O músico Outubrino Domingos de Moraes |
Aos 74 anos (completa 75 no próximo dia 25 deste mês), o bancário aposentado e músico Outubrino Domingos de Moraes tem se destacado como o músico brasileiro que contribui com o maior número de partituras na Internet. Ao todo, são mais de 2,2 mil músicas, sendo que aproximadamente a metade conta com arranjos elaborados pelo músico, que também compõe. A grande maioria destas composições envolve um gênero musical tipicamente brasileiro: o Chorinho.
Esse trabalho está tornando o músico conhecido internacionalmente, com suas partituras chamando a atenção de países como Suécia e México, além do Japão, onde o Chorinho Brasileiro é muito apreciado, segundo o músico.
Integrante de tradicional família da Região, Moraes começou a aprender música aos 10 anos, com aulas de piano. Atualmente, toca oito instrumentos, cinco dos quais aprendeu sozinho. Ele ressalta, contudo, que este número deve aumentar: comprou uma viola caipira. “Pretendo continuar com este trabalho até quando Deus permitir”, afirmou o músico. A seguir, os principais trechos da entrevista exclusiva, concedida por ele em dezembro.
Marconews - Quais os instrumentos que o senhor toca?
Outubrino Domingos de Moraes – Em 65 anos como instrumentista, aprendi a tocar oito instrumentos: piano, vilão, acordeon, teclado, bandolim, cavaquinho, banjo-cavaco e guitarra havaiana. Hoje me dedico mais a tocar piano, bandolim, cavaquinho e guitarra havaiana.
Marconews - Com quantos anos o senhor aprendeu música?
ODM – Comecei a aprender música aos 10 anos, entrando no conservatório de piano. Após os 16 comecei violão e aos 22, acordeon. Nos demais fui autodidata, apesar de no bandolim ter tido uma ajuda inicial do Evandro do Bandolim, grande instrumentista já falecido que tinha um conjunto em São Paulo e trabalhava na fábrica de instrumentos musicais Del Vecchio.
Marconews - Qual o instrumento que o senhor considera mais difícil?
Em seu computador, onde trabalha e disponibiliza |
ODM – Não existe instrumento fácil, mas de todos que já toquei, por música, é sem dúvida o violão. Requer muito estudo e persistência. A técnica é bem difícil. Para se ter uma idéia da dificuldade, o curso completo gira em torno de 12 anos. Baseado na dificuldade do curso, é considerado o segundo instrumento mais difícil, na frente do violino (terceiro mais difícil) e do piano (quarto).
Marconews - Já chegou a tocar profissionalmente? Qual o gênero musical que o senhor prefere?
ODM – Sim, já fui professor de violão em São Paulo ; também já toquei com violonistas afamados da época como: Atílio Bernardini, Humberto Lage, Antonio Scupinari, José Fonseca, Pavão e outros. Com os dois últimos fizemos várias apresentações em São Paulo. Em Itapetininga, toquei com o Dengo e Alcides Marino, sendo que com este aprimorei muito a minha técnica. Também fui pianista durante cinco anos na Orquestra Antonio Margarido, em Itapeva. Com o acordeon, tive a honra de ter feito a inauguração do clube de campo do Venâncio Ayres, tocando a quadrilha. Também fiz quadrilhas na Casa da Criança e no Asilo São Vicente. Quando moço, com o sanfoneiro Benedito Guaranio, fiz vários bailes na zona rural de Itapeva e aqui (Itapetininga) fiz o mesmo com o grande sanfoneiro Pedro Guerra. Tive um conjunto de Choro aqui, onde fui solista de cavaquinho e bandolim, tendo como integrantes os companheiros: Jorge (cavaquinho base), Zelão, Dene e Chico (violões), Balão (pandeiro). Ifelizmente, com a mudança do Jorge para Sorocaba e o falecimento do Zelão e do Dene, o conjunto se dissolveu.
Quanto ao gênero musical que mais gosto, é o Choro. A maior parte dos Chorinhos que toco sou eu mesmo que faço os arranjos e partituras. Sou atualmente o maior contribuinte de partituras no Brasil, pela Internet (através do site www.samba-choro.com.br). Tenho conhecimento que em Estocolmo (Suécia) e na Cidade do México tem um site editando todas as minhas partituras. Pela Internet, me correspondo com quase todo o Brasil e também no exterior. Tenho arranjos meus sendo tocados em Miami (EUA), Buenos Aires (Argentina) e Tóquio (Japão).
Marconews - Gêneros musicais como o Chorinho, tipicamente brasileiro, têm um público restrito e é cada vez menor o número de músicos que o tocam. O senhor diria que este é um gênero que está se extinguindo?
ODM – Infelizmente é verdade. Mas acredito que, devido ao grande número de clubes de Choro que existem no Brasil, o gênero nunca cheque a acabar. No Japão, por exemplo, gosta-se muito de Choro.
Marconews - O senhor também compõe?
ODM – Sim. Além de Deus ter me dado o dom instrumental, também me deu o dom de compositor. Tenho quase 100 composições minhas, sendo que a maior parte é de Choro. Todas estão na Internet (site Samba-choro).
Marconews - Quantas composições o senhor já colocou na Internet? Qual a repercussão?
ODM – Como eu já disse anteriormente, acredito ser o maior contribuinte de partituras via Internet. Tenho até o momento, mais de 2.200 partituras no site Samba-choro. A repercussão acredito ser boa, pois tenho recebido elogios pela qualidade do trabalho e de minhas composições.
Marconews - O senhor pretende continuar com este trabalho?
ODM – Sim, ao menos até quando Deus assim o permitir. Tudo o que aprendi nos meus 65 anos como músico, graciosamente compartilho com os músicos deste nosso Brasil.
Marconews - O senhor tem planos de lançar um disco com estas composições?
ODM – Não. Se algum músico quiser gravar alguma composição minha, darei permissão, com o maior prazer.
Marconews – Além de compositor instrumental, o senhor tem outras obras, como por exemplo, canto?
ODM – Sim, tenho letra e música de duas marchas carnavalescas, três músicas caipiras e algumas do gênero romântico, mas são só do conhecimento de meus familiares.Texto e Foto: Marco Antonio
ola meu nome e Ernandes voce saberia me dizer como consigo as musicas de Outubrino D Moraes
ResponderExcluirestou muito interessado,pois minha namorada esta estudando as cifras e partituras,e ela gostaria muito de poder ouvir os chorinhos dele
fico grato se houver alguma resposta.
careca4p@hotmail.com