quinta-feira, 31 de maio de 2012

Nova edição da Expo Eco começa amanhã

Rio Itapetininga, um dos menos poluídos do Estado
Mostrar a realidade e os problemas relacionados à preservação ambiental, tanto no país como em nossa Região. Esta é a proposta da 12ª Expo Eco, exposição ecológica que acontece a partir do dia 1º de junho, na Câmara de Itapetininga. A abertura oficial será dia 02 de junho às 9h30 no rio Itapetininga em comemoração aos 5 anos do Projeto Rio Vivo, com a presença de autoridades, empresários, ambientalistas, serão plantadas 2.500 arvores nativas e a soltura de milhares alevinos de diversas espécies naturais do rio. O Projeto Rio Vivo existe há cinco anos, período em que foram desenvolvidas várias ações em defesa do manancial, como pesquisas e levantamento da situação da mata ciliar. Durante a realização da exposição, será lançada a nova edição do DVD SOS Rio Itapetininga.
            Coordenada pelo ambientalista Fernando Rosa Júnior, com o apoio de empresas e instituições, a exposição abordará temas como as nascentes e córregos da cidade de Itapetininga, Rio Itapetininga, destinação correta de lixo urbano, a importância da reciclagem, noções de educação ambiental, poluição do ar, poluição eletromagnética, defesa das águas, queimadas, lixo eletrônico, a situação dos animais no município
            O evento mostrará também a situação dos mananciais da Região e a importância da preservação desses rios. Para o ambientalista Fernando Rosa Junior, é urgente a necessidade de criação de políticas municipais de preservação do meio ambiente e principalmente das águas, o que pode contribuir para garantir o abastecimento de água à população no futuro.
            A questão do desenvolvimento sustentável como alternativa para o crescimento das cidades também é um dos pontos a serem abordados no evento, que contará ainda com palestras voltadas para estudantes e a população.

terça-feira, 15 de maio de 2012

Programa Cidades Sustentáveis será lançado hoje em Itapetininga





Transporte público em Curitiba (PR): exemplo a ser seguido
Acontece logo mais, a partir das 20 horas, no plenário da Câmara de Itapetininga, o lançamento do Programa Cidades Sustentáveis, que propõe a adoção de medidas e ações para melhorar a qualidade de vida  das pessoas e garantir um crescimento sem agressão ao Meio Ambiente e socialmente mais justo. O projeto conta é uma iniciativa do instituto Ethos e da OCA,organização não-governamental ligada à cultura e ao Meio Ambiente. O evento deve contar com a participação de convidados, autoridades e prováveis candidatos a prefeito e vereador nas eleições de outubro próximo.




sábado, 5 de maio de 2012

Ex-combatente fala sobre a Guerra

Neste dia 5 de maio, é comemorado o dia do Expedicionário e do ex-combatente. A data lembra os brasileiros que lutaram na Segunda Guerra Mundial (1939-1945) e que ajudaram a vencer o poderoso exercito alemão, principalmente na Itália.
            Prestes a completar 90 anos (no dia 4 de julho), o itapetiningano Vitório Nalesso (foto) é um dos muitos homens que foram convocados a lutar na Europa. Desde meados de 1944, até o fim da guerra, em maio de 1945, Nalesso treinou muito para entrar em combate. Ele e outros pracinhas precisaram passar por uma série de exames e exercícios.
            Nascido no bairro da Chapadinha, Nalesso ajudava o pai na roça quando, aos vinte e poucos anos, “fui chamado para servir o Exército Nacional, junto ao 5º Batalhão de Caçadores, sediado em Itapetininga”, lembra o ex-pracinha. Ele se apresentou no dia 5 de março de 1944 e foi incorporado no dia 25 desse mesmo mês. Vitório Nalesso ficou no 5º BC até junho de 44, quando foi para São Paulo, no 4º Regimento de Infantaria, onde fez os exames para entrar na FEB (Força Expedicionária Brasileira).
            Após cerca de 10 dias, Nalesso foi transferido para a cidade paulista de Caçapava, onde realizou treinamento, e daí para o Rio de Janeiro, na Vila Militar, sendo incorporado ao 11º Regimento de Infantaria, onde realizou mais treinamentos e exames médicos, até embarcar para Itália no dia 22 de setembro. No dia seis de outubro de 1944, os brasileiros chegaram no porto de Nápoles, e daí foram transferidos para navios menores, que os transportaram para o norte da Itália, onde lutariam contra os alemães.
            Mais de cinco mil homens chegaram em Livorno, onde os brasileiros permaneceram durante um mês, “tomamos bastante conhecimento sobre as armas que usaríamos e de como era a guerra na Itália”, conta Nalesso. Segundo ele, os brasileiros deixaram o país sem saber direito o que era a guerra. Ao todo, mais de 10 mil brasileiros chegaram para lutar na Itália nos navios que levaram Nalesso e outros itapetininganos.
 Clima terrível
            Logo na primeira noite em solo italiano, o primeiro problema: uma forte chuva surpreendeu os brasileiros, o acampamento, montado próximo a um rio, foi inundado pelas águas do manancial, que transbordou. Os pracinhas tiveram que correr para desmontar as barracas e buscar um ponto alto para ficar. Com a chuva forte, não adiantava montar as barracas de novo. O jeito foi ficar na chuva mesmo, esperando ela passar.
            Alí já deu para sentir como seria o clima na Itália, que por sinal judiou muitos dos brasileiros, acostumados com o calor. Além da chuva, os pracinhas também enfrentaram o frio, que chegava a 22 graus negativos. “Era terrível, uma coisa que a gente nunca tinha experimentado”, lembra Vitório Nalesso. Ele recorda ainda que o gelo tomava conta das trincheiras, que precisavam ser limpas constantemente.
 Equipamento
            O ex-combatente é taxativo ao afirmar que, se dependesse do equipamento bélico nacional, o soldado brasileiro “teria que voltar para casa”. Ao contrário dos brasileiros, os americanos tinham os melhores equipamentos. “Quando eles iam para a frente de batalha, era até bonito de ver; parecia que iam para um desfile, de tão bonita que era a farda”. Além disso, quando tinham que descansar, eles realmente deixavam a linha de frente e iam para as cidades mais próximas. “Nós não podíamos fazer isso. Os brasileiros dormiam e descansavam ao relento, e ficávamos a semana toda sem trocar uma peça de roupa e sem tomar banho”. Os alemães, por sua vez, também tinham um bom equipamento, além de terem homens mais experientes em combate. “Eram valentes, mas não enfrentavam o brasileiro na baioneta”.
Nalesso durante campanha na Itália
            Foi somente em Livorno que os pracinhas tomaram contato com as armas que usariam, como a metralhadora .50, a qual seria operada por Nalesso. A medida que avançavam, o inimigo estava mais próximo. “E os alemães lutavam duro”, lembra Vitório Nalesso. Para evitar serem atingidos por tiros e granadas do inimigo, os brasileiros avançavam durante a noite.
 Morte e oração
            Mas mesmo avançar de noite era um perigo, pois os alemães costumavam jogar granadas nos brasileiros. Foi assim que um artefato desses explodiu próximo a Nalesso, que seguia com seu pelotão para a linha de frente. Ele não foi atingido por estilhaços, mas caiu em cima de uma caixa de munições que levava. Até hoje ele tem problemas no ouvido direito por causa da explosão do artefato.
            Ainda por causa da explosão, ele acabou se separando de seu grupo. Sozinho em meio a escuridão, resolveu voltar pelo caminho que tinha feito. Eram cerca de duas da manhã. Ele seguia o som da artilharia. Vitório Nalesso conseguiu voltar ao quartel general da companhia, onde descansou e comeu (um café da manhã reforçado, segundo ele) antes de voltar para junto do seu grupo.
            Orientado por um oficial, seguiu por uma estrada, indo atrás de seus companheiros. Ao chegar próximo a um túnel, ele percebeu que a agua que corria pelo chão estava misturada com sangue.
“De longe, no escuro, vislumbrei o vulto de uns homens na beira da estrada, chamei forte: Aí tigrada, a cobra vai fumar e ninguém respondeu...Então me aproximei e vi que estavam mortos; levei um choque; o sangue que escorria era o que estava deixando a água turva. Eu coloquei minha mochila no chao, rezei e depois continuei meu caminho”. Nalesso acredita que eram soldados brasileiros mortos em combate que haviam sido deixados alí por seus companheiros, para que fossem levados de volta para o acampamento.
            O ex-combatente lembra ainda que o primeiro brasileiro a tombar na guerra era de Itapetininga: Joaquim Antônio de Oliveira, nascido no bairro Chapada Grande e integrante do 6º Regimento.
            O reencontro com seus amigos foi festivo e Nalesso conta que integrantes de seu pelotão já estavam à sua procura. O pracinha itapetiningano então foi para a frente de batalha, lutando até o fim da guerra.

Mulheres e crianças
Nalesso conta que os soldados tinham pouco contato com a população, nessa época constituída por mulheres, crianças e velhos, principalmente, pois os alemãs levaram os homens para lutar na guerra. Neto de italianos, ele conseguia compreender o que as pessoas falavam. E muita gente pedia comida, E os brasileiros repartiam a comida com a população, “que há muito tempo já não tinha o que comer”.
Com o fim da guerra, os brasileiros tomaram conhecimento da triste situação do povo italiano e da violência cometida pelas tropas alemãs contra a população.
Texto e Foto: Marco Antonio

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Os desafios de pedalar nas cidades


Pedalar com os amigos com o objetivo de melhorar o condicionamento físico, emagrecer, ou simplesmente passear e curtir a paisagem. Cada vez mais pessoas estão se unindo em grupos de ciclistas para rodar pelas ruas da cidade e estradas da Região.

Maneco, Cacaio e Elias: Ciclistas se reúnem para o passeio
          Além de melhorar a qualidade de vida dos adeptos deste esporte, o ciclismo contribui para a Saúde do planeta, pois reduz a emissão de gases poluentes. Para muitos esportistas, a tendência é aumentar o número de pessoas que usam as bicicletas como meio de transporte, o que significa uma melhora no tumultuado trânsito das cidades brasileiras. A falta de estrutura nas cidades e desrespeito por parte de alguns motoristas, porém, são apontados como as principais dificuldades enfrentadas pelos ciclistas.

          “O condicionamento físico e a qualidade de vida melhoraram 100%”, garante Elias Souza, que há seis anos pratica o esporte. “É a sensação de liberdade na estrada; o vento batendo no rosto e o desafio” conta o ciclista quarentão, ressaltando que o ciclismo é uma paixão desde os tempos de criança.

          O grupo de Elias pedala pelo menos duas vezes por semana, mais frequentemente nos finais de semana. “A gente faz um alongamento básico (antes de começar o passeio)”, conta Elias. Eles já participaram em duas edições da prova conhecida como Audax, de longa distância e resistência, nas cidades de Florianópolis (SC) e Boituva. “Participamos das etapas de 200 e 300 km”, disse o ciclista.

          Outro integrante do grupo, Manuel (conhecido como Maneco) revela que os participantes já foram até cidades como Cananéia e Iguape. O uso de equipamento de segurança, como capacete e roupas refletivas, é obrigatório.

Perigo

          Apesar de andarem pelas estradas da Região (usando o acostamento) os ciclistas afirmam que o perigo maior está na área urbana das cidades, pela falta de estrutura (ciclovia), mas principalmente pela falta de respeito de alguns motoristas. “Não respeitam nem o ciclista e nem o pedestre”, afirma Maneco.

          “O ideal seria que uma ciclovia acompanhasse os principais corredores de tráfego da cidade”, observa Elias. Para ele, a tendência é de aumentar o uso de bicicletas nas cidades em todo o mundo, “Mas para isso é preciso que o ciclista tenha a segurança de uma ciclovia”.

Mulheres

Meninas da Equipe Dedo de Moça
          Fundada por três amigas em 2011, a equipe Dedo de Moça Ciclismo conta atualmente com 50 integrantes, ou Pimentas, como elas se denominam. E o número continua aumentando, inclusive com a chegada dos homens. O objetivo da equipe é “a melhoria da qualidade de vida, através do ciclismo, promovendo a união, aumentando as amizades e a participação de mulheres no ciclismo”, segundo Lílian Ferreira, uma das fundadoras da equipe, ao lado de Adriana Rodrigues e Bruna Milena.

 Atividades

Entre as atividades exercidas pelo grupo estão: passeios ciclísticos pela cidade com visitação a vários pontos,(praças, comércio que queiram participar dos passeios etc...) em sítios e chácaras da redondeza, em finais de semana e passeios noturnos.

Apesar de participarem de competições e eventos, as meninas têm seu foco voltado para o Cicloturismo e já realizaram viagens longas, indo para cidades do litoral, como Santos e Cananéia. Para divulgar suas atividades, a equipe usa as redes sociais, como o Facebook, Twittere Instagram.


Começo

A semente do que viria a ser a equipe foi plantada lá atrás, no ano de 1992, quando Lílian e Adriana estudaram juntas. O tempo passou e cada uma seguiu seu caminho até que, em 2009, Adriana conheceu Bruna, que comçou a andar de bike para emagrecer; enquanto isso, Lílian procurava companhia feminina para seus passeios. Não demorou para o trio se encontrar em uma rede social. Assim, em março do ano passado as três Pimentas realizaram o primeiro passeio juntas, dando a pedalada inicial na equipe, que já conta até com patrocínio de algumas empresas da cidade.

Texto: Marco Antonio
Fotos: Marco Antonio e Equipe Dedo de Moça

terça-feira, 1 de maio de 2012

Um ídolo inesquecível e incomparável

Neste dia 1º de maio, completa-se 18 anos da morte de Ayrton Senna, um dos maiores ídolos que o Brasil e o mundo conheceram. Várias homenagens e lembranças do triste episódio que resultou no falecimento do piloto acontecem neste dia, que também é feriado internacional do trabalho.
O Marconews participa das homenagens e reproduz uma entrevista emocionante com dois fãs do piloto: o primeiro é Jorge Telles (foto) um apaixonado pela Fórmula-1 e fã incondicional de Ayrton Senna. Telles faz parte de um grupo que anualmente prestigia o GP do Brasil. Atualmente assessora parlamentar, Leila Rosana Meira trabalhava como repórter no dia do acidente. Ela se lembra exatamente do que estava fazendo quando o piloto bateu na curva Tamburello. Suas lembranças são repletas de emoção. Leia agora a entrevista.
Em uma época em que ídolos e heróis são personagens cada vez mais raros, perder um deles causa comoção em todo o mundo. Em uma era em que a inversão de valores é cada vez mais comum, a morte de um ídolo, de um exemplo, de alguém que é referência para o resto da humanidade, deixa marcas profundas nos corações dos homens.
Muitos brasileiros, e até estrangeiros, lembram com exatidão onde estavam e o que faziam no dia primeiro de maio de 1994, dia do Grande Prêmio da Itália de Fórmula-1 e data da terrível tragédia, quando Ayrton Senna da Silva bateu na curva Tamburello.
          “Eu estava almoçando na casa da minha mãe e assistindo a corrida quando aconteceu o acidente”, lembra o motorista Jorge Idálio Telles, 50 anos de idade e há 30 acompanhando a Fórmula-1. Ele faz parte da Turma da Placa dos 100, torcida organizada que possui cerca de 250 integrantes, a maioria de Itapetininga, mas também reúne pessoas de outras cidades e até de outros estados. Todos apaixonados pelo esporte. O nome, Turma da Placa dos 100, é uma referência ao local do autódromo de Interlagos aonde a galera costuma ficar.
          Jorjão, como é conhecido, lembra que, logo após o acidente os amigos começaram a chegar à sua residência. Todos muito emocionados. O acidente encerrou uma carreira vitoriosa, com três títulos mundiais, e seguida por Jorjão praticamente desde o início, na década de 80.
          “Eu acompanhei a carreira de Ayrton Senna desde 83, quando ele disputou dois campeonatos da F-3 inglesa, em um ele foi campeão e no outro ele foi vice. Isso possibilitou a ascensão dele para a Fórmula-1, onde ele começou a correr em 1984”, conta o fã, acrescentando que na Inglaterra, no campeonato de 83, Ayrton Senna ganhou 11 das 12 provas e fez 12 pole position (quando o piloto larga em primeiro).
          Jorge Telles recorda que Senna chegou à Inglaterra em 1982, após ser vice-campeão mundial de kart no ano anterior. “O Ayrton era obcecado pela vitória, pela perfeição. Se errava em algo, voltava e fazia 50 vezes até ficar perfeito. Ele se recriava em cima dos seus erros. Tudo eu vi nesses 30 anos de F-1, ninguém chegou nem perto dele. Tanto é que faz 18 anos que ele morreu e ainda se fala nele. Você vai até o Japão, por exemplo, e ele é idolatrado lá. Tem até museu”.
Conhecendo o ídolo
Fão de Senna no GP Brasil 2033
          Ressaltando que nunca foi do tipo de fã pegajoso, daqueles que não deixa o ídolo nem respirar, Jorjão conta que, por duas vezes, se encontrou rapidamente com Senna.
          A primeira foi em 1987, no GP do Brasil, então realizado no Rio de Janeiro. “Eu fique hospedado no mesmo hotel dos pilotos, só que, do 12º andar pra cima, ficava o pessoal da F-1, e nos andares abaixo, os clientes comuns. Em uma de minhas andanças encontrei com ele e disse que tinha andado 600 km só para vê-lo e disse que queria ganhar alguma coisa. Então ele tirou o boné do Banco Nacional que usava e colocou na minha cabeça”. O boné, por sinal, “está muito bem guardado”, segundo Jorjão, que não permite que ninguém o use.
          O segundo encontro aconteceu já na fazenda de Ayrton, em Tatuí, durante um churrasco, promovido pelo pai do piloto, Milton Senna. “Eu nunca fui de assediar, mas gostaria de ter tido a oportunidade de abraçar o Ayrton e dizer o quanto ele contribuiu com o país, e não só com o automobilismo. Para a minha geração, ele foi o último e mais completo ídolo. Eu estou com 50 anos e nunca vi ninguém como ele”, afirma Jorjão.
          Para o fã, a admiração por Ayrton Senna se deve ao comportamento e atitudes do piloto dentro e fora das pistas. “Porque ele era um cara tão completo, que atingia todas as pessoas, não apenas no esporte, mas em tudo que fazia. Minha irmã morava na Alemanha na época e mandava muita coisa para gente. Ele era exaltado no mundo inteiro; o Ayrton era uma pessoa que pagava tratamento de saúde de crianças, mas pouca gente soube disso”.

Marca indelével
          Jorge Telles conta que o piloto teve um derrame facial e por isso conheceu o Departamento de oncologia do Hospital das Cínicas, em São Paulo. “Ele só se tratava no Brasil”, diz o fã, lembrando que o ídolo ajudou o hospital, mas o fato só veio à público após a sua morte. “Hoje, você vê a marca dele no andar inteiro, mas a gente só ficou sabendo depois que ele morreu”. O Instituto Ayrtton Senna, por exemplo, era um projeto que o piloto já vinha amadurecendo há algum tempo e foi concretizado por sua irmã, Viviane. “O Ayrton queria ajudar mais do que já fazia”, afirma Jorjão.
          “Por onde ele passava, deixava uma marca. As pessoas as vezes brigavam com ele, mas depois, lá na frente, viam que era uma obsessão pro bem, não para o mal. Foi assim com o próprio Alain Prost”, conta o fã. O piloto francês foi o grande adversário de Senna nas pistas e fez questão de comparecer ao velório do brasileiro. “A briga dos dois era na pista, na competição, e não de pessoa para pessoa. O Ayrton não tinha nada contra o Prost pessoalmente, só não gostava do modo como ele competia”.
          Para Jorjão, se Michael Schumacher tivesse competido com Ayrton Senna, a história do alemão (heptacampeão da categoria) seria outra. “Ele não teria chance de competir nas grandes equipes. Além disso, o Schumacher não teve adversários à altura e, quando teve, trapaceou para vencer. Todo mundo sabe que ele procurou Damon Hill no retrovisor para bater e assim ganhar o campeonato”, afirma Jorjão, com a autoridade de quem tem 160 horas de gravações de corridas. Há ainda um detalhe: nas quatro corridas que disputaram juntos, o piloto alemão não conseguiu ultrapassar o brasileiro.
          Para fã, o valor de Senna, além do talento do piloto, está no fato de que, em sua época, ele competiu e ganhou de grandes equipes e pilotos como Prost, Nigel Mansell, Riccardo Patrese e Nelson Piquet, entre outros.
          Sobre o fim de semana fatídico do acidente, Jorge Telles lembra que foi atípico. “No acidente do Rubinho, ele pulou o muro do hospital e foi ver como ele estava e foi o Ayrton que informou os jornalistas sobre o estado do Rubinho”. Ele também já reivindicava mais segurança no esporte. Para Jorge Telles, novos e bons pilotos surgirão na F-1, “mas o Ayrton é uma pagina a parte. Tudo que se faz hoje no esporte, se lembra dele”, diz o fã, que a cada cinco anos coloca outdoors na cidade, lembrando a morte do ídolo, com a seguinte frase: Eterno como a emoção. Os outdoors são custeados com a ajuda de empresários locais.

Lembranças
          A assessora parlamentar Leila Rosana Assunção de Meira estava trabalhando naquele 1º de maio de 94, como repórter, e se lembra muito bem o que fazia no momento do acidente.
          “Estávamos fazendo matéria para o primeiro exemplar do jornal O Popular, ainda no Bairro do Tupy, hoje distrito, estávamos entrando em um estabelecimento comercial lá, mais precisamente Bar do Manuel Português. Acho que foi uma perda irreparável, talvez a mais sentida até hoje no Brasil e no mundo”.
Leila, que também é conhecida pela sua paixão pelo Corinthians, conta que sempre acompanhou a carreira do ídolo. “Assistia todas as corridas, inclusive as de madrugada, participei da TAS- Torcida Ayrton Senna e IAS- Instituto Ayrton Senna,  que sempre foram coordenados pela sua irmã Viviane”.
Ela lembra do acidente “como se fosse hoje, isso foi uma coisa que não só parou o Brasil, mas como todo o mundo, que eu saiba, nenhuma morte entristeceu tanto o Brasil e o mundo como a de Ayrton Senna da Silva, aquele trágico 1 de Maio, ficará para sempre na memória do mundo”.
Para Leila, “as corridas e os domingos acabaram, não existe mais prazer em assistir uma corrida de Fórmula 1, quem não se lembra de Ayrton e não se emociona? Eu, com certeza, me emociono todas as vezes, é uma triste lembrança, a comemoração de seus 50 anos, se vivo estivesse, mas o belo exemplo de Senna, passou a ser seguido por seus pais Neide e Milton, e principalmente sua irmã Viviane, que deu  seqüência aos projetos sociais, levantados por Senna, mesmo após 17 anos de seu falecimento”, finaliza Leila.

Matéria reproduzida da revista Hadar (maio de 2011)