terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Rotatórias ainda provocam confusão

Mudanças nas rotatórias causam confusão
Quase um mês depois de matéria publicada pelo jornal Correio de Itapetininga, ainda é confusa a situação nas rotatórias que dão acesso à Avenida Marginal do Chá e acidentes já foram registrados. Por determinação da Secretaria de Trânsito e Cidadania, na administração passada, a preferência no local é de quem está na rotatória. Ocorre que, para alguns motoristas e técnicos ouvidos pela reportagem a preferência deve ser de quem vem pela Marginal, já que esta seria como uma via expressa, na qual os veículos trafegam mais rapidamente.
            Na rotatória da Darcy Vieira, é comum os motoristas que vêm pela marginal terem de reduzir subitamente a velocidade e o risco de acidentes é grande. Outro ponto polêmico está na rotatória que dá acesso a Quintino Bocaiúva, pois a sinalização informa ao motorista que vem da Vila Rio Branco para dar a preferência a quem está na rotatória; alguns motoristas desatentos, porém, chegam em alta velocidade no dispositivo e acabam tendo de frear repentinamente. Vários acidentes já foram registrados no local, felizmente nenhum deles com vítima até o momento. É o que aconteceu com o ex-vereador e comerciante José Luiz Brigante.
            “Eu vinha da Vila Rio Branco e era noite e estava chovendo”, conta Brigante, ressaltando que mora em Itapetininga há mais de 30 anos e que, naquele local, “a preferencial sempre foi de quem vinha da Vila Rio Branco. Ocorre que colocaram um triangulo escuro no chão, dando a preferência para quem vem da rotatória, mas de noite e com chuva não tinha como ver e o taxista que estava na minha frente viu de última hora, ficou perdido, se assustou e parou de repente; eu freei mas não deu para evitar a batida”, conta o comerciante. Ele critica a maneira como a mudança foi feita. “Não colocaram uma faixa ou uma placa avisando que havia mudado”. Para Brigante, faltou bom senso a Prefeitura ao fazer a mudança e não avisar nada ao motorista, “além disso, na minha opinião, a mudança está equivocada, pois o movimento maior de veículos vem da Rio Branco. Lá é praticamente uma outra cidade”. Segundo ele, houve pelo menos cinco acidentes no mesmo local onde ele bateu. “Por sorte não houve vítimas, mas eu prestei todo o auxílio ao taxista e o seguro pagou tudo”, contou Brigante, ressaltando que só prejuízo em sua picape ficou em R$ 9 mil.
            O comerciante avalia que esta e outras mudanças acabaram amarrando o trânsito da Marginal. “A Marginal é para desafogar o trânsito; do jeito que está perdeu o sentido”. Brigante entende ainda que existem alternativas para sinalizar o local, como o uso de tinta fosforescente e sinalizadores de chão.
Equivoco
“Realmente, a situação não mudou. E o problema se repete em outros pontos de acesso à Marginal, como a avenida Nisshinbo do Brasil”, afirmou Givanildo de Oliveira, servidor municipal com mais de 10 anos de experiência na área de trânsito e um dos gestores do Plano de Reordenamento do Trânsito da cidade, elaborado entre 2005 e 2009. Para ele, as mudanças foram equivocadas, pois diminuem o fluxo de veículos, exatamente como afirmou José Luiz Brigante.
 Oliveira lembra que, segundo o Código de Trânsito, “a preferência na rotatória é de quem vem pela direita, desde que em local não sinalizado. Nestes locais, o que chama bastante a atenção é o fato do ex-gestor de trânsito ter alterado a preferencial, como é o caso da Avenida Marginal, na qual os veículos que por ali transitam deveriam permanecer com a preferência. Outro exemplo de mudança confusa foi a transformação do dispositivo de segurança em nível localizado no início da Avenida Dr. Ciro Albuquerque. Na época a adequação para o que deveria tornar-se uma rotatória, empregou o uso irregular de “tachões” com sua utilização na transversal proibido por Resolução do Contran, como conseqüência, no local não existe preferencial em nenhum dos ramos”, alerta Givanildo de Oliveira.
Segundo ele, estudo feito pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), estabelece os critérios para a implantação de rotatórias, como as: características geométricas e planialtimétricas da região. “As vantagens (da implantação de uma rotatória) são: redução de velocidade, retorno seguro, menor tempo de espera para o cruzamento, facilidade nos giros à esquerda por meio de movimentos de convergência e separação do fluxo e excelentes características operacionais, entre outras”, finalizou Oliveira.
 
CTB
O Código de Trânsito Brasileiro (CTB), em seu artigo 29, inciso III, afirma que quando veículos transitando por fluxos que se cruzem se aproximarem de local não sinalizado, terá preferência de passagem:a) no caso de apenas um fluxo ser proveniente de rodovia, aquele que estiver circulando por ela; b) no caso de rotatória, aquele que estiver circulando por ela; c) nos demais casos, o que vier pela direita do condutor.
 
Texto: Marco Antonio
Foto: Mike Adas

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