terça-feira, 14 de outubro de 2014

IBM desenvolve chip que imita o cérebro humano

Projeto pode realizar mais de 250 milhões de sinapses programáveis

 

            Gigante da computação, a americana IBM apresentou no começo do segundo semestre deste ano o modelo de um chip de computador que, segundo a empresa, pode ser capaz de imitar o cérebro humano, permitindo a criação de dispositivos menores, que esquentam menos, que consomem menos energia e que poderão compreender melhor o que o usuário deseja. Chamado de SyNAPSE, abreviação de Systems of Neuromorphic Adaptive Plastic Scalable Electronics (algo como Sistema Plástico Eletrônico Neuromórfico Adaptativo, em uma tradução livre), o processador foi feito em parceria com a Cornell Tech e a iniLabs e ainda não tem data para aparecer em computadores e smartphones.
De acordo com os criadores, o processador é capaz de simular um milhão de neurônios programáveis, 256 milhões de sinapses programáveis (as sinapses são as zonas de contato entre as células nervosas e outras células) e 46 bilhões de operações sinápticas por segundo. Com essas características ele seria capaz de simular um cérebro humano, solucionando problemas baseados em hipóteses, experiências passadas e erros, como uma pessoa de verdade.
A expectativa dos pesquisadores é que o uso deste novo chip transforme a mobilidade por meio de aplicações com sensações e inteligência em aparelhos que podem caber na palma da mão, sem a necessidade de uma rede Wi-Fi.
A IBM possui toda uma área voltada para o desenvolvimento de computação inspirada no funcionamento do cérebro humano. A inspiração tem razão de ser, já que o cérebro humano, sob muitos aspectos, ainda é um grande mistério e há quem diga que não usamos nem a metade de nossa capacidade mental. A escolha das células nervosas (neurônios) também tem sua razão de ser, já que estas células possuem duas características importantes: 1) são capazes de conduzir sinais bio-elétricos por longas distâncias sem que haja enfraquecimento do impulso ao longo de seu percurso; 2) por apresentarem conexões com células musculares (lisas e estriadas), glandulares e outras células nervosas. Estas conexões permitem que sejam produzidas respostas nos músculos cardíaco, liso e esquelético, glândulas exócrinas e neurônios pós-sinápticos através da liberação de substâncias químicas específicas denominadas de neurotransmissores. Os neurônios se dispõem em cadeias celulares de transmissão e processamento de informações. Um neurônio é composto por três partes: o corpo celular ou soma que é o “centro integrador” dos neurônios, um axônio que conduz informações de saídas; e dendritos, que são numerosas projeções ramificadas do corpo celular, recebem e transmitem impulsos nervosos. São inúmeras operações por segundo, em um processo que o homem não conseguiu reproduzir, pelo menos até agora.
Algumas aplicações futuras do chip já são previstas. Uma delas são sensores no formato de folhas, abastecidos pela luz solar, que podem ser colocados em florestas e enviar dados e alertas sobre queimadas. Outro exemplo são óculos especiais que poderiam guiar deficientes visuais sem a necessidade de estarem conectados na internet. O processador foi apresentado pela primeira vez em 2011. A versão atual tem o tamanho de um selo postal e consome pouquíssima energia.

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