sexta-feira, 27 de setembro de 2019

Menos de 10% dos municípios têm delegacias especializadas da mulher

Levantamento feito pelo IBGE aponta ainda que 
faltam serviços especializados de atendimento à violência sexual

Estudo traz perfil dos municípios

Em 2018, apenas 8,3% tinham delegacias especializadas de atendimento à mulher e 9,7% dos municípios brasileiros ofereciam serviços especializados de atendimento à violência sexual. A informação consta do Perfil dos Municípios Brasileiros (ano 2018), realizado pelo IBGE (instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e divulgado no último dia 25. O trabalho apresenta uma visão dos municípios brasileiros em vários segmentos, como saúde, assistência social e segurança, entre outros.
Segundo o estudo, o percentual de municípios com organismo executivo de políticas para mulheres caiu entre 2013 (27,5%) e 2018 (19,9%), chegando ao patamar de 2009 (18,7%). “Além disso, o percentual de municípios que contavam com casas-abrigo de gestão municipal para mulheres em situação de violência caiu de 2,5% em 2013 para 2,4% em 2018. Neste ano, 1.221 mulheres e 1.103 crianças foram atendidas pelas casas-abrigo, sendo que a principal atividade ofertada é o atendimento psicológico individual (74,5%). As creches são as atividades menos presentes nestas instituições (19,0%)”, afirma o IBGE.
Com relação a questão dos migrantes e refugiados, o instituto afirma que “dos 3.876 municípios nos quais se verifica a presença de migrantes/refugiados ou solicitantes de refúgio, apenas 215 oferecem algum dos serviços investigados. Apenas 48 municípios oferecem ensino de português, 25 possuem atendimento multilíngue nos serviços públicos e 58 contavam com abrigo para acolhimento”.

Assistência social e cultura
Ainda de acordo com o IBGE, “em 2018, 99,5% (5.540) dos municípios executavam algum serviço sócio-assistencial. Dentre eles, 99,8% (5.529) tinham pelo menos um serviço de proteção social básica e 82,4% (4.563), de proteção social especial”. Isto significa dizer que quase todos os municípios brasileiros desenvolvem algum tipo de atuação na área social.
O levantamento apontou também que 28.421 bens foram tombados através de legislação municipal em 2018, porém, “apenas 17,8% dos municípios transferiam recursos para bens tombados. O percentual de municípios com museus caiu de 27,2% em 2014 para 25,9% em 2018, e existência de biblioteca também caiu, passando de 97,1% para 87,7%. Além disso, as bibliotecas também foram as mais afetadas na queda da quantidade de municípios que desenvolveram programa ou ação para a implantação, reforma ou modernização de equipamentos, com uma redução de 44,2% para 36,9%”.

Saúde e educação
“Em relação à saúde, em 2018, havia 3.013 estabelecimentos municipais de saúde administrados por terceiros, sendo 58,3% administrados por organizações sociais. Em 55,3% dos municípios, os usuários da atenção básica eram encaminhados para outros municípios para realização de exames. Já no quesito internação, 60,7% dos municípios encaminhavam para outros municípios. Por outro lado, quando se trata de atendimento de emergência, 91,9% dos municípios dispunham desse serviço no próprio município”, afirma o IBGE
O estudo aponta também que a indicação política para cargos municipais é uma prática que afeta até a área da Educação, e ocorre na maioria das cidades brasileiras (69,5% ou 3.869 municípios). A boa notícia é que houve redução nas indicações políticas, se comparado com 2014, quando 74,4¨% dos municípios informaram terem feito este tipo de indicação para o cargo de diretor de escola da rede municipal. Por outro lado, o IBGE constatou que “houve aumento no percentual dos municípios cujos gestores municipais de educação tinham cursos de pós-graduação, passando 65,2% em 2014 para 69,6% em 2018”.

Inclusão produtiva e segurança alimentar
De acordo com o IBGE, “em 2018, 87,7% (4.886) dos municípios brasileiros informaram desenvolver alguma ação de inclusão produtiva, percentual inferior ao observado em 2014 (98,7% ou 5.499). Em relação à segurança alimentar, 63,3% (3.526) não possuíam órgão gestor da política de segurança alimentar e nutricional, percentual superior ao observado em 2014 (60,4% ou 3.363). Além disso, 78,2% dos municípios não tinham lei municipal de segurança alimentar e nutricional”

Emprego
A pesquisa contatou que a administração municipal, seja direta ou indireta, continua sendo um grande empregador, ocupando 6.531.554 pessoas, “um contingente equivalente a 3,1% do total da população do país e 3,2% superior ao observado em 2017. A existência de Plano Diretor foi informada por 51,5% (2.866)”.
O levantamento traz também dados sobre recursos humanos, legislação e instrumentos de planejamento, educação, cultura, saúde, assistência social, segurança alimentar, trabalho e inclusão produtiva, políticas para mulheres e instrumentos de gestão migratória. Veja mais informações no site do IBGE.

Fonte: IBGE

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