Candidato a prefeito pelo PSOL fala sobre seus planos
Vinicius Mori |
O
engenheiro, professor e ambientalista Vinícius Mori Válio afirma, em entrevista
ao blog, que caso seja eleito prefeito pretende realizar reformas
administrativas para melhorar a eficiência da máquina municipal, além de buscar
parcerias para incentivar a produção agrícola local, com foco no pequeno e
médio produtor. Seu vice é o professor Dirceu Campos. Veja agora os principais
trechos da entrevista.
Marconews - O senhor não
acha que a figura do político está desgastada nos últimos anos? O que fazer
para reverter essa imagem? O senhor não teme que essa imagem negativa o
prejudique?
Vinicius Válio - A
democracia brasileira vive uma crise de representatividade, com forte distanciamento
entre o poder público e a sociedade, pois falta transparência, acesso à
informação e meios para que a população seja ouvida e participe das decisões da
cidade. Para reverter os problemas da democracia precisamos de mais democracia.
Acredito que essa imagem negativa pese mais sobre meus concorrentes, que têm
longa vida pública e estão mais atrelados a esses problemas, eu sou o
contraponto e a novidade dessa eleição.
Marconews - Na sua
opinião, quais os principais desafios que o próximo prefeito de Itapetininga
deve enfrentar?
Vinicius Válio - O grande
desafio é afinar a máquina pública, o orçamento é curto e a demanda por
serviços passa por uma eficiência melhor dos recursos financeiros, físicos e
humanos. São necessárias grandes reformas administrativas de curto e médio
prazo, no sentido de flexibilizar e maximizar os resultados na gestão de
recursos humanos aliado a uma melhoria nas condições de trabalho dos
servidores.
Marconews - A pandemia do
coronavírus deve afetar profundamente a economia em todo o mundo. Como fazer
para superar este obstáculo? A cidade está preparada para enfrentar um cenário
novo na área de economia?
Vinicius Válio - O pior da
Pandemia deve vir no próximo ano, pois o Governo Federal não tem um projeto
para retirar a economia da estagnação que já vivíamos antes do coronavírus,
portanto a cidade deve sentir muito e, se não fosse o auxílio emergencial
garantido pela Câmara dos Deputados, que injetou milhares de reais na nossa
cidade, a situação estaria ainda mais grave. Como Prefeito já temos pensado num
pacote de medidas emergenciais, para conter o avanço da crise, primeiro
identificando locais de desperdício de dinheiro público e depois reinvestindo
esses recursos na economia local, através de obras e construções que são
necessárias, então a gente gira a roda da economia e melhora a prestação de
serviços públicos.
Marconews - O orçamento do
município em 2019 foi de quase R$ 460 milhões. E em 2020, R$ 496,8 milhões. O
senhor pretende aumentar este valor? Como?
Vinicius Válio - Esse valor
só é possível de ser aumentado em médio e longo prazo através de um projeto de
desenvolvimento das nossas produções agrícolas que podem ser transformadas aqui
mesmo no município. Nos primeiros meses de governo vamos buscar parcerias com
Universidades, Secretarias Estaduais e na própria iniciativa privada para
fortalecer esse setor que é pouco explorado e tem muito potencial de desenvolvimento
e geração de emprego e renda.
Marconews - Como o senhor
vê a cidade em termos de infraestrutura? Há algo a ser feito ou melhorado? E na
área social?
Vinicius Válio - Nossa
infraestrutura é uma pedra no nosso desenvolvimento. Se estivéssemos em uma
margem de crescimento exponencial certamente hoje teríamos grandes gargalos a
começar do nosso trânsito, mas também teríamos problemas de fornecimento de
energia elétrica. Como Itapetininga cresce devagar e sem muito planejamento
esses são problemas adormecidos que em algum momento vão acordar.
Marconews - Quais são os
seus planos para gerar emprego e renda?
Vinicius Válio - Em um país
em que o rentismo se sobrepõe a um projeto de país, estamos exportando
nossos empregos e em plena reversão neocolonial, ou seja, produzimos matéria
prima e compramos de fora os produtos industrializados, como prefeito tenho
pouco a fazer para mudar essa trajetória, mas como disse antes podemos mudar o
jogo na nossa produção agrícola, sobretudo do pequeno e médio produtor. Então
vamos incentivar e buscar parecerias para dar as condições necessárias que
surjam pequenas e médias indústrias de transformação em Itapetininga.
Marconews - Como o senhor
vê o Brasil hoje? O país tem jeito?