Cronista fala sobre sua obra
Cronista, ensaísta, poeta e prosador. Benedito
Madaleno Mendes (foto) é um artista das lides literárias. Um cavaleiro das
letras que, com seu texto excelente e por vezes cáustico, ataca o dragão da
iniquidade, dos desmandos e das incoerências da sociedade.
Nascido em Iperó, filho de ferroviário,
Madaleno, ou Mada, como é conhecido
pelos amigos, mudou-se com a família para Itapetininga quando tinha menos de um
ano de idade. Hoje, aos 60 anos, dois casamentos, três filhos e muitos prêmios
literários conquistados, ele considera-se um itapetiningano de coração.
“Ainda sou um menino assustado”, afirma
Madaleno, ao descrever a si mesmo, “Nos últimos tempos eu estou mais chegado
nas crônicas, onde eu posso desenvolver texto em prosa, mas de forma poética”,
afirma. Para ele, o tom irônico de seus textos manifesta “uma característica
intrínseca minha: toda vez que eu escrevo a ironia entra no meio”, revela o
cronista. “Como todo brasileiro, eu tenho uma visão muito crítica da
sociedade”, afirma o escritor, que hoje se considera um artista das letras, mas
que para sobreviver prestou concurso para o serviço público. Atualmente, contudo, ele diz que consegue se
sustentar com a sua literatura.
“Viver da cultura no Brasil hoje é quase um
milagre”, desabafa o escritor, que possui dois livros publicados e também
participa do Mapa Cultural Paulista, “brasileiro não liga para livro”,
acrescenta Madaleno.
Destaque no Mapa Cultural Paulista em nossa
Região, ele afirma que esta iniciativa do governo paulista ajuda a divulgar seu
trabalho, embora ressalte que este projeto ainda é pouco conhecido.
Criação
Em seu processo de criação, Madaleno coloca suas
experiências pessoais em seus textos. “Às vezes fico pensando em determinado
assunto sobre o qual quero escrever; algo que vejo no jornal. Mas geralmente a
inspiração vem quando vou dormir! Parece que alguém sussurra no meu ouvido, aí
vêm três ou quatro textos seguidos”. Ele admite que às vezes é surpreendido neste
processo. “Escrever é como magica; ás vezes estou escrevendo e tenho controle
sobre isso, mas aí surge uma EXPRESSÃO E EU PENSO: NOSSA! É ISSO! Parece uma
coisa mágica”. O cronista ressalta que não é fácil escrever e por isso está
cada dia mais cuidadoso.
Apesar disso, Madaleno garante que se voltasse no tempo faria tudo de
novo, “menos algumas traquinagens, mas faria outras de novo. A pena ainda é e
sempre será mais forte que a espada, ainda confio na pena”, finaliza o
cronista.
Texto e foto: Marco Antônio
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