Para Fuad Isaac,
Itapetininga vive momento “triste” na administração pública
Com mais de 30 anos de atividades na
vida pública (começou ainda estudante) o vereador Fuad Isaac (foto) avalia que
Itapetininga “vive um momento muito triste na administração municipal”.
Para ele, que faz parte de uma geração
de “jovens sonhadores” que fundou o Partido dos Trabalhadores em Itapetininga,
a atual conjuntura política da cidade “é muito parecida com o que já foi visto
nestes 25 anos. São os mesmo agentes e grupos políticos, com exceção do
prefeito e de auxiliares próximos a ele”, comentou Isaac, candidato a vereador
pela primeira vez em 1982, depois eleito na primeira gestão do ex-prefeito José
Carlos Tardelli, em 1989, na administração Ricardo Barbará (2000-2004), Roberto
Ramalho (2008-2012) e reeleito, pela primeira vez, para a administração Luiz Di
Fiori (2012 a 2016), “Foram vários momentos diferentes na política da cidade,
mas interessantes”, observa Isaac.
O vereador ressalta que vê a política
cada vez mais “como um balcão de negócios. “Acho que reflete um pouco o que
acontece em Brasília, em São Paulo, no Paraná, no país todo, é um tal de toma
lá dá cá e com isso as coisas andam. Aliás, não andam! Isso emperra a
administração municipal. o prefeito tem um instinto empreendedor na área
privada, mas não tem noção da área pública”.
Falta de projetos
Lembrando que o orçamento municipal
hoje está em torno de R$ 400 milhões, Fuad Isaac diz que há a necessidade da
elaboração de projetos para que haja mais investimentos do governo federal. “Há
muito dinheiro do governo federal para a saúde e educação. O dinheiro que vai
(sob a forma de impostos) volta, mas precisa de projetos, senão os recursos são
perdidos. Dá mesma forma não há projetos para infraestrutura, esporte e
cultura”
O vereador levanta alguns
investimentos que foram perdidos por falta de projeto da parte da administração
atual: “perdemos a reforma da (avenida) Marginal, a Unidade de Pronto
Atendimento (UPA), três creches e duas escolas. Diz que vai voltar agora, mas
não acredito, o dinheiro não está tão fácil quanto em 2013 e 2014. Este ano e
2016 será um pouco recessivo”.
Além da falta de projetos para obter
investimentos e obras, Fuad Isaac afirma que “falta um projeto político para o
prefeito que é um empresário que tinha poder econômico e queria poder político;
juntou vários inimigos em comum, que formam grupos adversários (dentro da
administração). há conflitos e diferenças de pensamento, além da falta de
diálogo. Assim é difícil. Não tem uma ideia para a cidade”.
Sobre comentários que dão conta que o
Executivo municipal planeja fazer grandes obras em 2016, último ano do mandato do
prefeito Di Fiori, Fuad Isaac se mostra cético: “Não fizeram nada até agora e
não sei se vai dar tempo de fazer, inclusive a UPA e a praça de esportes que o
governo federal deu e não foi feito nada até agora. A cidade só atrasou nesses
três anos. O grande problema é falta de projetos, mas ainda temos esperanças”,
afirma o parlamentar.
O outro lado
Através de nota enviada por e-mail, a
assessoria de imprensa da Prefeitura informou que estão sendo recapeadas mais
de 500 ruas, além da recuperação e revitalização da Marginal dos Cavalos, “uma
das vias mais importantes da cidade e sonho de mais de 20 anos da população”.
A nota destaca ainda que a atual
administração trouxe grandes empresas e cita como exemplo a Danone e a Toyoda
Gosei. Na área da Educação, ainda segundo a assessoria de imprensa, “estão em
construção 6 novas creches e escolas, que devem gerar 1200 novas vagas. Contratamos dezenas de novos profissionais,
reformamos duas UBS´s (Unidades Básicas de Saúde) e vamos reformas várias
outras. Ano que vem deve estar pronto um
novo pronto atendimento 24 horas por dia, a UPA 24h, o que vai escoar o número
de pacientes do nosso Hospital Regional. Está em construção a UTI neonatal e o
novo centro cirúrgico, já está pronta a nova cozinha e refeitório. Foram
adquiridos novos equipamentos de imagem e entregamos 16 novas ambulâncias”.
Parque
A prefeitura informou ainda que está
sendo construído um novo parque público no bairro da Chapadinha e que está
reformando o prédio do Centro Cultural, na área central da cidade. Ao contrário
do que afirma a nota, o prédio histórico está interditado desde 2012 e vem se
deteriorando devido à ação do tempo. Na semana em que a cidade completou 245
anos de fundação, um pedaço da parede externa do prédio caiu devido às constantes
chuvas.
O jornal Correio de Itapetininga, em um caderno especial de aniversário da
cidade, afirma que R$ 300 mil foram gastos em uma restauração parcial, mas o
trabalho foi interrompido em 2013. Ainda segundo o jornal, até mesmo esta
restauração já precisa de reparo. De acordo com o Correio, um novo projeto de recuperação do imóvel foi apresentado
em agosto de 2014, mas as obras ainda não iniciaram. Ainda segundo o jornal, a
informação oficial é de que as obras, estimadas em R$ 380 mil, serão iniciadas
quando a empresa escolhida devolver o contrato assinado.
Na parte de cultura e esporte, a
assessoria de imprensa informou que em breve deve inaugurar um Centro de Artes
(CEU), “empreendimento de mais de 5 mil metros quadrados para as crianças em
vulnerabilidade do nosso município, com biblioteca, teatro e pista de skate lá
no Cambuí. Entre 268 cidades brasileiras, Itapetininga foi contemplada como um
dos primeiros 40 municípios a receber a ordem de serviço para o início das
obras do CIE-Centro de Iniciação do Esporte. A cidade está entre as oito do
Estado de São Paulo, e é a única da região a receber essa ordem. As obras devem
ter início em até 15 dias e fica pronta no máximo em agosto de 2016”.
Projetos
Sobre investimentos federais no
município, a assessoria informou que “existem inúmeros projetos do Governo
Federal com o município e em todos eles é necessária uma contrapartida do
município, ou seja, a obra é viabilizada com esforços das duas partes.
Basicamente três projetos estão sendo realizados com o governo federal. Upa 24h,
Cie-Centro de Iniciação ao Esporte e a Marginal dos Cavalos onde o munícipio
está emprestando através de financiamento do BNDES 75% do valor da obra”. Ainda
segundo a nota da assessoria de imprensa, “durante essa gestão não foi perdido
nenhum recurso e todos os projetos em que o município poderia pleitear foram
aprovados e estão em execução”.
A nota oficial nega que haja falta de
diálogo na atual administração, como frisou o vereador, e ressalta que “todos
os projetos em que o município poderia pleitear foram aprovados e estão em
execução”;
Empresas
Sobre uma política de atração de
empresas, a prefeitura informou que “ficamos entre as 50 melhores cidades do
Brasil, de acordo com a Austing Rating, principal empresa de classificação de
risco do país. Trocamos toda a frota de ônibus, trouxemos a discussão sobre
mobilidade urbana, melhoramos o sistema de educação técnica e
profissionalizantes. Formamos quase 2000 pessoas por ano, através dos cursos
profissionalizantes, em diversas áreas”.
Garantindo que a administração municipal
está “aberta a quem quiser investir na cidade”, a assessoria de imprensa listou
quatro grandes empresas que se instalaram em Itapetininga na atual gestão:
Castrolândia Bataavo, Toyoda Gosei, Danone e JBS Alimentos, além de uma
multinacional que assinou recentemente um protocolo de intenções para fixar-se
na cidade.
“Depois
de acertar as finanças da Prefeitura e planejamento, aconteceu quase que de
maneira natural o interesse das grandes empresas. Também batemos recorde na
abertura de microempresas. Trabalhamos muito em tudo isso para melhorar a
geração de melhores empregos. O Posto de Atendimento ao Trabalhador oferece
centenas de novas vagas de emprego toda a semana. Todos esses novos
empreendimentos em Itapetininga vão gerar, entre empregos diretos e indiretos,
mais de 1500 novas vagas. Nossa taxa de desemprego é baixíssima. Nossa
logística é privilegiada, estamos em uma das regiões que mais crescem no
Brasil. Até o final dessa gestão vamos tentar atrair mais empresas”, finaliza a
nota da assessoria.
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