Incertezas marcam os
primeiros meses de Donald Trump como presidente
Donald Trump cumprimenta Barack Obama durante visita à Casa Branca |
Se a vitória
do bilionário Donald Trump nas eleições norte-americanas pegou muita gente de
surpresa, o seu governo à frente da maior potência do planeta pode ser uma
verdadeira caixinha de surpresas, ou pior: pode ser uma caixa de Pandora, da qual, segundo a lenda, só saem coisas ruins. A
partir do dia 20 deste mês, quando o bilionário tomar posse, saberemos que tipo
de surpresas nos aguardam.
Mas é
importante frisar que Trump pode ser tudo, menos bobo. Seu discurso após ter
sido eleito já mostrou um tom mais ameno. E ele sabe que não governará sozinho
e que tem enormes desafios em seu caminho.
Mas Trump é
impetuoso, um típico homem de negócios habituado a ter o que quer e dizer o que
pensa. Mas comandar uma empresa privada é muito diferente de governar uma
nação. O presidente eleito já avisou que pretende rever o acordo comercial com
os países do Oceano Pacífico e já recebeu críticas; também pretende rever a
aproximação com Cuba e, mais recentemente, cutucou a China com vara curta ao
conversar com a presidente de Taiwan – que deseja a independência em relação
aos chineses – e criticou a política cambial chinesa em uma rede social. Uma
atitude não muito sábia, já que a economia chinesa é uma séria candidata a
ultrapassar a americana.
Para nós,
brasileiros, resta a expectativa sobre os primeiros passos do futuro governo.
Se o Fed – o banco central americano – vai manter os juros atrativos para investidores
ou abaixá-los. Um dólar forte em relação ao real contribui para as exportações
brasileiras e isto, sem dúvida nenhuma, é muito bom para o Brasil. Em um
momento de crise igual ao que atravessamos, manter um saldo comercial positivo
é muito importante. O saldo da balança comercial brasileira em novembro foi de
quase U$ 4,76 bi. E o acumulado no período de 12 meses, entre dezembro de 2015
e novembro de 2016, supera os US$ 49 bilhões.
Este
resultado comprova o bom desempenho da balança comercial brasileira este ano.
De janeiro a agosto, por exemplo, o superávit comercial brasileiro foi de US$
32,37 bilhões, o melhor resultado em 28 anos.
Apesar das projeções e de um
esboço de recuperação na produção industrial, a crise está longe de acabar e o
PIB brasileiro vem sendo revisado pra baixo. E mesmo a indústria que esboça
reação também sofre pequeno recuo. Em novembro último, por exemplo, as vendas
de veículos caíram mais de 8% no país e a tendência de queda continua.
Mas, se cada um fizer a sua parte
– principalmente os governos, em todas as esferas – a crise será vencida. E a
recuperação pode começar já neste ano de 2017
Resta saber agora se o mundo
manterá um mínimo de equilíbrio e bom senso, já que a extrema direita avança em
alguns dos principais países da Europa, ameaçando a própria existente do bloco
de nações que formam a União Europeia. Dependendo do rumo das coisas, o cenário
internacional pode se complicar e isto talvez afete a recuperação brasileira,
mas nada que assuste quem já enfrentou outras crises.
Texto: Marco Antônio
Foto: Agência Reuters
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