Evento pode ser um divisor de águas
para o país
Desde meados do ano passado, quando
eclodiram os protestos por todo o Brasil, reivindicando todo um leque de
direitos, como moradia, saúde e educação de qualidade, segurança e transporte
público digno, surgiram também os protestos contra a realização da Copa do
Mundo em nosso país.
Viver em uma democracia é aprender a
viver com as diferenças de opinião e o direito à livre manifestação. O que não
pode ocorrer são os já conhecidos atos de vandalismo presenciados não apenas em
terras verdes e amarelas, mas praticamente em qualquer parte do mundo onde haja
algm tipo de protesto, manifestação ou reivindicação.
Talvez os pensadores e estudiosos
cheguem à conclusão de que as relações humanas estão passando por profundas
transformações e o desgaste natural que isso provoca atinge o assim chamado
tecido social, que está cada vez mais fino e muitas vezes se rasga, expondo
conflitos. Talvez o mundo tenha sido sempre assim. A única diferença é que, com
a tecnologia atual, o acesso à informação está muito mais rápido. E o poder de
mobilização da sociedade também. Basta lembrar o fenômeno do Rolezinho, que tanto assustou os
frequentadores de shopping centers no final de 2013 e começo deste ano. Mas,
assim como a notícia – e o espanto que ela causa – chegam rápido, são
igualmente esquecidos na mesma velocidade.
A copa chegou e isto é um fato! Nem
toda a vontade contrária ao evento vai impedir sua realização. E é bom que o
Brasil passe por este teste. Será um processo de amadurecimento para o país e
seu povo. Afinal, se o Brasil quer estar entre as grandes nações do mundo, tem
de crescer e se comportar como tal. E investimentos em infraestrutura,
transporte e esporte, que são consequência de um evento do porte de uma Copa do
Mundo (e também das Olimpíadas, que acontecem no Rio de Janeiro, em 2016).
Se esses investimentos serão bem
aproveitados ou não pela população, se houve superfaturamento ou não nas obras,
será uma coisa que a própria nação deverá fiscalizar e cobrar das autoridades.
Mas não resta dúvida que que a Copa do Mundo será um divisor de aguas para o
país. Se o Brasil conquistar o hexacampeonato, a grande festa tornará a vida
mais fácil, ou pelos trará essa ilusão à maioria da população, que certamente
não se importará muito se o preço do pão francês disparar. Afinal, somos hexa!
Mas se o Brasil perder....até sair
na rua pode ser uma aventura perigosa, mais do que já é. Enfim, a dois dias da
abertura do evento, só nos resta torcer pela seleção e pedir paz nos estádios e
fora deles.
Abertura
A abertura do torneio será no dia 12
(dia dos namorados), com o jogo entre a Seleção Brasileira e a Croácia, às 17
horas, na Arena Corinthians, em São Paulo. Um dos maiores eventos esportivos do
mundo (senão o maior), a Copa será transmitida para mais de 190 países, com um
público estimado em um bilhão de pessoas ou mais. Os números que envolvem a
competição são superlativos em quase tudo. Pela primeira vez na história do
torneio, todos os campeões mundiais das edições anteriores estarão participando entre as 32 seleções de diversas
partes do planeta.
E a equipe que vencer a competição
embolsará um prêmio de R$ 83 milhões, quantia que certamente é um ótimo
incentivo para que todos se esforcem. Mas mesmo quem não passar da primeira
fase não voltará para casa de mãos abanando. A FIFA, entidade que comanda o
futebol mundial, anunciou que a seleção que for eliminada logo no começo
ganhará R$ 19 milhões. Segundo a FIFA, o total da premiação esse ano será de R$
1,3 bilhão, valor 40% maior da edição anterior do evento, em 2010.
Investimento bilionário
Não
é só os prêmios que terão um volume vultoso. Os investimentos previstos para
serem feitos no país pelo governo federal chegam a quase R$ 26 bilhões. Tamanho
volume de investimento justifica os argumentos daqueles que defendem a
realização da Copa no Brasil, apesar dos inúmeros problemas que o país
enfrenta, como infraestrutura precária e falta de segurança. Entre os
argumentos, está o que afirma que, após o encerramento da competição, investimentos
feitos na melhoria dos transportes, dos aeroportos e infraestrutura em geral,
serão aproveitados pelo povo brasileiro.
E isto certamente significará uma melhora na qualidade de vida da população. Resta
esperar para ver.
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