Fatores culturais e medo do desconhecido geram preconceito
Símbolo de campanha contra o preconceito |
O medo do desconhecido, aliado aos conceitos "pré-fabricados" do que é certo ou errado e imagens do que consideramos como comportamento e aparência "aceitáveis" são os pilares de uma atitude que exalta um dos piores comportamentos da humanidade: o preconceito com relação a tudo que é diferente da maneira que enxergamos o mundo. O tema é a reportagem de capa da edição deste mês da revista HADAR (Tatuí e Região).
O Brasil é o país da diversidade. Um lugar onde não existe preconceito! Aqui todos são recebidos de raços abertos, assim como faz o Cristo Redentor. Praticamente todo mundo o mundo já ouviu uma frase assim ou parecida. Mas a realidade é bem diferente. O mito do país sem preconceito caiu por terra de uma vez, principalmente com o avanço das redes sociais, onde as pessoas confundem liberdade de expressão, com direito a proferir ofensas e opiniões sobre assuntos, comportamentos e pessoas. Parafraseando a canção dos Paralamas do Sucesso, o país que está de braços abertos no cartão postal, mantém os punhos fechados na vida real. E o problema não é só no Brasil, mas certamente mundial, basta ver a crise dos refugiados e o turbilhão que ela provoca, por exemplo, na Europa. Mas o preconceito está muito mais próximo do que podemos imaginar. Veja agora alguns depoimentos de pessoas que já passaram - e ainda passam - por este constrangimento
De forma velada
A jornalista Andrea Vaz, de 31 anos, afirma que nunca se sentiu prejudicada e afirma que "nunca fui vítima de um preconceito escancarado. Posso ter sido vítima de preconceitos velados, deixando de ter algumas oportunidades por ser negra. Mas no meu dia a dia, prefiro não me ater a essas coisas. Procuro sempre ser a melhor pessoa que posso para mim, para os outros e para o trabalho ao qual estou me dedicando".
Para ela, "existem tantas formas de preconceito que é difícil elencar os pontos da questão. Um dos motivos seria uma dificuldade normal do ser humano em lidar com quem é diferente (ou aparenta ser). Depois, existem estereótipos do que é bom ou ruim e as pessoas se apegam a eles sem questionar muito. E existe algo cultural de, por exemplo, fazer piadas, criar personagens debochados e coisas assim".
A humanidade não cabe em rótulos
Perguntada sobre o que a sociedade pode fazer para minimizar ou mesmo acabar com o preconceito, a jornalista é categórica: "não sou muito otimista com a questão de acabar com o preconceito. Ele sempre vai existir. Normalmente pensamos em questão dos negros, homossexuais, estrangeiros, mas vemos discriminação com certas profissões, estilos de vida e até com o passado de uma pessoa. Por exemplo, um ex-presidiário carregará para sempre este rótulo. Mas cada um pode se empenhar para dar seu melhor, sem vitimismo, mostrando seus valores, ensinar às crianças a valorizar e respeitar as diferenças. São muitas teorias, mas na prática é difícil, já que o ser humano não cabe em tabelas e receitas prontas".
Veja matéria completa na revista HADAR
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