Comandante do 22º Batalhão defende novas
estratégias no combate ao crime
Recentemente
designado para o comando do 22º Batalhão da Polícia Militar do Interior, unidade
responsável pelo policiamento em Itapetininga (sede) e 12 municípios da Região,
o coronel Marcelo Alves Marques diz que os marginais que agem na área de
abrangência do batalhão serão combatidos com novas estratégias, que incluem o
reforço no policiamento e a intensificação do serviço de inteligência policial.
Com
21 anos de carreira, ele analisa que a Operação Delegada, parceria entre a
Prefeitura de Itapetininga e a PM, teve impacto positivo no aumento da
segurança, principalmente na área central da cidade. Além da operação, o
comandante revela que a PM vem realizando treinamento especial desde o ano
passado, visando conter tumultos, como o que ocorreu em julho de 2014, quando
vândalos depredaram lojas no centro da cidade, especialmente na rua Virgílio de
Rezende, após um jogo do Brasil na Copa do Mundo. Veja a seguir os principais
trechos da entrevista.
“O
crime evoluiu negativamente no estado em 2014”, comentou o oficial, “aqui em
Itapetininga, o que estamos fazendo é pensar em novas estratégias, incluindo
mais policiais nas ruas para tentar diminuir esses índices, que começaram em um
nível muito ruim”.
Marques
destacou a celebração de convênio entre a administração municipal e a PM, para
reforçar a segurança na cidade, através da Operação Delegada. De acordo com a
Prefeitura, o custo do projeto para os cofres municipais é estimado em R$ 1 milhão
por ano. “A operação completou um ano agora e o impacto foi positivo”, avaliou
o oficial.
Inteligência
O coronel afirmou ainda que deve ser
intensificado o trabalho de inteligência policial. Outra preocupação é com a
área rural, devido à extensão territorial do município, terceiro maio do
Estado.. “Por ser muito grande, a zona rural ficava sem receber a devida
atenção, mas estamos resolvendo isso com viaturas específicas para atuar na
área rural, sobretudo nos distritos”, revelou o comandante do 22º BPMI..
Segundo ele, uma experi^4encia bem sucedida está sendo realizada no distrito de
Rechã, o mais populoso do município. “Nós implantamos um subgp no rechã, com
quatro policiais e uma viatura exclusivos para o distrito. Os policiais ficam o
dia interiro na comunidade”.
Treinamento
Marcelo Marques ressalta que em 2014, a cidade
viveu dois momentos específicos em reação a manifestações populares: “nós
tivemos aqui protestos com o aumento de tarifas, mas foi tranquilo, inclusive
com a polícia garantindo a segurança; e depois tivemos aquele episódio do
tumulto na Virgílio, um fato que eu, em 21 anos de batalhão, nunca tinha visto”.
Segundo o oficial, o tumulto começou porque o socorro não conseguia chegar a
uma vítima de esfaqueamento, durante uma briga na rua. “A polícia teve que
dispersar as pessoas com bombas”.
Desde o lamentável incidente, a PM
tem realizado treinamento especial “para lidar com este tipo de situação”,
comentou o comandante. Outra preocupação da polícia é com o tráfico de drogas.
”Todo dia prendemos pessoas e apreendemos drogas. As apreensões aumentam porque
tem mais gente vendendo. Se eu prendo uma pessoa hoje, amanhã já tem outra
vendendo no mesmo lugar”, disse Marques. Segundo o oficial, há apreensão diária
de drogas, principalmente nos bairros periféricos da cidade. “Já apreendemos
droga em planta (maconha), embalada para vender e até em comprimidos (cocaína)”,
revelou o policial, ressaltando que, até há alguns anos, as quantidades
interceptadas pela polícia eram pequenas. “hoje, apreendemos três, quatro
quilos de drogas”.
Os
entorpecentes também são a causa da existência de uma cracolândia em Itapetininga,
nas proximidades dos antigos galpões da Fepasa, na Vila Arlindo luz. O local é
frequentado por usuários de crack, fato que gera reclamações dos moradores. Por
ser nas imediações da linha férrea, o ponto ficou conhecido como cracolinha. “Esta situação é um problema
mais de caráter social, que de polícia, mas sempre passamos ali”, finalizou o
comandante.
Texto: Marco Antônio
Foto: Mike Adas/Jornal Correio
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