Projeto pode
realizar mais de 250 milhões de sinapses programáveis
Gigante da computação, a americana
IBM apresentou no começo do segundo semestre deste ano o modelo de um chip de
computador que, segundo a empresa, pode ser capaz de imitar o cérebro humano,
permitindo a criação de dispositivos menores, que esquentam menos, que consomem
menos energia e que poderão compreender melhor o que o usuário deseja. Chamado
de SyNAPSE, abreviação de Systems of Neuromorphic Adaptive Plastic Scalable
Electronics (algo como Sistema Plástico Eletrônico Neuromórfico Adaptativo, em
uma tradução livre), o processador foi feito em parceria com a Cornell Tech e a
iniLabs e ainda não tem data para aparecer em computadores e smartphones.
De
acordo com os criadores, o processador é capaz de simular um milhão de
neurônios programáveis, 256 milhões de sinapses programáveis (as sinapses são
as zonas de contato entre as células nervosas e outras células) e 46 bilhões de
operações sinápticas por segundo. Com essas características ele seria capaz de
simular um cérebro humano, solucionando problemas baseados em hipóteses,
experiências passadas e erros, como uma pessoa de verdade.
A
expectativa dos pesquisadores é que o uso deste novo chip transforme a
mobilidade por meio de aplicações com sensações e inteligência em aparelhos que
podem caber na palma da mão, sem a necessidade de uma rede Wi-Fi.
A
IBM possui toda uma área voltada para o desenvolvimento de computação inspirada
no funcionamento do cérebro humano. A inspiração tem razão de ser, já que o
cérebro humano, sob muitos aspectos, ainda é um grande mistério e há quem diga
que não usamos nem a metade de nossa capacidade mental. A escolha das células
nervosas (neurônios) também tem sua razão de ser, já que estas células possuem
duas características importantes: 1) são capazes de conduzir sinais
bio-elétricos por longas distâncias sem que haja enfraquecimento do impulso ao
longo de seu percurso; 2) por apresentarem conexões com células musculares
(lisas e estriadas), glandulares e outras células nervosas. Estas conexões
permitem que sejam produzidas respostas nos músculos cardíaco, liso e
esquelético, glândulas exócrinas e neurônios pós-sinápticos através da
liberação de substâncias químicas específicas denominadas de neurotransmissores.
Os neurônios se dispõem em cadeias celulares de transmissão e processamento de
informações. Um neurônio é composto por três partes: o corpo celular ou soma
que é o “centro integrador” dos neurônios, um axônio que conduz informações de
saídas; e dendritos, que são numerosas projeções ramificadas do corpo celular,
recebem e transmitem impulsos nervosos. São inúmeras operações por segundo, em
um processo que o homem não conseguiu reproduzir, pelo menos até agora.
Algumas aplicações futuras do chip já são
previstas. Uma delas são sensores no formato de folhas, abastecidos pela luz solar,
que podem ser colocados em florestas e enviar dados e alertas sobre queimadas.
Outro exemplo são óculos especiais que poderiam guiar deficientes visuais sem a
necessidade de estarem conectados na internet. O processador foi apresentado
pela primeira vez em 2011. A versão atual tem o tamanho de um selo postal e
consome pouquíssima energia.
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