quarta-feira, 10 de fevereiro de 2021

Artesã se reinventa durante a pandemia

 Arlete Neves criou loja virtual e vê “futuro promissor” na internet


Aos 61 anos, e trabalhando desde os 14, a artesã e professora de crochê, Arlete Santos Neves (na foto, com seus trabalhos) de Santana de Parnaíba (SP), se viu presa em sua casa de uma hora para outra, por causa da pandemia da Covid-19. Sem se deixar abater, criou uma loja virtual na internet para vender seus produtos, focando em bichinhos e personagens chamados de Amigurumi, palavra japonesa que significa criatura recheada: pode ser um bichinho, boneco, brinquedo ou objeto feitos de crochê, só que em 3D e com enchimento tipo um bichinho de pelúcia ou bichinho de feltro, a diferença é que é feito com linha e agulha.

A experiência está dando certo (ela chega a produzir cinco peças por semana) e o resultado a encoraja a manter a loja virtual mesmo após o fim da pandemia. “A tecnologia chegou para ficar e precisamos nos adaptar a ela”, afirma a artesã, que ainda possui uma máquina de costura comprada quando tinha 14 anos e mantém um perfil no Instagram (Arlete789), onde compartilha e ensina seu trabalho. Arlete é um exemplo de quem consegue mesclar tradição com a tecnologia do futuro. Veja agora os principais trechos da entrevista da artesã, que também é nadadora master premiada.

 

Pandemia


            “Quando a pandemia chegou, eu tinha conseguido um espaço na casa de Artes da minha cidade, onde eu teria uma oportunidade de ser contratada pela prefeitura para dar aulas de Artes ou de crochê, e ainda expor a maioria dos meus trabalhos em uma oficina na minha cidade”, conta Arlete Neves.

            Segundo ela, “a loja virtual já estava nos meus planos, minha única preocupação era conseguir atender a demanda, já que todo o trabalho é feito à mão, então decidi trabalhar apenas com um produto o Amigurumi. Trabalhar por meio de encomenda e com prazo de entrega”, explica a artesã, acrescentando que, “pra mim vai ser uma experiencia nova, se vou continuar depois, vai depender do resultado; vou entregar pelo correio para todo Brasil. Os pagamentos vão ser efetuados através de cartão de crédito ou débito, através das plataformas existente no mercado como PagSeguro, entre outras”.

 

Jogar para ganhar

Usando uma frase conhecida no futebol, Arlete diz que “Em time que está ganhando não se mexe, se a loja virtual me proporcionar um resultado positivo, com certeza pretendo continuar com ela. Afinal de contas, a internet faz parte do presente e de um futuro ainda mais promissor pra quem acompanhar, a tecnologia veio pra ficar, e quem se adaptar à ela com certeza tem futuro garantido de sucesso. A pandemia me prendeu em casa, mas não mudou meu ritmo de trabalho, porque amo o que faço e tive e tenho muito tempo pra criar meus trabalhos, já que tenho uma meta: criar uma peça nova por dia”, afirma a artesã, bem humorada. “Além da paixão, sou viciada (no trabalho e nas ideias de coisas novas dentro da arte) então faço com satisfação”. declara Arlete.

 

História

Arlete Santos Neves nasceu para trabalhar com arte, uma atividade que exerce há quase meio século. “Quando criança adorava a matéria de Artes, já desenhava muito bem, até ajudava outros alunos nas capas dos trabalhos que encantava as professoras. Com 14 anos comprei minha primeira máquina de costura, já que trabalhava com carteira assinada, essa máquina me acompanha até os dias de hoje Faço uma variedade muito ampla de artesanato, desde reciclagem, crochê em geral, costuras, bolsas de garrafas pet, trabalhos com feltro, pinturas em tecido, tela, madeira, decoração em garrafas”, conta Arlete, que inclui também “peças de inverno na máquina de tricô Lanofix”.

 

Amigurumi

Arlete explica que “os japoneses inventaram esse nome: Amigurumi, mas na verdade no passado eu já tinha feito bonecos e bichinhos de crochê, porque é isso que significa a palavra Amigurumi. O crochê nunca saiu de moda, o que muda são os novos fios que aparecem no mercado e as misturas de cores e pontos que estão cada vez mais presente nos trabalhos das crocheteiras”, finalizou a artesã.


Texto: Marco Antonio

Fotos: Arquivo pessoal Arlete Neves

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