de prevenção; a outra é ajudar quem quer sair. Entre estes dois extremos, temos milhares de pessoas que estão na dependência, mas não há o que fazer”. Franco é contra a internação compulsória, adotada pelo governo estadual, por exemplo. “A pessoa precisa querer sair deste tipo de vida para que seja encaminhada a uma clínica de recuperação. Se não for assim, não consegue tirá-la dessa vida”.
Ponta do iceberg
            Enquanto outros municípios já possuem instituições que atuam na recuperação dos dependentes, Itapetininga sofre com o problema dos viciados em drogas ou álcool, que se espalham pela cidade.
            “A Cracolinha é só a ponta visível do problema. Itapetininga tem bolsões de pobreza e há bairros inteiros infestados pela droga, que muitas vezes é vendida em casas de famílias, com as pessoas sendo obrigadas a conviver com essa situação por seus parentes envolvidos no tráfico”, afirmou Franco.
Zumbis
            Os zumbis humanos costumam se dispersar com a chegada da Polícia Militar, mas apenas por pouco tempo. “É só a PM ir embora que tudo volta”, disse uma pessoa. Pedestres já teriam sido ameaçados a luz do dia, bem como veículos apedrejados pelos dependentes químicos.
            “Esse é um tema muito complexo que envolve ações de setores como Saúde, Promoção Social e Segurança Pública”, afirmou Eliana Fontes, assistente social e ex-secretária da Promoção Social do município. Para ela, o Poder Público deveria ocupar os galpões com atividades, o que afastaria os viciados. Atualmente, segundo ela, o espaço está cedido à Secretaria de Esportes.
Polícia Militar
            Após denúncia feita pela imprensa a PM intensificou o policiamento nos arredores dos galpões da antiga Fepasa, na Vila Arlindo Luz, região conhecida como Cracolinha. Segundo o major Marcelo Marques, subcomandante do 22º Batalhão da Polícia Militar, em um espaço de três dias, 46 pessoas foram abordadas no local, por estarem em atitude suspeita.
 
Texto e Fotos: Marco Antonio

sábado, 2 de fevereiro de 2013

Quebra da safra americana de soja favorece produtores brasileiros

Área de soja na propriedade de Rogério Barretti
Os problemas enfrentados pela soja nos Estados Unidos, como a quebra na produção devido à seca que afeta diversos estados e o atraso no plantio da safra deste ano, favorecem os produtores brasileiros, que já vislumbram um aumento na área cultivada, de olho no preço da saca de 60 kg do produto, que já está na faixa de R$ 73, segundo agrônomos ouvidos pelo Marconews.
            “Os EUA são nosso maior rival mundial e sua produção impacta diretamente em todo o mercado global. Eles tiveram problemas durante ano de 2012, devido aos problemas de seca enfrentados. Agora, já enfrentam dificuldades em 2013 para iniciar o novo plantio. Devido à longa estiagem o plantio deste ano já está atrasado”, afirma o produtor Rogério Barretti Gouveia. Este ano, ele está iniciando o plantio com 36 hectares (15 alqueires) “na parte da fazenda sob minha administração, mas no total de nossa propriedade temos 200 hectares(80 alqueires) já plantados”.
            Barretti ressalta que, mesmo com as dificuldades, “os EUA tem uma política agrícola muito forte, o que dá uma tranquilidade muito maior ao produtor norte-americano. Eles dificilmente saem perdendo, bem diferente da nossa realidade por aqui”
Boa expectativa
            O atual quadro deixa o produtor otimista: “as expectativas para este ano são muito boas, os preços seguem bem acima da média e em um nível nunca antes atingido. Iniciamos um plantio tardio, o que impacta no resultado final, mas mesmo assim os preços atuais justificam a escolha”, declara Barretti, que mesmo sendo conservador na análise, pois está abrindo uma nova área de cultivo, espera colher 130 sacas/alqueire. “mas temos parceiros com expectativas de produção chegando a 180 sacas/alqueire com segurança”.
            Segundo o produtor, 80% de sua produção conta com contrato de venda firmado. “Temos parte da produção fechada em R$ 54 a saca de 60kg, o restante estará sujeito ao preço de mercado de abril/2013”.
Vantagens e cuidados
            A grande vantagem da soja é a possibilidade de realizar contratos de venda com o valor futuro já firmado, evitando oscilações do mercado que podem impactar negativamente no lucro”, analisa Rogério Barretti. Segundo ele. Apesar de ser uma espécie rústica, a soja “necessita de cuidados durante o plantio e posteriormente no manejo das pulverizações. Na época de plantio, a escolha certa da semente e dos produtos que serão aplicados são fundamentais para uma boa colheita. Este ano temos combatido novos tipos de lagartas que até então não existiam na cultura da soja”, conta o produtor, que pretende iniciar o plantio mais cedo, visando a próxima safra e ampliar a área cultivada em 25% em sua propriedade, situada no distrito de Rechã.
O cultivo de soja vive um momento de expansão em todo o sul de São Paulo, segundo levantamento feito pelo Instituto de Economia Agrícola (IEA). Em Itapetininga passará dos 10.940 hectares registrados na safra anterior, para 18.470 nesta safra; um crescimento considerável, mas ainda tímido se comparado ao da região de Itapeva, cuja previsão é de que ultrapasse os 100 mil hectares, superando em muito os 84,590 da safra anterior. A soja irrigada também deverá crescer na região, passando dos atuais 5.800ha para 6.700ha.
 
Texto: Marco Antonio
Foto: Divulgação