Furto de
dados e informações pessoais está na raiz de vários golpes
É preciso ter cuidado com aa segurança do celular
A sociedade humana tem mudado a uma
velocidade nunca vista antes. O avanço da tecnologia e dos computadores, a chegada
da rede mundial de informação (internet), o acesso a esta rede e a conexão cada
vez mais rápida e acessível. Tudo isto tem transformado a cultura. Estar
conectado (on line) passou a ser quase uma questão de sobrevivência,
principalmente para os jovens. Quem não está no mundo virtual corre o risco de
ser esquecido no mundo real.
É
claro que este avanço trouxe comodidades e benefícios, mas também trouxe
perigos. Golpes virtuais têm crescido e se diversificado. O crime marca
presença na internet sob várias formas, sendo a mais comum a ação de hackers,
pessoas que usam suas habilidades e conhecimento de tecnologia para invadir
dispositivos alheios e roubar dados e informações, com o objetivo de cometer
crimes, como sacar dinheiro da cota do outro ou mesmo chantagem para não
divulgar informações pessoais, como fotos intimas.
Os
hackers também podem agir divulgando informações sigilosas de
autoridades e governos, com objetivos políticos.
Nos
últimos meses, o assunto tem estado em alta no país, sobretudo com a divulgação
de conversas e mensagens entre o então juiz Sérgio Moro e promotores da
força-tarefa da Operação Lava Jato, que desarticulou o que pode ser o maior
esquema de corrupção já registrado no Brasil.
Muita
gente pode estar s perguntando: “se até um juiz federal teve seu celular
invadido, como posso estar seguro e proteger meus dados da ação de bandidos?”.
O
assunto realmente é sério e é por isso que o Marconews e a revista Hadar
abordam o tema nesta reportagem, com dicas sobre como proteger seu dispositivo
da ação de criminosos.
Uma
das coisas que você precisa saber é que a internet não é uma terra sem lei e
muitos países estão adotando legislação mais adequada para punir este tipo de
crime. No Brasil, desde agosto de 2018, existe lei específica para proteção de
dados pessoais.
A
lei 13.709 dispõe, em seu artigo 1º, sobre “tratamento de dados
pessoais, inclusive nos meios digitais, por pessoa natural ou por pessoa
jurídica de direito público ou privado, com o objetivo de proteger os direitos
fundamentais de liberdade e de privacidade e o livre desenvolvimento da
personalidade da pessoa natural”.
Mais adiante, em seu artigo 2º, a
lei diz quais são os fundamentos da “disciplina de proteção de dados pessoais”.
São eles: o respeito à privacidade; a autodeterminação informativa; a liberdade
de expressão, de informação, de comunicação e de opinião; a inviolabilidade da
intimidade, da honra e da imagem; o desenvolvimento econômico e tecnológico e a
inovação; a livre iniciativa, a livre concorrência e a defesa do consumidor; os
direitos humanos, o livre desenvolvimento da personalidade, a dignidade e o
exercício da cidadania pelas pessoas naturais. Essa lei também altera outra, de
2014, que estabeleceu o Marco Civil da Internet.
Advogado orienta usuários
O advogado
itapetiningano Carlos Eduardo Monti Júnior, com experiência na área de
segurança digital, explica o que as pessoas podem fazer para deixar seus
aparelhos mais seguros e, no caso de um ataque hacker, como a vítima
deve agir para tentar reparar os danos. Ele também fala sobre as leis que visam
proteger os internautas.
Monti lembra
que “indiscutivelmente, vivemos na era da alta tecnologia, a qual tem
revolucionado a vida em sociedade como um todo, desde a estrutura da produção e
do trabalho, o consumo de bens, o intercâmbio de informações, até chegar às
relações interpessoais. Um dos demonstrativos dessa era tecnológica que estamos
vivenciando é a grande importância do aparelho celular smartphone na vida de
todos nós. Na realidade, a nossa vida real (dados bancários, contatos,
conversas, trabalho, planejamento pessoal e dos negócios, etc.) se mistura com
a nossa vida virtual (redes sociais, principalmente) na palma de nossa mão, em
nosso aparelho de celular. Diante desse contexto, na hipótese de termos nosso
telefone celular invadido, é melhor agir o mais rápido possível. O problema é
que, muitas vezes, não conseguimos identificar os sinais da invasão a tempo”,
afirma o advogado.
Ele aponta “alguns
indícios e dicas que podem nos ajudar na solução do problema: lentidão do
aparelho - se o aparelho começa a travar ou funcionar de um modo mais lento do
que o de costume, isso pode ser um sinal de que algum programa malicioso ou
malware esteja em ação. Essa modalidade de vírus piora o desempenho do
dispositivo, o que reflete também na velocidade em que ele se conecta à
internet. Aquecimento excessivo da bateria do aparelho: se o aparelho aquecer
mais do que o normal, de modo desproporcional ao seu uso, isso pode ser sinal
de que algum aplicativo malware está sendo executado em segundo plano,
provocando o superaquecimento do aparelho. Rápido esgotamento da bateria: o
mesmo motivo que causa superaquecimento pode provocar o desgaste da bateria,
sendo um indício de que algum programa malicioso ou malware esteja em ação no
seu aparelho. O recebimento e/ou envio de mensagens estranhas e desconhecidas: no
caso desse indício, o provável é que seus amigos ou familiares percebam esse
sinal antes de você, caso seu celular esteja enviando sozinho mensagens por SMS
ou WhatsApp. Às vezes, são ofertas com armadilhas transmitidas na forma de
vírus, de um celular para outro. O mesmo pode acontecer com os e-mails. Nessas
circunstâncias, jamais clique nos links e apague imediatamente as mensagens”.
Monti prossegue com sua lista de indícios. “A abertura
constante das janelas "pop-ups" no navegador de internet do celular é
um sinal claro, na maioria das vezes, de que algo está errado. Assim como
acontece nos computadores, alguns malwares geram janelas pop-up que o convidam
a executar diferentes ações e conseguem a invasão no aparelho. Surgimento de
aplicativos sem a instalação: se começarem a aparecer aplicativos no aparelho,
sem que você os tenha instalado, isso pode ser um sinal da ação de hackers. Bom
salientar que o fabricante ou a operadora podem ser autorizados a instalar
aplicativos de vez em quando para atualizar o seu telefone. Todavia, se novos
programas aparecem de repente, é melhor você garantir que eles sejam legais,
verificando o nome do aplicativo instalado e o que outros usuários dizem sobre
ele”.
Leia matéria completa na edição deste mês da revista Hadar
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