Renovação no Congresso
mostra insatisfação do eleitor
Eleitores votam em Itapetininga |
As eleições
do último domingo apresentaram números surpreendentes, criando alguns fenômenos
eleitorais e transmitindo um claro recado à classe política: a sociedade
brasileira está atenta e deseja mudanças, começando por tirar do poder nomes
que há décadas mandam na política nacional.
No Senado,
por exemplo, a renovação será de 85%, com 46 novos senadores (haviam 54 vagas
em disputa); dos 43 senadores que tentaram a reeleição, apenas oito conseguiram
voltar.
Na Câmara dos
Deputados, a renovação ficou em torno dos 47%. A participação de mulheres na Câmara
aumentou 51% em relação a 2014. Também houve aumento entre os candidatos que se
identificam como negros: neste ano, foram eleitos 65 candidatos, contra 52 em
2014 (um aumento de 25%). Ainda assim, apenas 4% dos eleitos para o Senado, a Câmara
e as assembleias estaduais são pretos, segundo dados do TSE. A onda de
renovação tirou de cena nomes tradicionais da política nacional, como a família
Sarney, no Maranhão, os irmãos Jorge e Tião Vianna, do Acre, e até mesmo o
petista Eduardo Suplicy, derrotado para o Senado.
Fenômenos
Segundo o G1, portal de notícias da Globo, o estado de São Paulo – maior
colégio eleitoral do país – produziu verdadeiros campeões de votos, fenômenos
que bateram recordes, obtendo milhões de votos. Três desses fenômenos são do PSL,
partido do presidenciável jair Bolsonaro.
O deputado federal Eduardo Bolsonaro, um dos filhos do candidato à
presidência, conseguiu a reeleição atingindo a maior votação absoluta do Brasil
para a Câmara: mais de 1,8 milhão de votos para o candidato;
Para o Senado, em números absolutos, também é de São Paulo o campeão na
preferência dos eleitores. Major Olímpio, do PSL, ultrapassou os nove milhões
de votos. Praticamente um em cada quatro eleitores paulistas votou nele.
Para a Assembleia Legislativa de São Paulo mais uma votação recorde. A
advogada Janaína Paschoal, na sua primeira eleição, se tornou a deputada mais
votada. Não apenas do Estado de São Paulo, mas do Brasil. A novata conquistou
2,06 milhões de votos, cerca de 200 mil votos a mais do que o deputado federal
Eduardo Bolsonaro. Com essa votação, ela poderia ser eleita, com muita folga,
para a Câmara Federal.
Janaína Paschoal foi uma das autoras do pedido de impeachment da
ex-presidente Dilma Rousseff, em 2016.
Números
Jair Bolsonaro
(PSL), obteve 49.276.897 de votos (46,03% dos votos válidos) contra 31.341.997 de votos concedidos a Fernando Haddad (PT), ou seja. 29,28% dos votos válidos. O segundo turno da
eleição presidencial está marcado para o dia 28 deste mês.
Região
Jair Bolsonaro ganhou em
Itapetininga (63,60% dos votos válidos, Angatuba (50,87%), Tatuí (61,92%),
Sarapuí (50,71), Alambari (58,78%), São Miguel Arcanjo (51,86%), Sorocaba
(59,07%), Capão Bonito (54,85%). Fernando Haddad e Geraldo Alckmin se
alternaram no segundo lugar, mas nunca ameaçaram a liderança do Bolsonaro.
Assembleia e Câmara
Segundo o G1, quatro candidatos
da região de Itapetininga foram eleitos no domingo. Destes, dois são deputados
estaduais e dois deputados federais. Eles assumem os cargos a partir de janeiro
de 2019. O mandato é de quatro anos e os deputados podem ser reeleitos
sucessivamente.
Nas eleições de 2014, a região
elegeu apenas um deputado federal: Guilherme Mussi (PP). Este ano, o número
subiu para dois. Guilherme Mussi foi reeleito e também entrou Guiga Peixoto
(PSL), de Tatuí.
Entre os deputados estaduais
foram três eleitos em 2014: Campos Machado (PTB), Edson Giriboni (PV) e Antônio
Salim Curiati (PP). Quatro anos depois, o número caiu. A região elegeu dois
representantes: Campos Machado (reeleito) e Frederico D'ávila (PSL).
Depois de vários mandatos, Giriboni
não se reelegeu, mas pegou suplência, com 59.701 votos. Estreante na política,
o Coronel Badin (PSL), que atou na Polícia Militar em Itapetininga e Região,
também conquistou a suplência, com 20,9 mil votos.
Texto e foto: Marco Antonio
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