Estádio Maracanã, no Rio de Janeiro |
Muito se tem falado sobre os estádios brasileiros que deverão abrigar os jogos da Copa do Mundo de 2014. Além dos milhões de reais envolvidos em mega obras de construção e/ou reforma de estádios, parece haver uma guerra de egos (e política) nos bastidores destes projetos, envolvendo o Governo Federal, os estados e municípios onde os jogos serão realizados. A toda-poderosa FIFA, entidade que comanda o futebol mundial, já fez críticas ao ritmo dos trabalhos, mas amenizou o tom nos últimos dias, talvez seja o efeito da reeleição de Joseph Blatter à presidência da Instituição. Afinal, ele estava em campanha e não queria briga com o Brasil.
O portal da copa (WWW.copa2014.org.br), colocou neste último dia 13 uma extensa matéria sobre a situação dos estádios, aeroportos e cidades brasileira que deverão receber os jogos do mundial. A reportagem é assinada por Rafael Massimino e Diego Salgado.
Os jornalistas apontam para o fato de que já se passaram 1.323 dias desde que o Brasil foi escolhido para sediar o evento, em outubro de 2007. Como faltam 1.095 dias para a abertura do mundial, no dia 13 de junho de 2014, é fácil perceber que o tempo está correndo, mas o ritmo das obras, em todas as áreas, se arrasta.
Boa parte do tempo foi perdida, segundo os jornalistas, “em problemas administrativos, questionamentos dos órgãos fiscalizadores, dificuldades de financiamento e uma série interminável de óbices nascidos da falta de planejamento”. Será que o Brasil fracassará? Esta parece ser uma resposta que só o tempo dirá.
Preços disparam
Em 2007, quando o Brasil se candidatou a sediar a Copa, a CBF – Confederação Brasileira de Futebol – apresentou um orçamento de mais de um bilhão de dólares (quase R$ 2 bi) para reformar ou construir 18 estádios. “Mas depois de escolhidas as 12 cidades-sede, em 2009, o que se viu foi uma completa inversão de rota. O custo dos estádios disparou e está na casa dos R$ 6,75 bilhões. Este valor deve subir ainda mais, já que boa parte dos contratos não prevê a compra de assentos, refletores, gramados e das intervenções ao redor das arenas”, diz a matéria do Portal da Copa, ressaltando o fato de que o aumento foi de 348% (por enquanto). O modelo de financiamento também mudou. “Apenas Curitiba, Porto Alegre e São Paulo terão recursos privados nas arenas. Ainda assim, a prefeitura da capital paranaense terá que liberar R$ 90 milhões em potencial construtivo para as obras da Arena da Baixada, enquanto a capital paulista abrirá mão de R$ 420 milhões em impostos pelo Itaquerão”.
Lentidão
Segundo a reportagem, “mesmo com a abundância de recursos, as obras avançam lentamente. Nenhum estádio conseguiu a liberação de empréstimo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que aguarda a revisão de contratos ou a apresentação dos projetos executivos”.
Mobilidade urbana
A situação neste quesito é ainda pior, de acordo com o Portal. “Entre os projetos da Copa de 2014, são os de mobilidade urbana que chamam menos atenção. Talvez por isso sejam também os mais emperrados. Das 50 obras listadas como prioritárias para melhorar o deslocamento da população e de torcedores nas cidades-sede, que chegam a R$ 11,8 bilhões, apenas duas começaram”, afirmam os jornalistas.
Mais da metade (58%) dos projetos de monotrilhos, Veículos Leves Sobre Trilhos (VLT), Bus Rapid Transit (BRT) e vias expressas tiveram atraso no cronograma. “Isso levou a presidente Dilma Rousseff a dizer que, se as obras não começarem até dezembro, serão rebaixadas do PAC da Copa para o PAC normal, perdendo condições mais favoráveis de financiamento”.
A lentidão colossal teria vários motivos, segundo alegam as cidades sede. Um dos entraves são as desapropriações. Em reunião com Dilma no mês passado, os prefeitos pediram regras mais brandas para remover os moradores. O argumento é que a burocracia estaria impedindo o avanço dos projetos. “A situação preocupa. Relatório da ONU divulgado em abril aponta que obras da Copa violaram o direito a moradia em São Paulo , Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre, Recife, Natal e Fortaleza”, afirma o Portal da Copa.
O quadro geral realmente preocupa, pois há problemas em outros setores, como aeroportos. Veja matéria completa no site WWW.copa2014.org.br
Texto: Marco Antonio
Foto: Blog Planeta Água
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