Número de adoções tem
crescido desde 2015
Há uma frase
que diz: adotar é um ato de amor que
escolhemos fazer. E este ato de amor tem crescido no Brasil desde 2015,
segundo dados do Cadastro Nacional de Adoção, órgão ligado ao Conselho Nacional
de Justiça. Neste sábado, dia 25, é comemorado o Dia Nacional da Adoção.
Ainda
conforme os dados oficiais, há 9.540 mil crianças e adolescentes e pouco mais
de 46 mil pretendentes estão cadastrados no CNA, coordenado pela Corregedoria
do Conselho Nacional de Justiça desde 2008. Na última década, mais de 9 mil
adoções foram realizadas. Em 2018, por exemplo, foram realizadas 2.184 adoções por meio do cadastro. A título de comparação, em 2015 foram 955.
Segundo o
CNJ, com o cadastro, as varas de infância de todo país passaram a se comunicar
com facilidade, agilizando as adoções interestaduais. Até então, as adoções das
crianças dependiam da busca manual realizada pelas varas de infância para
conseguir uma família.
Ainda segundo
o relatório das crianças e adolescentes cadastrados, quase a metade (49,8%) são
pardos e menos de um por cento, índios. Na outra ponta, os que desejam adotar,
a grande maioria (92,48%) aceitam crianças brancas e, entre estes, cerca de 15%
só querem crianças brancas. Já os interessados em adotar crianças negras não
chegam a 1%.
Cadastro mais ágil e
transparente
Quadro mostra as adoções no país até maio de 2018 |
Em 2018, uma nova versão do
cadastro entrou em funcionamento para as varas de Infância e Juventude de todo
o Brasil. O novo cadastro, de acordo com o CNJ, permite aos pretendentes à
adoção uma busca mais rápida e ampla de crianças, é resultado de propostas
aprovadas pela maioria dos servidores e magistrados que participaram de debates
nas cinco regiões do País este ano, organizadas pela Corregedoria. Outra
novidade foi a junção dos cadastros de adoção e o de crianças acolhidas, de
forma a possibilitar a pesquisa sobre o histórico de acolhimento da criança,
anexando informações como relatório psicológico e social, além de fotos, vídeos
e cartas.
Adoção internacional
Se por um
lado a adoção vem aumentando no país (com a média de uma criança adotada a cada
quatro horas), o número de adoções internacionais realizadas em 2018 é o menor
dos últimos 20 anos no Brasil. Foram concretizadas no ano passado 67 adoções de
crianças por pretendentes de fora do país. A informação é do portal G1.
“As pessoas no país têm começado
a adotar crianças com doença ou deficiência. Também estão mais abertas a grupos
de irmãos que antes. Há uma mudança de mentalidade progressiva”, afirmou ao G1
Paula Leal, responsável pelo núcleo de adoção internacional do Departamento de
Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional, subordinado ao
Ministério da Justiça e Segurança Pública. “Isso tem tido um impacto.”
Mas também existem os efeitos da
crise mundial de 2008. Entre os quatro principais parceiros que têm entidades
credenciadas para adoção (EUA, França, Espanha e Itália), três ainda têm uma
taxa de desemprego superior à de 2008. Ou seja, não houve uma recuperação. E a
adoção internacional é um processo muito caro”, afirma Paula, que é
especialista em políticas públicas e gestão governamental. Há três anos, os
estrangeiros passaram a ser incluídos no cadastro. Ainda assim, existem
atualmente apenas 287 pretendentes de fora do país cadastrados.
Segundo o G1, das 67 adoções
internacionais feitas no ano passado, 35 foram de meninas e 32 de meninos. O
Paraná é o estado com mais adoções feitas por estrangeiros (18) seguido por
Mato Grosso do Sul e Santa Catarina, ambos com nove adoções cada.
Sociedade civil
A sociedade brasileira tem se mobilizado para reduzir a
fila da adoção. Uma iniciativa que conta com o apoio do poder público é a
criação de grupos de apoio à adoção, onde pais trocam experiências e
informações, contando com a orientação de autoridades. Esta experiência tem
gerado frutos em Itapetininga, através do GAADI (Grupo de Apoio à Adoção de
Itapetininga) e em Tatuí, através do GAATA, que completa 17 anos em 2019.
Nenhum comentário:
Postar um comentário