sábado, 10 de janeiro de 2015

“Crime deve dever combatido com inteligência”, diz coronel PM

Comandante do 22º Batalhão defende novas estratégias no combate ao crime
 
Cel. PM Marcelo Marques
Recentemente designado para o comando do 22º Batalhão da Polícia Militar do Interior, unidade responsável pelo policiamento em Itapetininga (sede) e 12 municípios da Região, o coronel Marcelo Alves Marques diz que os marginais que agem na área de abrangência do batalhão serão combatidos com novas estratégias, que incluem o reforço no policiamento e a intensificação do serviço de inteligência policial.
Com 21 anos de carreira, ele analisa que a Operação Delegada, parceria entre a Prefeitura de Itapetininga e a PM, teve impacto positivo no aumento da segurança, principalmente na área central da cidade. Além da operação, o comandante revela que a PM vem realizando treinamento especial desde o ano passado, visando conter tumultos, como o que ocorreu em julho de 2014, quando vândalos depredaram lojas no centro da cidade, especialmente na rua Virgílio de Rezende, após um jogo do Brasil na Copa do Mundo. Veja a seguir os principais trechos da entrevista.
“O crime evoluiu negativamente no estado em 2014”, comentou o oficial, “aqui em Itapetininga, o que estamos fazendo é pensar em novas estratégias, incluindo mais policiais nas ruas para tentar diminuir esses índices, que começaram em um nível muito ruim”.
Marques destacou a celebração de convênio entre a administração municipal e a PM, para reforçar a segurança na cidade, através da Operação Delegada. De acordo com a Prefeitura, o custo do projeto para os cofres municipais é estimado em R$ 1 milhão por ano. “A operação completou um ano agora e o impacto foi positivo”, avaliou o oficial.
 
Inteligência
            O coronel afirmou ainda que deve ser intensificado o trabalho de inteligência policial. Outra preocupação é com a área rural, devido à extensão territorial do município, terceiro maio do Estado.. “Por ser muito grande, a zona rural ficava sem receber a devida atenção, mas estamos resolvendo isso com viaturas específicas para atuar na área rural, sobretudo nos distritos”, revelou o comandante do 22º BPMI.. Segundo ele, uma experi^4encia bem sucedida está sendo realizada no distrito de Rechã, o mais populoso do município. “Nós implantamos um subgp no rechã, com quatro policiais e uma viatura exclusivos para o distrito. Os policiais ficam o dia interiro na comunidade”.
 
Treinamento
             Marcelo Marques ressalta que em 2014, a cidade viveu dois momentos específicos em reação a manifestações populares: “nós tivemos aqui protestos com o aumento de tarifas, mas foi tranquilo, inclusive com a polícia garantindo a segurança; e depois tivemos aquele episódio do tumulto na Virgílio, um fato que eu, em 21 anos de batalhão, nunca tinha visto”. Segundo o oficial, o tumulto começou porque o socorro não conseguia chegar a uma vítima de esfaqueamento, durante uma briga na rua. “A polícia teve que dispersar as pessoas com bombas”.
            Desde o lamentável incidente, a PM tem realizado treinamento especial “para lidar com este tipo de situação”, comentou o comandante. Outra preocupação da polícia é com o tráfico de drogas. ”Todo dia prendemos pessoas e apreendemos drogas. As apreensões aumentam porque tem mais gente vendendo. Se eu prendo uma pessoa hoje, amanhã já tem outra vendendo no mesmo lugar”, disse Marques. Segundo o oficial, há apreensão diária de drogas, principalmente nos bairros periféricos da cidade. “Já apreendemos droga em planta (maconha), embalada para vender e até em comprimidos (cocaína)”, revelou o policial, ressaltando que, até há alguns anos, as quantidades interceptadas pela polícia eram pequenas. “hoje, apreendemos três, quatro quilos de drogas”.
            Os entorpecentes também são a causa da existência de uma cracolândia em Itapetininga, nas proximidades dos antigos galpões da Fepasa, na Vila Arlindo luz. O local é frequentado por usuários de crack, fato que gera reclamações dos moradores. Por ser nas imediações da linha férrea, o ponto ficou conhecido como cracolinha. “Esta situação é um problema mais de caráter social, que de polícia, mas sempre passamos ali”, finalizou o comandante.
 
Texto: Marco Antônio
Foto: Mike Adas/Jornal Correio

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