Força de trabalho dá um salto e passa de 32 milhões, mas desigualdade persiste
As mulheres estão cada vez mais presentes no mercado de trabalho |
Embora seja a maioria da população brasileira (59,64%) em 2016, segundo o IBGE, a mulher ainda luta para conquistar seu espaço e representatividade na sociedade. Mesmo com avanços nos últimos 40 anos, a mulher brasileira ainda enfrenta preconceito e discriminação. Isso sem falar em várias formas de violência, que devem ser combatidas e denunciadas. Dos 207 milhões de brasileiros, mais de 103 milhões são mulheres. Em média, elas trabalham cinco horas a mais do que os homens, mas recebem em torno de 76% dos salários deles.
A participação de mulheres no mercado de trabalho cresceu de forma significativa nos últimos 40 anos. Mas o salto mesmo aconteceu a partir de meados da década de 70. Estudos apontam que 32 milhões de mulheres entraram no mercado de trabalho entre 1976 e 2007. Se em 1976, 29% das mulheres trabalhavam, adentramos o novo milênio com mais de 40% trabalhando ou procurando emprego (ou seja, participando da PEA- população economicamente ativa, que inclui para o IBGE, os/as ocupados/as e os/as que estão á procura de trabalho). Apesar do crescimento, uma parcela significativa das trabalhadoras ainda permanece na informalidade, situação que se acentua em tempos de crise.
Evolução
Apesar das dificuldades, a situação da mulher é bem diferente do que era no início do século passado, quando imperava o modelo patriarcal, no qual o pai era o chefe e provedor da família e a mulher não precisava e nem deveria ganhar dinheiro. Vale lembrar que até a década de 30, elas não tinham direito a voto. E mesmo hoje, a representatividade feminina na política está longe de ser a ideal. Na Câmara Federal, por exemplo, dos 513 deputados, menos de 50 são mulheres.
A partir dos anos 70, a situação da mulher no mercado de trabalho começou a mudar de maneira acentuada. Valores tipicamente femininos, como a capacidade de trabalho em equipe, o diálogo e o poder de convencimento em contraposição ao autoritarismo masculino e a cooperação no lugar da competição se tornaram temas que atraem a atenção das empresas e do mercado de trabalho.
Atualmente, as mulheres estão presentes em praticamente todo segmento da sociedade brasileira e não apenas no mercado de trabalho. O Brasil já elegeu, por exemplo,uma mulher presidente da República. E o Supremo Tribunal Federal, a mais alta corte do País. é presidido atualmente por uma mulher. Só para comparação, os EUA, a maior e mais sólida democracia do planeta, ainda não elegeu uma mulher para a Presidência.
Discriminação
Mesmo com o progresso alcançado, estudos apontam que a inserção da mulher no mercado de trabalho é acompanhada por um elevado grau de discriminação, seja com relação à qualidade das ocupações que vêm sendo criadas, tanto no mercado formal quanto no informal, mas principalmente no que se refere à desigualdade salarial entre homens e mulheres.
E olha que não é de hoje que a mulher vem lutando por melhores condições de trabalho e salários. Durante as duas guerras mundiais, por exemplo, enquanto os homens estavam no campo de batalha (lutando em batalhas criadas pelos próprios homens), muitas mulheres tiveram de assumir a liderança da família e dos negócios.
Mesmo passados mais de 70 anos da última grande guerra, ainda são poucas as mulheres em cargos de chefia nas empresas. Mas este é um quadro que está mudando em muitos países, onde as mulheres, de maneira pacifica e silenciosa vem conquistando posições cada vez mais qualificadas.
No Brasil, pelo menos por enquanto, a situação não é das melhores para as trabalhadoras. Embora representam 41% da força de trabalho, apenas 24% possuem cargo de gerencia.
No outro extremo, estudos indicam que as mulheres ainda são mais direcionadas pelas empresas para funções de rotina. Resultado: de cada 10 pessoas afetadas pelas Lesões por Esforços Repetitivos, oito são mulheres. A boa notícia para as mulheres é que elas chegam mais cedo ao topo; aos 36 anos em média.
Neste Dia Internacional da Mulher, o Marconews presta homenagem à todas as mulheres, lembrando que respeito, tolerância e amor à vida devem ser valores inerentes ao ser humano, independente de sexo, orientação sexual, religião ou cor da pele.
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