sexta-feira, 14 de junho de 2013

O lixo nosso de cada dia

Falta de varrição de rua faz com que a sujeira se acumule
 
            Itapetininga já conta com diversos mecanismos que permitiriam a implantação no município de um serviço de coleta seletiva. Entre eles, a existência de uma cooperativa de reciclagem (Cooperita) criada há 10 anos, e leis que tratam do assunto no âmbito da rede de ensino público municipal, inclusive abordando o ensino ambiental nas escolas. Por que, então, a coleta seletiva ainda não foi implantada em Itapetininga? “O que segura mesmo é a falta de vontade política do município”, afirma o vereador Fuad Isaac (PT), que atuou intensamente para a criação da cooperativa em 2003. Ele também é o autor da lei que implantou a coleta seletiva nas escolas municipais.
           
A sujeira pode entupir bueiros
Autor de projeto de lei aprovado recentemente na câmara local que prevê multa de até 1 UFM (Unidade Fiscal do Município), cujo valor atual é de R$ 68,22, Isaac diz que há muitas pessoas desenvolvendo ações de proteção ao Meio Ambiente na cidade e que a coleta seletiva “é fundamental”, pois, além do valor ambiental, também “cria trabalho e renda para a cidade. A maior dificuldade para a implantação plena da coleta seletiva no município é a falta de vontade política”, ressalta, mais uma vez, o vereador. Voltando ao caso do lixo jogado na rua, em caso de reincidência, o valor da multa poderá chegar a 10 UFM, ou seja, mais de R$ 680. Uma lei muito importante, sem dúvida, sobretudo levando o estado de sujeira em que se encontram as ruas de Itapetininga. “O projeto foi vetado pelo prefeito”, informou Fuad Isaac na segunda, dia 10, acrescentando que a câmara tentaria derrubar o veto, mas a base do prefeito acabou mantendo o veto ao projeto. O problema da sujeira nas ruas tem se agravado nos últimos dias, já que o serviço de varrição de rua está praticamente paralisado na cidade.
            Segundo o vereador, “nenhum prefeito até hoje teve coragem de construir um aterro sanitário, porque entra em conflito com a vizinhança do local escolhido. A cidade já tem três espaços designados para o aterro, mas nem o Barbará, nem o Ramalho e até o momento nem o atual prefeito tiveram coragem de encarar esse desafio. Existe projeto, custo, local e tudo o mais. Mas continuamos pagando uma multa caríssima por esse desleixo”.
 
Cooperativa
A sujeira se espalha pelas ruas da ciade
            Para Fuad Isaac, “a Cooperita faz o que pode. Falta apoio do executivo para melhorar sua atuação. A cooperativa tem um convenio com o projeto Cata Vida, ligado à Petrobras e à ONG CEADC, de Sorocaba, que unifica a distribuição do lixo coletado para grandes empresas, com preço muito bom para as associações e cooperativas parceiras, o que gera renda. A prefeitura de Itapetininga disponibiliza um caminhão velho e um caminhão quebrado para a Cooperita. Falta também apoio da iniciativa privada”.
 
Prefeitura não se manifesta
            O Marconews entrou em contato via email com a assessoria de imprensa da prefeitura de Itapetininga, indagando sobre a coleta seletiva, a limpeza das ruas e a questão do aterro sanitário, mas até o fechamento desta reportagem a prefeitura não respondeu as perguntas enviadas.

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