Estudos afirmam que um
milhão de espécies podem desaparecer
Ilha de lixo no Oceano Pacífico é maior do que Portugal
O planeta
Terra caminha para mais uma extinção em massa. Esta é a conclusão de estudo desenvolvido
por profissionais de vários países. Ao contrário dos dinossauros, cujo
desaparecimento foi provocado pela colisão de um asteroide gigante com a Terra
há 65 milhões de anos, este novo processo de extinção tem a ação do homem como
principal fator causador.
Vida e morte
fazem parte do ciclo da existência, mas a situação que o planeta vive
atualmente é única: a ação de uma única espécie (o homem) impacta de tal forma
o bioma que isto resulta na extinção de milhares de outras. E é a própria raça
humana que pode achar a solução para o problema. A questão é se há tempo hábil
de reverter o estrago feito. A humanidade também paga o preço por um modelo de
existência que suga, de maneira irresponsável, os recursos do planeta,
devolvendo em troca degradação e poluição ambiental. Milhões de pessoas morrem
anualmente no mundo todo devido a doenças relacionadas à poluição.
Em seu blog no Portal G1, a
colunista Amélia Gonzales, afirma que “o meio ambiente vive uma devastação sem
precedentes na história”. Segundo um relatório da Plataforma Intergovernamental
de Política Científica para Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (IPBES),
das Nações Unidas, divulgado no começo de maio, o planeta caminha para a sexta
extinção em massa em toda a sua história.
“O futuro será degradante.
Concluiu-se que cerca de um milhão, das oito milhões de espécies de animais e
vegetais existentes na Terra, estão ameaçadas de extinção. Muitas delas, inclusive,
poderão desaparecer nas próximas décadas. Os dados, compilados nos últimos três
anos por 145 especialistas de 50 países, fazem parte de um dos maiores estudos
já feitos sobre o assunto, com 1,5 mil páginas. Dentre as espécies ameaçadas,
40% do número total de anfíbios pode sumir da face da Terra, assim como um
terço do total de corais e um terço de todas as espécies de mamíferos marinhos”,
afirma Amélia.
Segundo ela, “o aquecimento
global está provocando um degelo mais acelerado da Antártica – uma velocidade
seis vezes superior à registrada há 40 anos. Isso deve provocar uma maior
elevação do nível do mar em todo o mundo, conforme anúncio feito por
pesquisadores no começo do ano”, conta Amélia, citando estudo publicado na
revista americana "Proceedings of the National Academy of Sciences"
(PNAS) o qual aponta que o derretimento do gelo antártico elevou o nível do mar
em 1,4 centímetro entre 1979 e 2017.
“Eric Rignot, principal autor do
trabalho, espera que o ritmo do degelo leve a um aumento maior do nível do mar
do que o previsto para os próximos anos. O trabalho atual mostra a avaliação
mais longa da história sobre as massas de gelo da Antártica – foram analisadas
18 regiões geográficas do continente. As informações foram obtidas por meio de
fotos aéreas de alta resolução capturadas por aviões da Nasa e por satélites de
diversas agências espaciais. Estudos anteriores preveem um crescimento de 1,8
metro no nível do mar até 2100. Várias cidades costeiras poderão ser inundadas,
lugares onde vivem milhões de pessoas”, relata Amélia, acrescentando que “os
cientistas concluíram que entre 1979 e 1990 a Antártica perdeu, em média, 40
bilhões de toneladas de gelo por ano. Entre 2009 e 2017, essa perda subiu para
252 bilhões de toneladas por ano. Segundo os pesquisadores, até certas zonas
consideradas "estáveis e imunes à mudança climática" na Antártica
Oriental sofrem com o degelo”.
Rignot disse que o aumento da
temperatura dos oceanos acelerará o processo – outras pesquisas recentes
mostraram que a temperatura das águas do planeta também está aumentando mais
rápido que o previsto pela ciência e batendo recordes.
Ações desastrosas
A poluição estão matando nossos rios |
Ainda segundo o blog de Amélia, o
atual governo federal tem adotado vários cortes de gastos e medidas
antipopulares, o que tem gerado protestos da população. A blogueira cita como
exemplo a decisão do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, de abrir mão de
sediar em Salvador a edição latino-americana e caribenha da Semana do Clima
(Climate week), evento totalmente custeado pela Convenção-Quadro das Nações
Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), uma reunião importante para o debate
climático. “A atitude do ministro criou um imbróglio diplomático, político”,
diz Amélia, acrescentando: a justificativa de que não quer estrangeiros aqui
"para fazer turismo e comer acarajé" é populista. Com todos as letras”.
A repercussão negativa da decisão
e das palavras do ministro acabaram fazendo o governo recuar dias depois, com o
Ministério do Meio Ambiente divulgando a seguinte nota em seu site: O Ministério do Meio Ambiente, através de
entendimentos mantidos nesses últimos dias com o Prefeito de Salvador, o
Ministro das Relações Exteriores e o novo Secretário-Executivo do Fórum
Brasileiro de Mudanças Climáticas, decidiu formular proposta com ênfase na
Agenda de Qualidade Ambiental Urbana e no Pagamento por Serviços Ambientais,
através de instrumentos financeiros que visem dar efetividade econômica às
atuais e futuras ações de mitigação e adaptação às mudanças climáticas no
Brasil, a serem discutidas e apoiadas na Climate Week, em Salvador, bem como
nos eventos subsequentes até a COP25, no Chile, os quais deverão contar com a
participação deste Ministério do Meio Ambiente e do Ministério das Relações
Exteriores.
Na prática, com esta nota, o
ministério mudou de posição e decidiu, oficialmente, participar e apoiar o
evento em Salvador. Ou seja, um recuo estratégico que poderia ter sido evitado
se o ministro não tivesse feito declarações desastrosas.
História
Presente em praticamente todos os
setores de nossa vida, o plástico sintético foi criado em 1907 pelo químico
belga, naturalizado americano, Leo Baekeland (1863-1944). Ele o batizou de
Bakelite, uma invenção muito bem-vinda no começo.
O plástico, que começou a ser
usado freneticamente sobretudo depois da Revolução Industrial, é um dos
materiais mais onipresentes da economia e "um dos poluentes mais difusos e
persistentes do planeta", segundo uma pesquisa publicada em fevereiro
deste ano e realizada por oito instituições mundiais.
Segundo Amélia, o estudo é
intitulado "Plastic & Health" (Plástico e Saúde, na tradução), e apresenta
um panorama completo dos impactos do plástico na saúde humana e aconselha que
qualquer solução para a crise do plástico deve abordar todo o ciclo de vida do
produto. Como se vê, não contente em causar mal a outras espécies, a humanidade
também consegue fazer mal a si própria. "Em todas as fases do seu ciclo de
vida, o plástico representa riscos distintos para a saúde humana, decorrentes
tanto da exposição às próprias partículas de plástico como às substâncias
químicas associadas. Pessoas em todo o mundo estão expostas em vários estágios
deste ciclo de vida", conclui o relatório.
A compulsão ao plástico também
ameaça as tentativas de cumprir o Acordo do Clima conseguido em Paris durante a
COP-15, quando os líderes de países bateram o martelo no sentido de reconhecer
que a humanidade precisa agir para conter o aquecimento global e mantê-lo a
1,5ºC até o fim do século. "A pesquisa mostra que até 2050 o plástico será
responsável por cerca de 13% do total do 'orçamento de carbono' – o equivalente
a 615 usinas a carvão", diz reportagem do jornal inglês "The
Guardian", que aborda o estudo.
Os autores afirmam que o plástico
descartável encontrado em embalagens e bens de consumo de alta velocidade
constitui o maior segmento da economia do plástico. E pedem uma ação urgente
para conter, não só a produção, como também o consumo do plástico descartável.
"As embalagens plásticas
descartáveis respondem por 40% da demanda por plástico, impulsionando um boom
na produção de dois milhões de toneladas na década de 1950 para 380 milhões de
toneladas em 2015. Até o final de 2015, 8,3 bilhões de toneladas de plástico
foram produzidas - dois terços lançados no meio ambiente, que permanecem por
lá", aponta o relatório.
Trazendo a informação para a
nossa rotina, pode-se entender melhor. É mais ou menos assim: na lanchonete
onde se pede um salgado e um refresco, por exemplo, certamente o lanche será
servido num prato de plástico descartável. O cidadão leva cerca de cinco a dez
minutos para comer, paga e vai embora, deixando o prato de plástico sobre o
balcão. A vendedora segue seu trabalho, que será recolher aquele prato e
jogá-lo no lixo. Dali, os profissionais da limpeza urbana vão levá-lo para o
depósito, de lá para o aterro sanitário... e o prato de plástico, que nos
serviu por cinco minutos, ainda sobreviverá por muitos e muitos anos, poluindo
o nosso meio ambiente.
O pior será se ele cair em mãos
irresponsáveis que o descartarão em qualquer lugar. O caminho entre este
"qualquer lugar" e o mar é ligeiro e curto. O plástico é, hoje, um
dos grandes vilões da poluição nos oceanos e põe em risco vidas marinhas.
Ilha de lixo
Em março do ano passado, a
revista Scientific Reports revelou a ilha de lixo existente no Oceano Pacífico,
com tamanho, na época, equivalente a 17 vezes o tamanho de Portugal. A ilha tem
uma área de 1,6 milhão de quilômetros quadrados e é formada por uma parcela das
cerca dois milhões de toneladas de plástico que são jogadas anualmente nos
oceanos. Localizada no norte do Pacífico, a Grande Porção de Lixo (como
a ilh é chamada) está posicionada em um ponto onde as correntes marítimas se
encontram, formando um grande redemoinho. É para lá que o lixo acaba sendo
levado. A ilha foi descoberta na década de 70.
Mais plástico
Como se não bastasse haver uma
ilha enorme de plástico e lixo no oceano, entre a Califórnia e o Havaí, o
plástico também já é encontrado no fundo do oceano. E põe fundo nisso.
Em uma expedição recordista com submarino,
que chegou à maior profundidade já alcançada, um americano encontrou no fundo
do mar mais do que uma amostra intocada da natureza - ele se deparou com
resíduos plásticos, como sacolas e embalagens de balas. Victor Vescovo chegou a quase 11 km da região mais profunda do
oceano - a Fossa das Marianas, no Pacífico.
Ele ficou quatro horas explorando
a base da fossa com um submersível, construído para suportar a imensa pressão
nestas profundezas. Agora, materiais orgânicos e inorgânicos coletados ali serão
estudados em laboratório - para detectar, por exemplo, a possível presença de
microplásticos nas criaturas marinhas.
Fonte: G1
Itapetininga
O blog
entregou em contato com a Prefeitura de Itapetininga para saber quais
iniciativas e ações estão sendo adotadas em questões como a coleta e destinação
correta de lixo, reciclagem e outros temas relacionados ao meio ambiente.
Em e-mail, a
Secretaria de Comunicação da atual administração municipal informou que “Itapetininga
tem implementado, desde 2017, diversas ações que têm como principal eixo,
garantir uma melhor qualidade de vida à população com sustentabilidade, com
destaque ao princípio dos três “R”: reduzir, reutilizar e reciclar”.
Entre os
projetos desenvolvidos estão: rograma “Pé no Mato, Pé na Mata”, em parceria com
o Instituto Florestal do Estado. No local, com acompanhamento de monitores,
crianças de escolas municipais, estaduais ou particulares podem agendar visitas
às três trilhas ecológicas disponíveis no local, além, de receber orientação
sobre os cuidados com a natureza e respeito com o Meio Ambiente.
Além disso,
ainda conforme a prefeitura, há o projeto Cada
Gota Vale, que é uma parceria do município com o Instituto Ecomaná. “A
proposta, já adotada nas escolas municipais e em outros pontos do município,
consiste no recolhimento do óleo de cozinha, que seria descartado de forma
incorreta, por meio de ecopontos instalados nas escolas e outros locais. Além
de gerar sustentabilidade, o projeto gera renda que mantém as atividades
educacionais do projeto”, afirma a nota encaminhada pela Secretaria de
Comunicação.
Lixo ecológico e
reciclagem
“Pela primeira vez, Itapetininga
adotou o projeto Lixeira Ecológica. Utilizando pneus que eram descartados de
forma incorreta na natureza, alunos de escolas municipais, supervisionados por
professores e monitores, montaram as “Lixeiras Ecológicas”, a custo zero, com
sustentabilidade e promovendo a consciência ambiental nos pequenos. Ao todo
foram desenvolvidas, aproximadamente, 500 unidades que estão distribuídas por
todo município”, diz ainda a nota.
Com relação a reciclagem de
materiais, o município conta com a Cooperita – Cooperativa de Reciclagem de
Itapetininga. Segundo a prefeitura, a cooperativa “ampliou suas atividades e o
número de cooperados aumentou em quase 100%. Com o barracão, veículos,
uniformes e infraestrutura fornecida pela Prefeitura, mais de 20 famílias são
beneficiadas com geração de renda e, inclusive, com o 13º salário, recebido no
fim do ano passado pela 1ª vez”.
Um dos principais focos dos
projetos desenvolvidos no município é a reutilização de matérias descartados no
Ecoponto ou encontrados nos depósitos das secretarias municipais. Esses
produtos passam por triagem e beneficiamento para poderem ser utilizados nos
mais diferentes programas, segundo informou a prefeitura.
“Foi assim com o Parque Linear do
Central Parque 4 L, que revitalizou brinquedos e desenvolveu outros à base de
materiais reciclados. Tudo 100% sustentável e seguro para as crianças; na Lagoa
Regina Freire, mais conhecida como Lagoa da Chapadinha, a técnica foi a mesma.
A abertura da Lagoa ao público, uma reivindicação de muitos anos, foi feita
também utilizando, em parte de suas instalações, materiais reaproveitados. O
local é hoje um dos principais pontos de lazer e visitação do município, com
pista de caminhada, parquinho, quadra de área, área de recreação e posto com
segurança da Guarda Civil Municipal 24 horas”, afirma a nota da prefeitura.
Pioneirismo
“Com base num projeto
relativamente simples e com a parceria do professor de Biologia, Carlos
Poranga, Itapetininga foi a primeira cidade da região a criar uma
“Ecobarragem”, um sistema flutuante feito a partir de garrafas de 20 litros,
unidas em forma de corrente que, colocada em pontos estratégicos de rios ou
ribeirões, retêm materiais em suspensão na correnteza. Foram instaladas, até o
momento, duas ecobarragens no município e, após triagem, todo material
recolhido é destinado à Cooperativa de Reciclagem de Itapetininga”, informa a
Secretaria de Comunicação.
Ainda segundo esta fonte, “Itapetininga
avançou significativamente no Programa Estadual Verde Azul. Em 2015 o município
ocupava a posição 516 no ranking com nota 11.14. Já no último levantamento,
realizado no ano de 2018, Itapetininga já aparecia na posição 191, com nota
41.04, uma melhora em 325 posições.
No final de maio, ainda conforme
a administração municipal, estava programado o lançamento do Programa Câmbio Verde, cuja principal
proposta é trocar quatro quilos de materiais recicláveis por um quilo de
alimento. A iniciativa é inédita na cidade, segundo a administração municipal.
O bairro escolhido para o lançamento foi a Vila Sônia, “área que de acordo com
levantamentos da Secretaria da Promoção Social, apresenta um dos maiores
índices de situações de vulnerabilidade social”, diz a nota encaminha pela
prefeitura. A reportagem apurou que serão trocados papeis, papelão, plásticos,
garrafas PET e latinhas que os moradores do bairro tenham separado.
O programa
aceita latas de alumínio, embalagem de água sanitária, margarina e detergente,
garrafas PET, mangueiras, plástico filme, PVC, sacolas, papéis do tipo papelão,
jornais, livros, cadernos, papel branco e misto também são aceitos. Segundo a prefeitura,
as regras para troca são simples: troque 4 kg de materiais recicláveis por 1 kg
de alimento. A prefeitura pede à população que todos os materiais trocados
estejam limpos e secos.
Para o marceneiro e vereador (PMDB)
Eduardo Prando, 46 anos, mais conhecido como Codorna, “é preocupante” a informação de cientistas, cujos estudos
apontam que 1 milhão de espécies podem ser extintas pela ação do homem. “É a prova
que nós, seres humanos, estamos esgotando o mundo”.
Na avaliação do vereador, que é
oposição à atual administração municipal, Itapetininga “tem andado para trás”
na questão ambiental. “Projetos de reciclagem são paliativos, não incentivos
para o descarte correto. Tenho um projeto de IPTU VERDE, Poupa Tempo Ambiental,
mas como sou oposição ao executivo fica tudo engavetado”.
Segundo Codorna, a preocupação com a preservação ambiental na cidade “está
ruim, mas o ponto positivo, é que tem muitos jovens envolvidos com a causa”.
Para ele, não há uma política de Educação Ambiental eficiente implementada no
município.
O
vereador também fala sobre como o cidadão comum pode contribuir para preservar
a natureza: “jogando o lixo no lixo. Não jogando óleo de cozinha no ralo, nem
remédios. Descartar entulhos nos lugares corretos e podas (de árvores) também”.
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