Mudanças nas rotatórias causam confusão |
Quase um mês
depois de matéria publicada pelo jornal Correio
de Itapetininga, ainda é confusa a situação nas rotatórias que dão acesso à
Avenida Marginal do Chá e acidentes já foram registrados. Por determinação da
Secretaria de Trânsito e Cidadania, na administração passada, a preferência no
local é de quem está na rotatória. Ocorre que, para alguns motoristas e técnicos
ouvidos pela reportagem a preferência deve ser de quem vem pela Marginal, já
que esta seria como uma via expressa, na qual os veículos trafegam mais
rapidamente.
Na rotatória da Darcy Vieira, é
comum os motoristas que vêm pela marginal terem de reduzir subitamente a
velocidade e o risco de acidentes é grande. Outro ponto polêmico está na
rotatória que dá acesso a Quintino Bocaiúva, pois a sinalização informa ao
motorista que vem da Vila Rio Branco para dar a preferência a quem está na
rotatória; alguns motoristas desatentos, porém, chegam em alta velocidade no
dispositivo e acabam tendo de frear repentinamente. Vários acidentes já foram
registrados no local, felizmente nenhum deles com vítima até o momento. É o que
aconteceu com o ex-vereador e comerciante José Luiz Brigante.
“Eu vinha da Vila Rio Branco e era
noite e estava chovendo”, conta Brigante, ressaltando que mora em Itapetininga
há mais de 30 anos e que, naquele local, “a preferencial sempre foi de quem
vinha da Vila Rio Branco. Ocorre que colocaram um triangulo escuro no chão,
dando a preferência para quem vem da rotatória, mas de noite e com chuva não
tinha como ver e o taxista que estava na minha frente viu de última hora, ficou
perdido, se assustou e parou de repente; eu freei mas não deu para evitar a
batida”, conta o comerciante. Ele critica a maneira como a mudança foi feita.
“Não colocaram uma faixa ou uma placa avisando que havia mudado”. Para
Brigante, faltou bom senso a Prefeitura ao fazer a mudança e não avisar nada ao
motorista, “além disso, na minha opinião, a mudança está equivocada, pois o
movimento maior de veículos vem da Rio Branco. Lá é praticamente uma outra
cidade”. Segundo ele, houve pelo menos cinco acidentes no mesmo local onde ele
bateu. “Por sorte não houve vítimas, mas eu prestei todo o auxílio ao taxista e
o seguro pagou tudo”, contou Brigante, ressaltando que só prejuízo em sua
picape ficou em R$ 9 mil.
O comerciante avalia que esta e
outras mudanças acabaram amarrando o trânsito da Marginal. “A Marginal é para
desafogar o trânsito; do jeito que está perdeu o sentido”. Brigante entende
ainda que existem alternativas para sinalizar o local, como o uso de tinta
fosforescente e sinalizadores de chão.
Equivoco
“Realmente,
a situação não mudou. E o problema se repete em outros pontos de acesso à
Marginal, como a avenida Nisshinbo do Brasil”, afirmou Givanildo de Oliveira,
servidor municipal com mais de 10 anos de experiência na área de trânsito e um
dos gestores do Plano de Reordenamento do Trânsito da cidade, elaborado entre
2005 e 2009. Para ele, as mudanças foram equivocadas, pois diminuem o fluxo de
veículos, exatamente como afirmou José Luiz Brigante.
Oliveira lembra que, segundo o Código de
Trânsito, “a preferência na rotatória é de quem vem pela direita, desde que em local não sinalizado.
Nestes locais, o que chama bastante a atenção é o fato do ex-gestor de trânsito
ter alterado a preferencial, como é o caso da Avenida Marginal, na qual os
veículos que por ali transitam deveriam permanecer com a preferência. Outro
exemplo de mudança confusa foi a transformação do dispositivo de segurança em
nível localizado no início da Avenida Dr. Ciro Albuquerque. Na época a
adequação para o que deveria tornar-se uma rotatória, empregou o uso irregular
de “tachões” com sua utilização na transversal proibido por Resolução do
Contran, como conseqüência, no local não existe preferencial em nenhum dos
ramos”, alerta Givanildo de Oliveira.
Segundo
ele, estudo feito pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ),
estabelece os critérios para a implantação de rotatórias, como as: características
geométricas e planialtimétricas da região. “As vantagens (da implantação de uma
rotatória) são: redução de velocidade, retorno seguro, menor tempo de espera
para o cruzamento, facilidade nos giros à esquerda por meio de movimentos de convergência
e separação do fluxo e excelentes características operacionais, entre outras”,
finalizou Oliveira.
CTB
O
Código de Trânsito Brasileiro (CTB), em seu artigo 29, inciso III, afirma
que quando veículos transitando por fluxos que se cruzem se aproximarem de
local não sinalizado, terá preferência de passagem:a) no caso de apenas um
fluxo ser proveniente de rodovia, aquele que estiver circulando por ela; b) no
caso de rotatória, aquele que estiver circulando por ela; c) nos demais casos,
o que vier pela direita do condutor.
Texto: Marco Antonio
Foto: Mike Adas
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