Um dos pilares da
economia nacional, setor agrícola deve crescer em 2017
Safra de grãos deve crescer este ano |
Há décadas as
pessoas ouvem a frase: O Brasil é o
celeiro do mundo. A extensão territorial, a qualidade de nossas terras e o
clima contribuem para que a produção agrícola brasileira se mantenha entre as
maiores do mundo.
Mesmo com as
idas e vindas da economia nacional, a agricultura sempre colaborou para que as
crises passassem. Mesmo neste momento difícil – com a recessão que provocou
quedas de emprego até neste setor – a força do campo mais uma vez reage e
começa a mostrar sinais de recuperação. A boa nova é que as projeções indicam
que uma super fafra vem por aí.
A safra brasileira de grãos deve
avançar 16,1% este ano em relação a 2016, para 213,7 milhões de toneladas,
estimou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no terceiro
prognóstico para a safra de cereais, leguminosas e oleaginosas de 2017. Todas
as regiões devem ter aumentos na produção neste ano, segundo o instituto: Norte
(13,4%), Nordeste (73%), Sudeste (11,1%), Sul (5,8%) e Centro-Oeste (20,5%).
As principais influências desses
aumentos são a alta de 9,6% na estimativa de produção da soja (9,2 milhões de
toneladas a mais que a safra de 2016) e de 31% na produção de milho (19,6
milhões de toneladas a mais que em 2016).
O arroz, o milho e a soja
representaram 92,2% da estimativa da produção e responderam por 87,8% da área a
ser colhida. Em relação a 2015, houve recuos na produção da soja (-1,8%), do
arroz (-14,0%) e do milho (-25,7%).
Para 2016, a distribuição regional da produção de grão foi a
seguinte: Centro-Oeste, 75,1 milhões de toneladas; Sul, 73 milhões de
toneladas; Sudeste, 19,6 milhões de toneladas; Nordeste, 9,5 milhões de toneladas
e Norte, 6,7 milhões de toneladas.
Em relação à safra passada, houve
redução de 2,1% no Sudeste, de 12,5% no Norte, de 42% no Nordeste, de 16,3% no
Centro-Oeste e de 3,6% no Sul. Nessa avaliação para 2016, o Mato Grosso foi o
maior produtor nacional de grãos, com participação de 23,9% no total do país,
seguido pelo Paraná (19%) e Rio Grande do Sul (17,3%). Somados, esses três
estados representaram 60,2 % do total nacional, segundo o IBGE.
Área plantada
Com dimensões continentais, o
Brasil tem 72 303 327 hectares de terra cultivados, segundo o IBGE.
Os dados são relativos a junho de 2016 e representam uma leve diminuição na
área plantada (-0,2%) em relação a maio do ano passado, quando foram
contabilizados 72 482 079 hectares.
A
soja, um dos principais produtos (comodities) das exportações brasileiras, é de
longe o grão mais cultivado, com 33 021 828 hectares, apresentando
uma variação positiva de 0,1% em relação ao mês de maio. Já o milho, o segundo
grão mais plantado, caiu de 15.450.679 ha em maio
para 15.326.098 hectares em junho de 2016, com uma redução de 0,8% na
área cultivada.
Região
Na
área do Escritório de Desenvolvimento Rural de Itapetininga, o milho é o
produto mais cultivado, de acordo com dados do Instituto de Economia Agrícola
(IEA), órgão ligado à Secretaria de Agricultura do Estado. Em 2015, o IEA
apontou que haviam mais de 50 mil hectares dessa cultura na Região,
com uma produção de 5.157.300 sacas de 60 kg cada, a soja, por sua vez,
ocupava uma área de 28.350 hectares, com uma produção de
quase 1,5 milhão de sacas de 60 kg. A Região conta também com o
milho Safrinha (plantado no começo do ano) com 13,5 mil
hectares e produção de pouco mais de 1 milhão de sacas. A cana de
açúcar para a indústria ocupa uma área de 42 mil hectares, com uma
produção de mais de 3,5 milhões de toneladas. Outra cultura forte na
Região é a laranja, com mais de 8,7 mil hectares e uma produção de
mais de 21,4 milhões de caixas de 40,8 kg.
Produtor
Para o produtor rural Rogério Barretti, de
Itapetininga, “a Safra Nacional segue um crescimento regular, apesar das
variações de cambio e do mercado internacional, mesmo no auge da crise tivemos
um crescimento razoável, o produtor que esta capitalizado continua trabalhando
normalmente, o que ocorre é que com a crise se prolongando ele terá que se
programar para uma reserva de capital com mais peso, a expectativa é que a
economia se mantenha e deixe de
encolher, mas isso está mais para o segundo semestre de 2017”.
Para ele, a safra regional deve manter “a
predominância da soja sobre o milho na cultura da região, como em todo o país
para a safra de verão, os preços sofreram leve queda como de costume, mas a
expectativa é que se recupere ao longo da colheita que já está se iniciando.
Com certeza haverá aumento de produção em relação a safra anterior, mas não tão
significativo assim, o crédito rural foi bastante prejudicado e aumentaram as
exigências e burocracia para consegui-lo. Quanto ao preço da dava de soja ele
continua favorável em relação ao milho”.
Ele acredita que uma safra recorde contribui
para melhorar a economia: “o PIB agrícola é fundamental para equilibrar a
economia, se o governo desse suporte ao setor logístico seria ainda melhor. Uma
safra volumosa gera empregos, gera fluxo no mercado de máquinas e veículos,
mesmo com os contratempos que o produtor sofre hoje em relação à falta de
suporte do governo, sempre será positivo para o país. Vale a pena investir no
agronegócio para que o pais retome mais rapidamente sua posição de destaque na
economia global”. Veja matéria completa
na revista Hadar.
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