Bispo diocesano fala
sobre a situação do país
Dom Gorgônio Alves da Encarnação Neto
(foto) bispo da Diocese de Itapetininga e Região, comenta a situação do Brasil
em entrevista exclusiva para a Revista Atenas. Para o religioso, o país está sendo passado a
limpo” no que diz respeito à corrupção. Ele ressalta, porém, que a corrupção
está enraizada na cultura brasileira, “nos altos escalões e na mentalidade do
povo; aquela história de levar vantagem, de fazer tudo pelos seus interesses”.
Na avaliação do bispo, no centro da
crise moral e ética que o país – e o mundo – vive hoje, está o que classificou
de “ditadura do relativismo, onde cada um tem a sua verdade individual e
subjetiva, Não existe uma verdade objetiva. É o individualismo que impera. Esse
relativismo ético gera uma crise moral; a sociedade fica descaracterizada de
valores e isso gera o desrespeito à vida e à dignidade humana”.
Ainda na avaliação de dom Gorgônio,
esta situação produz um sentimento de descrença na justiça e na aplicação das
leis e, por outro lado, a certeza de impunidade, o que leva muitas pessoas a
tentarem “fazer justiça com as próprias mãos, gerando uma mentalidade de
desrespeito à vida”.
Cultura solidária
Para mudar este panorama, dom
Gorgônio acredita que é necessária a implantação de uma cultura solidária,
onde as pessoas aprendam a servir, a se abrir para o outro. “As pessoas
precisam experimentar o amor de Deus; se sentirem amadas para amar. Quem não
sente isso não pode amar, não pode abrir-se para o outro”,
É neste sentido, de passar valores
éticos e morais, orientação e fazer com que as pessoas valorizem a vida e a dignidade humana, que
não apenas a igreja católica, mas todas a religiões e denominaçãoes religiosas
podem contribuir para a implantação de uma cultura solidária, de servir ao
outro e melhorar a sociedade, segundo entende o bispo,
“Hoje, o individualismo coloca os meus
interesses acima dos outros e nega o valor da solidariedade, da educação e do
respeito. Quando a pessoa antes de fazer algo pergunta o que ganho com isso,
descaracterizou a gratuidade desse ato, lembrando que o amor de Deus é
gratuito”, afirma o religioso,
Para dom Gorgônio, a Igreja Católica,
assim como as evangélicas, tem “crescido em maturidade; o cristão hoje
participa de forma mais responsável e com convicção, com compromisso”. Ele
alerta, porém, para o perigo do fundamentalismo religioso. “Esse
fundamentalismo pode resultar em um radicalismo que, por sua vez, vai gerar
ações agressivas, como as que estão acontecendo em algumas partes do mundo”,
observou o religioso. Veja Matéria
completa na Revista Atenas
Texto e foto: Marco Antonio
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