sábado, 16 de fevereiro de 2013

Professora de Itapetininga recebe prêmio da Unesco

A professora Verônica mostra o certificado que
recebeu por sua participação no concurso
A professora Verônica Juliana Vines, que leciona matemática e ciências na escola Alceu Gomes da Silva, em Vila Sônia, teve um trabalho sobre Higiene Bucal reconhecido pela Unesco (órgão da ONU voltado à Educação). Verônica selecionou os trabalhos de sua escola e orientou a aluna Amanda de Lima Rodrigues, de 12 anos, em seu trabalho; uma paródia da música Carrossel, abordando a higiene bucal, o funcionamento do aparelho digestivo e doenças relacionadas. A música chamou a atenção da Unesco e está entre os três trabalhos selecionados sobre o tema, em concurso realizado no final do ano passado, entre milhares de trabalhos enviados de escolas públicas estaduais e municipais de todo o Estado de São Paulo. O concurso tem o nome: Mostre seu sorriso e seu talento.
            Desenvolvido em parceria com o Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP) e a Secretaria de Estado da Educação, com o apoio da Unesco e do Bradesco, o concurso teve como objetivo conscientizar os alunos sobre a importância da Higiene Bucal. Os trabalhos vencedores receberam prêmios em dinheiro, com os valores divididos entre as escolas e os alunos.
            “No começo, os alunos não queriam nem participar do concurso, e nem acreditavam que poderiam ter um trabalho da nossa escola escolhido entre os vencedores”, lembra a professora. A escola Alceu Gomes atende alunos da Vila Sônia e bairros próximos, como a Vila Sotemo. No total, são 700 alunos, estudando em tempo integral. “São bairros humildes, de pessoas muito carentes, o que torna este prêmio ainda mais especial para mim”, conta Verônica Vines. Segundo ela, a instalação da escola mudou a vida das pessoas nos bairros em seu entorno. A professora é apaixonada pela instituição, tanto que diariamente toma duas conduções e atravessa a cidade para trabalhar, pois mora no Jardim Fogaça.
Dedicação
            Ela começou a se envolver com o concurso em outubro do ano passado, ao voltar de uma licença médica. “Tomei conhecimento do assunto e fui conversar com minha coordenadora, que pediu que eu selecionasse os trabalhos”.
            Verônica então passou a acompanhar os alunos, inclusive ficando depois do horário de suas aulas para analisar os trabalhos, tendo como referência uma cartilha enviada pelo CROSP. “O conselho nos encaminhou a cartilha com orientações sobre como os trabalhos deveriam abordar o tema”. Durante a seleção, a professora topou com a paródia escrita por Amanda, que estuda na quinta série do sexto ano do Ensino Fundamental.
            “Vi que ela tinha talento e o trabalho estava muito bem escrito, inclusive com o ok das professoras de português. Eu sugeri mais algumas coisas eu ela acrescentou e enviamos junto com o trabalho de outra aluna para a Derita (Diretoria Regional de Ensino), que o encaminhou para São Paulo”. Para a professora, a escolha do trabalho de Amanda valoriza a escola pública. “Falam tanto da escola pública, mas temos ótimos educadores na rede”, disse Verônica.
            Bem relacionada com seus alunos, ela acredita que este prêmio irá elevar a autoestima dos estudantes. É o caso de Amanda, que mora com a mãe em uma casa próxima a escola. “Aqui, a gente tem de ser um pouco mãe, um pouco psicóloga, amiga. São crianças que precisam de muito carinho”, finalizou a professora.
 
Texto: Marco Antonio

Foto: Mike Adas

Nenhum comentário:

Postar um comentário