Brasileiros revelam
seus desejos em campanha
Nos últimos
dias, temos assistido vários vídeos de brasileiros nos quais pessoas de todas
as regiões do país revelam seus desejos, reivindicações e até problemas
enfrentados por suas comunidades.
O projeto Brasil que eu quero é uma iniciativa da
TV Globo e visa, neste ano de eleição, expor o que os brasileiros desejam para
o futuro da nação. Uma iniciativa sem dúvida louvável, ainda que a emissora
seja frequentemente criticada por alguns setores da sociedade.
Os vídeos já
exibidos mostram que os brasileiros estão cada vez mais conscientes da
realidade do país e dispostos a realizar mudanças. Saúde, Educação, Segurança e
honestidade dos homens públicos são os pontos comuns entre tantas reivindicações.
O combate à corrupção e o bom uso do dinheiro público, sem desperdício, também
estão entre os pedidos, assim como melhor distribuição de renda, mais empregos
e oportunidades iguais para todos e a proteção ambiental.
O problema é
que a classe política parece desconectada da realidade brasileira. Quem se
importa se não há saneamento básico, mas a conta no exterior está recheada de
dinheiro? Recursos esses, aliás, na maioria das vezes desviados de obras
públicas, como saneamento básico.
Talvez por
estarem confortavelmente instaladas no Planalto Central, praticamente isoladas
da plebe, nossas lideranças se sintam como os antigos senhores feudais, que se
refestelavam em seus castelos, cercados de abundância; fartura obtida através
da exploração dos camponeses. Claro que os camponeses se revoltaram e deram um
fim nesse sistema tão injusto.
A história
está repleta de exemplos de governantes que subestimaram a vontade do povo.
Último monarca absoluto da França, Luís XVI, pagou caro por representar um
regime que oprimia o povo. Foi executado na guilhotina após a Revolução
Francesa de 1792.
Claro que não
é o caso do Brasil. Tudo o que queremos são lideranças e governos que respeitem
o cidadão e tratem com um mínimo de respeito o dinheiro dos impostos,
investindo onde realmente precisa.
O Brasil que
queremos (e precisamos) é um país onde haja paz, respeito e seriedade. Um país
onde as leis sejam para todos. Um país onde o famoso jeitinho brasileiro seja sinônimo da nossa criatividade e não de
malandragem e gambiarra.
Certamente já
está na hora do Brasil crescer, passar pela puberdade e amadurecer. Porque não
adianta criticar os políticos, o sistema como um todo, se muitas vezes também
agimos pensando somente nos nossos interesses. É como furar a fila da lotérica
para pagar uma conta ou mesmo estacionar indevidamente em vaga de idoso ou
deficiente. Resumindo: todos nós precisamos fazer a nossa parte.
E fazer a
nossa parte significa um comprometimento com questões como o combate à
corrupção, em fiscalizar e cobrar o trabalho de vereadores, deputados e outras
lideranças, em se preocupar com o bem da comunidade, do seu vizinho, dos
animais. Chega de querer levar vantagem (a famosa Lei de Gérson) e está mais do
que na hora do Brasil se tornar um país melhor. Só depende de nós. Por último,
vale lembrar que essa Lei de Gerson
(de levar vantagem em tudo) é uma injustiça com o famoso jogador. A fase é de
um comercial de cigarros dos anos 70, onde Gérson aparecia dizendo que quem
fumasse determinada marca de cigarro estaria levando vantagem, pois o cigarro
em questão era mais longo do que os de outras marcas e que por isto
proporcionava prazer por mais tempo. O comercial encerrava com Gérson
afirmando: “leve vantagem você também”. Tirada de seu contexto, a frase virou
sinônimo de maracutaia.
Texto: Marco Antonio Vieira de Moraes
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