Ação seria uma retaliação contra a
morte de
suposto traficante, ocorrida na Zona Norte de São Paulo
A
Polícia Civil identificou e deteve suspeitos de determinarem toque
de recolher e de atacar ônibus na última terça-feira na Zona Norte de São
Paulo. A informação foi confirmada ontem pela Secretaria da Segurança Pública
(SSP). Está sendo investigada a possibilidade de a ação criminosa ter sido
orquestrada para vingar o assassinato de um traficante, neste domingo.
Segundo
o governo, quatro pessoas, sendo dois adolescentes, foram detidos por suspeita
de ordenarem comerciantes a baixarem as portas. Eles acabaram responsabilizados
por associação criminosa. Os maiores ficarão presos e os adolescentes serão
apreendidos e levados a uma unidade da Fundação Casa, onde passarão por medidas
socioeducativas.
Outras
12 pessoas foram identificadas por suspeita de participação nos ataques
incendiários a veículos, segundo informou o G1, portal de notícias da Tv Globo.
Um ônibus e um carro foram queimados a 200 metros da sede do Departamento
Estadual de Investigações Criminais (Deic), da Polícia Civil. Entre os
suspeitos, cinco são adolescentes. A polícia tenta localizá-los.
Outros ataques
Além
da Zona Norte, a Zona Leste da capital, mais Osasco e Cubatão registraram ações
criminosas contra veículos na terça-feira. A polícia investiga se os casos têm
relação e se também teriam sido motivados pela prisão de um criminoso na terça.
Márcio Geraldo Alves Ferreira, o Buda, estava foragido desde 2010.
Retaliação
A morte de um suposto integrante da
facção criminosa que age dentro e fora dos presídios paulistas, ocorrida na
noite do último domingo, seria o estopim para uma nova onde de ataques contra
ônibus e policiais, segundo boatos que circularam por bairros da Zona Norte da
Capital paulista e através de mensagens de áudio enviadas através do aplicativo
Whatsapp.
Embora a autenticidade das mensagens
não tenha sido confirmada pelas autoridades, o Marconews recebeu quatro desses áudios. Em um deles, um homem que
se identifica como irmão do rapaz assassinado “convoca” outros integrantes da
facção para os ataques. "Quero dizer aí pra todo o pessoal que faz parte
da facção que hoje (...) vai reunir todo mundo aí e a gente vai fazer um
'alvoraço', hein? Só lembrando que o pessoal que mora aí na redondeza, pra
guardar carro, o que for. A gente vai sair tacando fogo em tudo".
Em outra mensagem, um homem que
parece ser policial avisa que os bandidos tentariam assassinar um policial
militar que mora em um conjunto habitacional na Zona Leste. “Fica ligeiro aí”,
avisa o homem.
Morte em pizzaria
Segundo
o G1, portal de notícias da Globo, todos os arquivos de áudio citam a morte de
Jeorge Vieira Ponciano, conhecido como JJ, em uma pizzaria no domingo. Ele é
identificado como o homem de 39 anos que morreu após ser baleado em uma
pizzaria, no Jardim Brasil, Zona Norte de São Paulo. Ele estava no
estabelecimento, na esquina da Rua Tosca com a Avenida Roland Garros, quando
dois homens passaram em duas motos atirando, de acordo com a polícia.
Ordem
A ordem para atacar policiais teria
partido do chefe do tráfico no Jardim Ângela, segundo outra mensagem de texto
que também circulou na terça-feira e à qual o blog também teve acesso. De
acordo com a mensagem, a missão – matar três policiais até sexta-feira – teria
sido dada a dois novos integrantes da organização criminosa. Também não há como
confirmar a veracidade dessa mensagem.
Toque de recolher
Ainda conforme o G1, o comércio
fechou mais cedo em bairros da Zona Norte da cidade de São Paulo na tarde de
terça-feira após boatos de toque de recolher circularem entre lojistas e também
por grupos de Whatsapp.
Os
comerciantes de bairros como Jardim Brasil, Parque Edu Chaves, Vila Ede, Vila
Medeiros, Vila Sabrina e Vila Guilherme fecharam as portas a partir das 15h.
A cerca de 10
km de distância do ponto onde o comércio encerrou as atividades mais cedo, um
ônibus foi incendiado na Avenida Zaki Narchi, 125, no Carandiru. A Polícia diz
que ninguém ficou ferido e apura os motivos do ataque.
Por
conta dos boatos, o comércio e até instituições e serviços fecharam mais cedo
nos bairros citados nas mensagens. Pessoas passavam apressadas pelas ruas e
policiais de armas em punho abordavam suspeitos. Até escolas lideraram os pais
para pegar os filhos mais cedo, se desejassem.
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