Elevação
de custos e a falta de uma política agrícola forte estão entre os problemas
Trator prepara a terra para o plantio de soja |
Dificuldade
na obtenção de crédito, elevação dos custos de produção, falta de uma política
forte para o agronegócio e a instabilidade política do atual momento do Brasil.
Estes são alguns dos problemas enfrentados pelo homem do campo, na avaliação do
produtor rural Rogério Barretti.
Apesar
do quadro não ser dos melhores, as perspectivas são boa para o futuro, segundo
Barreti, que produz soja em uma área de mais de 80 alqueires, na Fazenda Santa
Helena, próxima ao distrito de Rechã.
“O produtor rural sempre enfrentou situações difíceis, não há uma
política forte para o agronegócio como existe em outros países. O produtor
segue em frente como sempre fez, com maior ou menor margem de lucro, devemos
continuar trabalhando”, afirma o empresário, que iniciou o plantio na primeira
quinzena de outubro.
Mercado
“O
mercado não vive um momento estável, o crédito está mais caro e burocrático, os
custos elevados e instabilidade política aumenta a insegurança”, diz o
produtor. Segundo ele, “o dólar elevado contribui a favor da soja, pois ela é
um commodity quase que 100% exportado, por outro lado grande parte da
matéria-prima dos insumos hoje é importada, então ganhamos de um lado para
perder em outros diversos. Os custos com adubação e tecnologia ainda são os
mais expressivos. É importante levarmos em consideração o aumento dos custos do
combustível, consequentemente do frete e da colheita, que neste momento estão
ainda mais elevados e tendem a piorar”
Barretti
conta ainda que “a soja tem a vantagem de ser negociada no mercado
futuro, sendo assim podemos fechar contratos de venda ou barter (troca)
antecipadamente, assim conseguimos ter uma visão melhor dos custos e da
lucratividade que teremos, se tudo correr bem, é claro”.
Ainda segundo o produtor,
“Alguns mercados, como o automobilístico, por exemplo, tem previsão de retomada
em 3 anos, considerando que com esta retração voltaremos ao nível econômico de
2013. É triste quando vemos que em 5 anos voltamos praticamente 3 anos para
trás. No agronegócio o crédito escasso é um fator de peso, mas também é
importante considerar que a China, nosso
maior comprador mundial, tem sua economia apontando para uma tendência de
crescimento menor nos próximos anos, isso de certa maneira pode impactar negativamente
nos preços de venda da soja a médio prazo, ainda sim as perspectivas são
positivas e devemos sempre encarar dessa maneira”, finalizou Rogério Barretti.
Texto: Marco Antônio
Fotos: Divulgação
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