segunda-feira, 19 de outubro de 2020

“O grande desafio é afinar a máquina pública”, diz Vinicius Mori Válio

 Candidato a prefeito pelo PSOL fala sobre seus planos

Vinicius Mori


 

            O engenheiro, professor e ambientalista Vinícius Mori Válio afirma, em entrevista ao blog, que caso seja eleito prefeito pretende realizar reformas administrativas para melhorar a eficiência da máquina municipal, além de buscar parcerias para incentivar a produção agrícola local, com foco no pequeno e médio produtor. Seu vice é o professor Dirceu Campos. Veja agora os principais trechos da entrevista.

 

Marconews - O senhor não acha que a figura do político está desgastada nos últimos anos? O que fazer para reverter essa imagem? O senhor não teme que essa imagem negativa o prejudique?

Vinicius Válio - A democracia brasileira vive uma crise de representatividade, com forte distanciamento entre o poder público e a sociedade, pois falta transparência, acesso à informação e meios para que a população seja ouvida e participe das decisões da cidade. Para reverter os problemas da democracia precisamos de mais democracia. Acredito que essa imagem negativa pese mais sobre meus concorrentes, que têm longa vida pública e estão mais atrelados a esses problemas, eu sou o contraponto e a novidade dessa eleição.

Marconews - Na sua opinião, quais os principais desafios que o próximo prefeito de Itapetininga deve enfrentar?

Vinicius Válio - O grande desafio é afinar a máquina pública, o orçamento é curto e a demanda por serviços passa por uma eficiência melhor dos recursos financeiros, físicos e humanos. São necessárias grandes reformas administrativas de curto e médio prazo, no sentido de flexibilizar e maximizar os resultados na gestão de recursos humanos aliado a uma melhoria nas condições de trabalho dos servidores.

Marconews - A pandemia do coronavírus deve afetar profundamente a economia em todo o mundo. Como fazer para superar este obstáculo? A cidade está preparada para enfrentar um cenário novo na área de economia?

Vinicius Válio - O pior da Pandemia deve vir no próximo ano, pois o Governo Federal não tem um projeto para retirar a economia da estagnação que já vivíamos antes do coronavírus, portanto a cidade deve sentir muito e, se não fosse o auxílio emergencial garantido pela Câmara dos Deputados, que injetou milhares de reais na nossa cidade, a situação estaria ainda mais grave. Como Prefeito já temos pensado num pacote de medidas emergenciais, para conter o avanço da crise, primeiro identificando locais de desperdício de dinheiro público e depois reinvestindo esses recursos na economia local, através de obras e construções que são necessárias, então a gente gira a roda da economia e melhora a prestação de serviços públicos.

Marconews - O orçamento do município em 2019 foi de quase R$ 460 milhões. E em 2020, R$ 496,8 milhões. O senhor pretende aumentar este valor? Como?

Vinicius Válio - Esse valor só é possível de ser aumentado em médio e longo prazo através de um projeto de desenvolvimento das nossas produções agrícolas que podem ser transformadas aqui mesmo no município. Nos primeiros meses de governo vamos buscar parcerias com Universidades, Secretarias Estaduais e na própria iniciativa privada para fortalecer esse setor que é pouco explorado e tem muito potencial de desenvolvimento e geração de emprego e renda.

Marconews - Como o senhor vê a cidade em termos de infraestrutura? Há algo a ser feito ou melhorado? E na área social?

Vinicius Válio - Nossa infraestrutura é uma pedra no nosso desenvolvimento. Se estivéssemos em uma margem de crescimento exponencial certamente hoje teríamos grandes gargalos a começar do nosso trânsito, mas também teríamos problemas de fornecimento de energia elétrica. Como Itapetininga cresce devagar e sem muito planejamento esses são problemas adormecidos que em algum momento vão acordar.

Marconews - Quais são os seus planos para gerar emprego e renda?

Vinicius Válio - Em um país em que o rentismo se sobrepõe a um projeto de país, estamos exportando nossos empregos e em plena reversão neocolonial, ou seja, produzimos matéria prima e compramos de fora os produtos industrializados, como prefeito tenho pouco a fazer para mudar essa trajetória, mas como disse antes podemos mudar o jogo na nossa produção agrícola, sobretudo do pequeno e médio produtor. Então vamos incentivar e buscar parecerias para dar as condições necessárias que surjam pequenas e médias indústrias de transformação em Itapetininga.

Marconews - Como o senhor vê o Brasil hoje? O país tem jeito?

Vinicius Válio - O Brasil tem jeito, que não é o do Bolsonaro, que tenta entregar nossa soberania ao Trump, mas o nosso povo que é trabalhador vai virar esse jogo, estamos no meio de uma crise e não dá para ver o fim dela nesse momento, mas sairemos muito melhores, com desejo por mais democracia e representatividade. Tem coisas boas acontecendo no meio de tanta podridão.

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