Com paixão pela arte de atuar, ela nunca desistiu de
realizar seus sonhos
No grande
palco da vida, quantos personagens uma pessoa pode viver ao longo de sua
jornada? No caso da itapetiningana Josianni Alciati (foto), de 57 anos, a resposta é:
muitos personagens.
Filha que
cuidou dos pais quando eles mais precisaram, irmã que sente até hoje a falta
dos irmãos já falecidos, esposa, mãe, artista, artesã, apresentadora e, mais
recentemente, avó apaixonada pelo neto. Estes são apenas os papéis vividos por
ela na vida.
Nos palcos,
sua grande paixão, já participou de novelas, minisséries e outros projetos da
mais importante emissora do país. Também já participou de três apresentações da
Paixão de Cristo, interpretando papéis bem diferentes em cada montagem, como
Maria, mãe de Jesus, e a esposa de Pôncio Pilatos, Claudia. Um feito
considerável se levarmos em conta que somente depois de 2013 realizou o sonho
de ser atriz profissional, com registro e tudo. Foi a concretização de um sonho
acalentado
há mais de 50 anos, mas adiado, como já dissemos, porque ela tinha
outros papéis a desempenhar na vida. Nesta reportagem especial, Josianni conta
quase tudo para o Marconews. Como todo bom filme, deixamos algumas
surpresas para os próximos capítulos!!! Será que ela vai estar em breve nas
telonas?
Primeiro trabalho na TV GLobo: novela Sete Vidas |
Quem sou eu
“Nasci em 3 de fevereiro de 1963,
filha de José Aparecido Ribas (mais conhecido como Zé Barulho) e Dilma
Aparecida Alciati Ribas, tinha dois irmãos, Giovanni e Josedil (ambos já
falecidos). Com cinco anos de idade já atuava em frente ao espelho. Sempre
sonhei em ser atriz. Era a coisa que mais queria na vida, mas como vinha de uma
família muito religiosa, na época, tudo que fazia era pecado. Imagina ser
atriz! A visão de atriz que se tinha na época. Era uma coisa que jamais eu
poderia sonhar em ser, mas, mesmo assim, eu continuei sonhando. Ninguém conseguiu
matar ou tirar esse sonho de mim. Como não podia sair pra fora estudar, aos 17
conheci meu ex-marido (João Theodoro Machado Júnior) e me casei (está divorciada
há 15 anos), aos 19 anos fui mãe da Priscila Ribas Machado e, em 1985, da
Verônica Ribas Machado”, conta Josianni.
No papel de Maria, na encenação da Paixão de Cristo |
Por 20 anos, ela foi
apresentadora de programas em emissoras locais, como a SP Sul TV (comunitária),
a TVI e a Tv Verde. Fez rádio e jornais como a Folha de Itapetininga e a
Gazeta, com o tempo passou a cuidar mais dos pais, que já estavam em idade
avançada.
O pai, Zé Barulho, foi o
primeiro a falecer. Após a morte da mãe, Dilma, em 2013, Josianni decidiu
realizar o sonho de ser atriz, incentivada pelas filhas. Antes de ir para o Rio
de Janeiro, morou seis meses em São Gabriel da Cachoeira (AM), acompanhada da
filha, Priscila, mantendo contato com tribos indígenas, como os yanomami.
Depois deste período sabático,
ela foi para o Rio, onde ficou três anos e fez vários cursos: cinema, teatro e
TV. Ela conseguiu o registro profissional de atriz (DRT). “Hoje realmente sou
atriz profissional”, conta Josianni, sem esconder sua felicidade.
Em Itapetininga, para onde voltou
para ficar com as filhas, participou de três montagens da Paixão de Cristo,
além de outras montagens com o diretor Paulo Carriel. “É difícil viver de arte
e cultura aqui. As pessoas deviam investir e valorizar mais esta área”, observa
Josianni.
Em 26 de setembro de 1979, próximo à então igreja Matriz (hoje Catedral)
em frente ao antigo casarão (já demolido) do jornalista Murilo Antunes Alves, o
irmão de Josianni, Giovanni, sofre um acidente de moto. Ela estava com 16 anos.
“Foi muito sofrido para os meus pais. Fiquei seis dias e seis noites com ele no
hospital”, lembra Josianni, acrescentando que “o Dr. Leo (Orsi Bernardes)
reservou uma sala no hospital para a família, onde ficávamos e os amigos do
Giovanni; o hospital estava sempre cheio de amigos. Aquele acidente marcou a
cidade”, conta Josianni, ressaltando que foi um dos primeiros acidentes do tipo
na cidade, envolvendo um jovem de família conhecida.
“No dia 1º de outubro,
aniversário do meu irmão, ele morre! Aí vi que a morte não era só com o outro,
acontecia com todos”, diz a hoje atriz.
José Ribas (Zé Barulho) e Dilma Alciati Ribas |
Josianni
ressalta que sempre foi uma pessoa envolvida com a cultura e a arte. “O mais engraçado
é que só fui descobrir porque gosto tanto de arte e cultura depois de adulta,
pois eu venho de uma família circense. Meu avô tinha primos que possuíam um
circo: o circo Irmãos Alciati. Então você percebe que isto está no sangue, não
tem como fugir, não é?”
Metas
“Minhas metas
para esse ano são: emagrecer, pela minha saúde mesmo, pois parei de fumar, e
continuar atuando. Tenho sonhos ainda de fazer uma participação especial em uma
novela ou em um filme ou teatro. Isso para mim vai ser muito importante, de
muita riqueza. Então meus sonhos de atuar ainda não morreram e eu vou atrás de
tudo isso”.
Josianni
afirma que se sente realizada. “eu acredito que realizei sim meus sonhos,
porque para mim é uma coisa muito grande (ser atriz) e eu senti de verdade, na
alma, que isso ia acontecer. E aí veio o Olavo, meu neto, que é uma paixão
muito grande. Ele é um pouco do meu pai, da minha mãe, do Giovanni, do Josedil.
Ele é tudo (para mim) um menino maravilhoso, assim como as minhas filhas. Eu
estava distante, no Rio de Janeiro, e resolvi voltar (para ficar perto da
família)”. Mas ela garante que, se precisar voltar ao Rio para atuar, voltará
sem problema nenhum.
Com o apresentador Airton Rodrigues |
Ela lembra
que, apesar das dificuldades e críticas, foi atrás dos seus sonhos. “Fui mesmo!
Fui com tudo! Tinha uma pessoa aqui na cidade que ficava tirando sarrinho,
dizendo que era difícil e eu não ia conseguir. Sabe aquele negativismo? Pois
olha, em uma semana fui para o Rio e já estava dentro do Projac e fiz uma
atuação na novela Sete Vidas, depois Zorra Total e figuração em Os Trapalhões”.
“Se pudesse
voltar no tempo eu faria algumas coisas diferentes, como por exemplo, lutar
mais para poder conquistar meu espaço e aproveitar minha juventude para ser
atriz. O resto faria tudo igual, como ter casado e ter minhas filhas e meu
neto. Minhas filhas hoje são minhas companheiras. Eu perdi meus pais e meus
irmãos, se não fosse minhas filhas estaria praticamente sozinha no mundo”,
afirma Josianni, acrescentando que “minha vida se resume na minha arte, minhas
filhas e neto (Olavo, de quatro anos). Ainda sou sonhadora e confio e acredito
muito nas pessoas, não guardo mágoa! Sou atriz, artesã, mãe e avó”.
Texto: Marco Antonio Vieira de
Moraes
Fotos: Arquivo Pessoal
Josianni Alciati
PARABÉNS pela reportagem . Muito rica . Querida amiga Josianni. Grande atriz . Parabéns pela bela história. Abraço.
ResponderExcluirNão saiu o meu nome. José Otávio Vasques Ayres
ExcluirObrigada pelo carinho!!
ExcluirParabéns pelas suas conquistas. Mulher quereria. Sabia e amorosa. Deus a proteja. Siga seus sonhos
ResponderExcluirGrande abraço
Muito obrigada pelo carinho!!
ExcluirQue linda sua história,mas triste pelas perdas dos familiares.
ResponderExcluirO jornalista foi muito fez ao narrar a carreira maravilhosa r a garra da Josiani, a quem tive o prazer de conhecer no programa do Airton na nossa SP SUL TV. Vocacionada para a arte, nao permitiu qur as adversidades superassem o sonho. Isso sim, é superação, uma grande pessoa do bem. Parabéns pelo sucesso.
ResponderExcluirMuito Obrigado
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