Plantação de soja em Itapetininga |
Levantamento
realizado pelo Instituto de Economia Agrícola, órgão ligado à Secretaria de
Agricultura do Estado de São Paulo, mostra que o agronegócio tem contribuído
para manter o equilíbrio nas contas relativas ao comércio exterior, tanto em
nível estadual quanto nacional.
Segundo técnicos do IEA, quando os
números do agronegócio são excluídos das contas – que já apresentam déficit em
relação a 2012 – o desempenho da balança comercial brasileira é ainda pior. A
força de São Paulo nesse segmento pode ser percebida quando se nota que o
estado responde por quase um quarto das exportações do setor. E o Sudoeste
Paulista contribui para este quadro, já que o 1º PIB agrícola do estado está
aqui, no município de Itapetininga.
Mas,
segundo empresários e técnicos, o bom desempenho do setor poderia ter mais
reflexos positivos na economia das cidades se houvessem mais políticas
públicas de incentivo à produção agropecuária e mais atenção com setores como
citricultura e cafeicultura, por exemplo, que são grandes gerados de riqueza.
Opiniões
Para Fábio Miranda, publicitário e
empresário do setor de agronegócio, o salto do segmento se deve à maior
exportação. “O Brasil está exportando grande parte da produção agrícola e
pecuária. O resultado reflete diretamente no saldo da balança comercial.
Infelizmente, o mercado interno não é beneficiado pela produção recorde (mais
uma vez)”.
O empresário lembra que Itapetininga
possui o primeiro PIB agrícola de São Paulo e o sétimo do Brasil. “Mas o
problema é o pouco valor agregado na cidade. Poderia haver, por parte dos
poderes públicos, uma visão gerencial para perceber a verdadeira vocação da
cidade e região, implantando centros de comercialização, programas de incentivo
à instalação de agroindústria e, ainda, investimentos da formação de
mão-de-obra específica para o Agronegócio. Registre-se o belo trabalho da FATEC
com curso de tecnólogo em Agronegócio – recente, mas promissor”.
Miranda ressalta ainda que, no caso
de Itapetininga, “Grande parte da economia está ligada ao agronegócio. Existe
um avanço no comércio e serviços, devido ao capital injetado pelo agronegócio,
mas poderia ser muito maior se houvesse políticas públicas de incentivo à
verdadeira vocação da região”. Apesar dos pesares, o empresário está otimista
com relação aos próximos meses, confiante na demanda do mercado internacional,
apenas ressalva que “poderia haver maior valor agregado à produção de
alimentos”
Mais atenção com alguns setores
Luís Carlos Magaldi Filho, gerente comercial da
Technes Agrícola Ltda, na cidade de Tatuí, avalia que “A balança do agronegócio
paulista é medida principalmente em função daquilo que o estado exporta, e de
quanto isso contribui na balança comercial nacional. No primeiro quadrimestre,
houve um grande saldo positivo nas exportações do setor sucroalcooleiro, do
complexo soja, nos produtos florestais ligados à matriz energética e até nos
sucos, onde se destaca o suco de laranja, apesar da imensa crise em que se
encontram os citricultores de São Paulo. O saldo positivo é muito importante,
porque obviamente movimenta a economia, mas é muito importante que alguns
setores (citrícola e cafeeiro, por exemplo), grandes geradores de riqueza,
tenham uma atenção totalmente diferente da que estão tendo por parte do governo
hoje, sob pena de sérias distorções na economia em um curto prazo”.
Veja matéria completa na edição de junho da revista Hadar
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