Aos 40 anos,
Paulo Roberto Corrêa (foto) possui larga experiência em enfrentar situações de risco e
salvar pessoas. Nascido em Itapetininga, ele sempre quis ser bombeiro. Aos 18
anos trabalhou no corpo de bombeiros voluntários da cidade. Depois, ingressou
na Polícia Militar do Estado de São Paulo, servindo como bombeiro militar na
capital paulista.
Desmoronamento das obras do metrô |
Com quase duas décadas de serviço na
corporação, ele e seus companheiros do 4º Grupamento dos Bombeiros, que abrange
o bairro paulistano de Pinheiros, atenderam ocorrências de grande impacto e
repercussão, como a tragédia com o avião da TAM e o desabamento das obras do
metrô de Pinheiros. Paulinho, como é
carinhosamente chamado por familiares e amigos, trabalha atualmente em
Itapetininga, junto ao grupamento do Bombeiro Militar na cidade. Por seu
trabalho na corporação, ele será homenageado nesta quinta-feira pela Câmara
local, recebendo a Medalha de Mérito Júlio Prestes de Albuquerque. A cerimônia
acontece na sede do Legislativo, à rua Monsenhor Soares, 251, a partir das 19
horas.
Experiência
Paulo Corrêa lembra que foi
transferido para São Paulo em 2005 e que aprendeu muito com essa experiência.
“Ajudei meus companheiros na tragédia com as obras do metrô em Pinheiros e
posteriormente com a queda do avião da TAM”, recorda o bombeiro, que também
atuou em muitos incêndios em regiões de favela. “São Paulo não para; o resgate
é chamado a toda hora...você nem tem tempo de almoçar e jantar”, afirma o
bombeiro.
O combate ao incêndio após a queda do avião foi árduo |
Apesar de ter trabalho em duas
ocorrências de grande repercussão, o fato que mais marcou Corrêa foi o
atropelamento de uma criança de quatro anos na avenida Rebouças, na capital.
“Depois que chegamos com o resgate e todo o trabalho de imobilização da
criança, já dentro da viatura ela me pergunta se no céu tem pão”, recorda o
bombeiro, emocionado, sem esconder que as palavras da criança mexeram mais com
ele do que o trabalho árduo de combate ao fogo no avião da TAM (que
contabilizou quase 200 vítimas) ou os 14 dias de trabalhos ininterruptos na
obra do metrô.
Há pouco mais de dois anos
trabalhando em Itapetininga, ele diz que a cidade mudou muito desde os tempos
de bombeiro voluntário e que o número de ocorrências aumentou bastante. Por outro
lado, com a evolução da tecnologia, hoje existem equipamentos e viaturas mais
modernas para atender a população. “Quando entrei na corporação, os caminhões
eram importados. Hoje são fabricados aqui no Brasil”, ressalta o bombeiro.
Graças
à vasta experiência, Corrêa hoje diz que segue tranquilo para atender as
chamadas. “A gente não pode estar tenso (para atender a ocorrência) tem que ser
muito profissional e saber como atuar e na hora certa”. Para ele, a profissão é
igual a um sacerdócio, pois requer dedicação integral. “Sempre quis ser
bombeiro, isso tem que estar no sangue e na alma. Tem que ter amor à farda que
veste”, finalizou.
Texto: Marco Antônio
Fotos: Arquivo Pessoal
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