Composto é uma das 400 substâncias
encontradas na maconha
Liberado
pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) o Canabidiol é um agente
químico encontrado na planta Cannabis, popularmente conhecida como maconha. O
Canabidiol (CBD) possui características que o tornam eficaz no combate aos
sintomas de doenças como esquizofrenia e surtos psicóticos e por esta razão
chamou a atenção dos pesquisadores.
O
CBD inibe os efeitos do THC, elemento psicoativo da maconha, e apresenta
excelentes resultados no combate às convulsões. Os medicamentos à base do CBD
começarão a entrar no país regularmente e a expectativa é de que até o final do
ano sejam comercializados nas farmácias, mediante prescrição médica. Com a
liberação, empresas farmacêuticas se preparam para registrar remédios à base do
composto.
O que é o Canabidiol
O
termo se refere a uma das substâncias químicas encontradas na Cannabis Indica,
constituindo grande parte da planta, cerca de 40% de seus extratos. Cannabis Indica
e Cannabis Sativa são nomes utilizados para designar os extremos do espectro da
cannabis, conhecida popularmente como maconha.
Dentro
destes dois extremos existem ainda muitos outros padrões de crescimento, de
qualidade e de efeitos, mostrando o potencial da maconha para conseguir se
adaptar em praticamente qualquer situação ou local. A Cannabis Indica possui
mais canabidiol e menos THC, componente psicoativo da maconha, por isto é mais
indicada para a extração da substância.
Em
diversos locais no mundo medicamentos à base de maconha já são prescritos e vendidos
para o tratamento de uma série de doenças. A substância é uma espécie de pasta
proveniente da maconha e é eficaz no tratamento de doenças raras e de
convulsões. O termo “medicamento à base de maconha” levanta muitos
preconceitos, sendo esta uma das questões ainda bastante discutidas no Brasil.
Para que serve
O
uso terapêutico dos canabinoides, termo utilizado por alguns médicos com o
intuito de evitar o polêmico termo “medicamento à base de maconha”, já vem
sendo praticado há algum tempo em uma série de países, como os Estados Unidos e
outros da Europa.
O
Canabidiol tem se mostrado bastante eficiente no tratamento contra a ansiedade
e fobias sociais, assim como no de epilepsias graves. A substância ainda pode
ser usada com sucesso na reversão dos sintomas da doença de Parkinson e de
Alzheimer, incluindo outras desordens neurodegenarativas, por exemplo. Outros
efeitos positivos do canabidiol é aumentar o sono em pacientes que sofrem de
insônia, aumentar a fome em pacientes com anemia e reduzir a dor em pacientes
que sofrem de câncer e de doenças que afetam o Sistema Nervoso Central.
Como funciona
Ele atua como um ansiolítico, medicamento utilizado no tratamento de
ansiedade. No entanto, ao contrário de outros fármacos usados para tanto, o canabidiol
não produz efeitos colaterais como sonolência, zumbidos, tonturas e perda de
memória, por exemplo. Além disto, ele não traz efeitos típicos do uso da
maconha, como muitos pensam equivocadamente. O canabidiol não leva à
taquicardia, falhas na coordenação motora, secura na boca ou perda de memória
recente.
No
tratamento de convulsões, por exemplo, ele atua controlando o fluxo de
informações entre os neurônios, para que não haja sobrecargas e para que os
mesmos não fiquem superativos, o que poderia levar a uma convulsão. O
canabidiol inibe de diversas formas a hiperativação dos neurônios,
frequentemente relacionada a áreas do cérebro ligadas à linguagem e à percepção
sensorial.
O
Canabidiol é também comprovadamente eficiente no combate a fobias sociais, pois
facilita o processo de reaprendizado emocional quando a pessoa foi exposta a
uma situação que lhe provou um distúrbio. Além disso, a substância é eficiente
na redução e reversão dos sintomas relacionados ao mal de Parkinson, de
Alzheimer e esquizofrenia.
Contraindicações
Em
algumas linhagens de Canabidiol são encontradas porcentagens grandes de THC,
que mesmo em baixas doses pode provocar alguns efeitos adversos, especialmente
em crianças com menos de 15 anos, como a psicose. É preciso muito cuidado,
portanto, na escolha do canabidiol utilizado. Ainda não há uma total
uniformidade na composição e na consistência dos produtos, sendo que grande
parte do canabidiol é adquirido de produtores ao redor do mundo, o que provoca
variações no cultivo da planta.
Além
disto, é preciso ter atenção ao que ocorre quando do uso combinado de
Canabidiol e de outros medicamentos, sendo que estudos neste sentido já vêm
sendo realizados. Não é porque é algo natural que não pode te prejudicar. Por
exemplo, a tetrodotoxina, um bloqueador de canais de sódio produzido
naturalmente por peixes e outros animais, é cerca de 100 vezes mais letal para
os seres humanos do que o cianeto de potássio.
Morfina
Levou
um tempo para que a morfina, por exemplo, medicamento derivado do ópio, de onde
vem a heroína, fosse liberada para uso. Ainda assim, a morfina produz uma série
de efeitos colaterais preocupantes, o que não ocorre com o Canabidiol. Ele é apenas um dos canabinoides extraídos da maconha, que contém mais
ou menos 400 substâncias diferentes, dentre elas cerca de 60 canabinoides.
Fonte: site www.saudemedicina.com
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