terça-feira, 17 de novembro de 2015

“Instabilidade política aumenta insegurança”, afirma produtor

Elevação de custos e a falta de uma política agrícola forte estão entre os problemas

Trator prepara a terra para o plantio de soja
            Dificuldade na obtenção de crédito, elevação dos custos de produção, falta de uma política forte para o agronegócio e a instabilidade política do atual momento do Brasil. Estes são alguns dos problemas enfrentados pelo homem do campo, na avaliação do produtor rural Rogério Barretti.
            Apesar do quadro não ser dos melhores, as perspectivas são boa para o futuro, segundo Barreti, que produz soja em uma área de mais de 80 alqueires, na Fazenda Santa Helena, próxima ao distrito de Rechã.
            “O produtor rural sempre enfrentou situações difíceis, não há uma política forte para o agronegócio como existe em outros países. O produtor segue em frente como sempre fez, com maior ou menor margem de lucro, devemos continuar trabalhando”, afirma o empresário, que iniciou o plantio na primeira quinzena de outubro.

Mercado
          “O mercado não vive um momento estável, o crédito está mais caro e burocrático, os custos elevados e instabilidade política aumenta a insegurança”, diz o produtor. Segundo ele, “o dólar elevado contribui a favor da soja, pois ela é um commodity quase que 100% exportado, por outro lado grande parte da matéria-prima dos insumos hoje é importada, então ganhamos de um lado para perder em outros diversos. Os custos com adubação e tecnologia ainda são os mais expressivos. É importante levarmos em consideração o aumento dos custos do combustível, consequentemente do frete e da colheita, que neste momento estão ainda mais elevados e tendem a piorar”
            Barretti conta ainda que “a soja tem a vantagem de ser negociada no mercado futuro, sendo assim podemos fechar contratos de venda ou barter (troca) antecipadamente, assim conseguimos ter uma visão melhor dos custos e da lucratividade que teremos, se tudo correr bem, é claro”.

          Ainda segundo o produtor, “Alguns mercados, como o automobilístico, por exemplo, tem previsão de retomada em 3 anos, considerando que com esta retração voltaremos ao nível econômico de 2013. É triste quando vemos que em 5 anos voltamos praticamente 3 anos para trás. No agronegócio o crédito escasso é um fator de peso, mas também é importante  considerar que a China, nosso maior comprador mundial, tem sua economia apontando para uma tendência de crescimento menor nos próximos anos, isso de certa maneira pode impactar negativamente nos preços de venda da soja a médio prazo, ainda sim as perspectivas são positivas e devemos sempre encarar dessa maneira”, finalizou Rogério Barretti.

Texto: Marco Antônio
Fotos: Divulgação

quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Prefeito Di Fiori morre aos 66 anos

Ele lutava contra o câncer   


Em nota oficial divulgada há pouco, a Prefeitura de Itapetininga informou o falecimento do prefeito Luís Di Fiori (foto). Ele estava internado no Hospital Sírio Libanês desde o começo da semana. Segundo a Prefeitura, Di Fiori passou por um procedimento médico nesta quinta-feira, mas não resistiu. O óbito ocorreu às 19h30. Ele tinha 66 anos, era casado e pai de quatro filhos. Ainda não há informação oficial sobre o local e o horário do velório.

AVC
Em novembro de 2013, Luis Di Fiori sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC) e foi internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo.
Ele passou mal e deu entrada no Hospital Regional de Itapetininga, apresentando um quadro de pressão alta. Após exames, foi constatado o AVC, que é  falta de sangue em uma área do cérebro, causada pela obstrução de uma artéria.

Trajetória
Empresário de sucesso em diversas áreas, Luis Di Fiori foi eleito em 2012 pelo PSDB e assumiu a prefeitura de Itapetininga no dia 1º de janeiro de 2013. Ele foi eleito com 36.994 votos, 48,29% do total de votos válidos. Di Fiori nasceu em Canavieiras, na Bahia. Ainda criança, aos 4 anos, veio com a família para São Paulo. Formado em Direito, era empresário dos ramos de confecção, calçados, construção civil e empreendimentos. Em Itapetininga, era do dono do único shopping da cidade.

terça-feira, 10 de novembro de 2015

“Falta de projetos deixa administração estagnada”, afirma vereador

Para Fuad Isaac, Itapetininga vive momento “triste” na administração pública

          Com mais de 30 anos de atividades na vida pública (começou ainda estudante) o vereador Fuad Isaac (foto) avalia que Itapetininga “vive um momento muito triste na administração municipal”.

          Para ele, que faz parte de uma geração de “jovens sonhadores” que fundou o Partido dos Trabalhadores em Itapetininga, a atual conjuntura política da cidade “é muito parecida com o que já foi visto nestes 25 anos. São os mesmo agentes e grupos políticos, com exceção do prefeito e de auxiliares próximos a ele”, comentou Isaac, candidato a vereador pela primeira vez em 1982, depois eleito na primeira gestão do ex-prefeito José Carlos Tardelli, em 1989, na administração Ricardo Barbará (2000-2004), Roberto Ramalho (2008-2012) e reeleito, pela primeira vez, para a administração Luiz Di Fiori (2012 a 2016), “Foram vários momentos diferentes na política da cidade, mas interessantes”, observa Isaac.
          O vereador ressalta que vê a política cada vez mais “como um balcão de negócios. “Acho que reflete um pouco o que acontece em Brasília, em São Paulo, no Paraná, no país todo, é um tal de toma lá dá cá e com isso as coisas andam. Aliás, não andam! Isso emperra a administração municipal. o prefeito tem um instinto empreendedor na área privada, mas não tem noção da área pública”.

Falta de projetos
          Lembrando que o orçamento municipal hoje está em torno de R$ 400 milhões, Fuad Isaac diz que há a necessidade da elaboração de projetos para que haja mais investimentos do governo federal. “Há muito dinheiro do governo federal para a saúde e educação. O dinheiro que vai (sob a forma de impostos) volta, mas precisa de projetos, senão os recursos são perdidos. Dá mesma forma não há projetos para infraestrutura, esporte e cultura”
          O vereador levanta alguns investimentos que foram perdidos por falta de projeto da parte da administração atual: “perdemos a reforma da (avenida) Marginal, a Unidade de Pronto Atendimento (UPA), três creches e duas escolas. Diz que vai voltar agora, mas não acredito, o dinheiro não está tão fácil quanto em 2013 e 2014. Este ano e 2016 será um pouco recessivo”.
          Além da falta de projetos para obter investimentos e obras, Fuad Isaac afirma que “falta um projeto político para o prefeito que é um empresário que tinha poder econômico e queria poder político; juntou vários inimigos em comum, que formam grupos adversários (dentro da administração). há conflitos e diferenças de pensamento, além da falta de diálogo. Assim é difícil. Não tem uma ideia para a cidade”.
          Sobre comentários que dão conta que o Executivo municipal planeja fazer grandes obras em 2016, último ano do mandato do prefeito Di Fiori, Fuad Isaac se mostra cético: “Não fizeram nada até agora e não sei se vai dar tempo de fazer, inclusive a UPA e a praça de esportes que o governo federal deu e não foi feito nada até agora. A cidade só atrasou nesses três anos. O grande problema é falta de projetos, mas ainda temos esperanças”, afirma o parlamentar.

O outro lado
          Através de nota enviada por e-mail, a assessoria de imprensa da Prefeitura informou que estão sendo recapeadas mais de 500 ruas, além da recuperação e revitalização da Marginal dos Cavalos, “uma das vias mais importantes da cidade e sonho de mais de 20 anos da população”.
          A nota destaca ainda que a atual administração trouxe grandes empresas e cita como exemplo a Danone e a Toyoda Gosei. Na área da Educação, ainda segundo a assessoria de imprensa, “estão em construção 6 novas creches e escolas, que devem gerar 1200 novas vagas.  Contratamos dezenas de novos profissionais, reformamos duas UBS´s (Unidades Básicas de Saúde) e vamos reformas várias outras.  Ano que vem deve estar pronto um novo pronto atendimento 24 horas por dia, a UPA 24h, o que vai escoar o número de pacientes do nosso Hospital Regional. Está em construção a UTI neonatal e o novo centro cirúrgico, já está pronta a nova cozinha e refeitório. Foram adquiridos novos equipamentos de imagem e entregamos 16 novas ambulâncias”.

Parque
          A prefeitura informou ainda que está sendo construído um novo parque público no bairro da Chapadinha e que está reformando o prédio do Centro Cultural, na área central da cidade. Ao contrário do que afirma a nota, o prédio histórico está interditado desde 2012 e vem se deteriorando devido à ação do tempo. Na semana em que a cidade completou 245 anos de fundação, um pedaço da parede externa do prédio caiu devido às constantes chuvas.
          O jornal Correio de Itapetininga, em um caderno especial de aniversário da cidade, afirma que R$ 300 mil foram gastos em uma restauração parcial, mas o trabalho foi interrompido em 2013. Ainda segundo o jornal, até mesmo esta restauração já precisa de reparo. De acordo com o Correio, um novo projeto de recuperação do imóvel foi apresentado em agosto de 2014, mas as obras ainda não iniciaram. Ainda segundo o jornal, a informação oficial é de que as obras, estimadas em R$ 380 mil, serão iniciadas quando a empresa escolhida devolver o contrato assinado.

Arte e Esporte
Projeto do Centro de Iniciação ao Esporte

          Na parte de cultura e esporte, a assessoria de imprensa informou que em breve deve inaugurar um Centro de Artes (CEU), “empreendimento de mais de 5 mil metros quadrados para as crianças em vulnerabilidade do nosso município, com biblioteca, teatro e pista de skate lá no Cambuí. Entre 268 cidades brasileiras, Itapetininga foi contemplada como um dos primeiros 40 municípios a receber a ordem de serviço para o início das obras do CIE-Centro de Iniciação do Esporte. A cidade está entre as oito do Estado de São Paulo, e é a única da região a receber essa ordem. As obras devem ter início em até 15 dias e fica pronta no máximo em agosto de 2016”.

Projetos
          Sobre investimentos federais no município, a assessoria informou que “existem inúmeros projetos do Governo Federal com o município e em todos eles é necessária uma contrapartida do município, ou seja, a obra é viabilizada com esforços das duas partes. Basicamente três projetos estão sendo realizados com o governo federal. Upa 24h, Cie-Centro de Iniciação ao Esporte e a Marginal dos Cavalos onde o munícipio está emprestando através de financiamento do BNDES 75% do valor da obra”. Ainda segundo a nota da assessoria de imprensa, “durante essa gestão não foi perdido nenhum recurso e todos os projetos em que o município poderia pleitear foram aprovados e estão em execução”.
          A nota oficial nega que haja falta de diálogo na atual administração, como frisou o vereador, e ressalta que “todos os projetos em que o município poderia pleitear foram aprovados e estão em execução”;

Empresas
          Sobre uma política de atração de empresas, a prefeitura informou que “ficamos entre as 50 melhores cidades do Brasil, de acordo com a Austing Rating, principal empresa de classificação de risco do país. Trocamos toda a frota de ônibus, trouxemos a discussão sobre mobilidade urbana, melhoramos o sistema de educação técnica e profissionalizantes. Formamos quase 2000 pessoas por ano, através dos cursos profissionalizantes, em diversas áreas”.
          Garantindo que a administração municipal está “aberta a quem quiser investir na cidade”, a assessoria de imprensa listou quatro grandes empresas que se instalaram em Itapetininga na atual gestão: Castrolândia Bataavo, Toyoda Gosei, Danone e JBS Alimentos, além de uma multinacional que assinou recentemente um protocolo de intenções para fixar-se na cidade.
          “Depois de acertar as finanças da Prefeitura e planejamento, aconteceu quase que de maneira natural o interesse das grandes empresas. Também batemos recorde na abertura de microempresas. Trabalhamos muito em tudo isso para melhorar a geração de melhores empregos. O Posto de Atendimento ao Trabalhador oferece centenas de novas vagas de emprego toda a semana. Todos esses novos empreendimentos em Itapetininga vão gerar, entre empregos diretos e indiretos, mais de 1500 novas vagas. Nossa taxa de desemprego é baixíssima. Nossa logística é privilegiada, estamos em uma das regiões que mais crescem no Brasil. Até o final dessa gestão vamos tentar atrair mais empresas”, finaliza a nota da assessoria.