Custos de conserto de carros atingidos pode chegar a R$
20 mil
Prejuízo pode ser alto
O verão acaba
oficialmente na próxima sexta-feira, dia 20, mas a intensidade das chuvas neste
ano já surpreendeu muita gente, inclusive em cidades do interior, como Laranjal
Paulista, Salto e Botucatu.
Em
Itapetininga, uma forte pancada de chuva surpreendeu os moradores na noite
de segunda. Na tarde desta terça-feira, 17, a temperatura máxima prevista
era de 30º C, com a possibilidade de pancadas de chuva. Já para a noite, a mínima
prevista era de 20º C, também com a possibilidade de chuva. É o verão se
despedindo, mas deixando a sua marca.
A cada ano,
as chuvas estão mais fortes, com grande volume de água derramado em pouco
tempo. Isto é consequência das mudanças climáticas.
O resultado é
que muitos motoristas são pegos de surpresa e, de uma hora para outra, se veem
no meio de um verdadeiro rio. Alguns arriscam atravessar esses pontos de
alagamento, o que pode causar sérios danos ao veículo, seja no motor, na parte
elétrica ou no acabamento interno.
Não custa
lembrar também que o prejuízo material, embora possa parecer grande à primeira
vista, não é nada se comparado à vida humana. Por isso, se você se deparar com
alagamentos perigosos, evite atravessar e procure dar meia volta ou escolher
outro caminho.
Segundo especialistas,
antes de atravessar um alagamento, é importante identificar a altura da água. Por
precaução, a altura máxima não deve superar a metade da roda. Isso porque os
maiores danos causados pela água acontecem quando ela entra no motor pelo duto
do filtro de ar. Em grande parte dos carros, ele fica posicionado logo atrás da
grade, na altura dos faróis. Por isso, se a água estiver muito próxima desse
nível, é bastante provável que ela invada o motor. Além disso, caso um veículo
apareça no sentido contrário, podem formar-se marolas, que atingirão a entrada
de ar.
Como atravessar um alagamento
Se for possível atravessar uma
área alagada, uma orientação é manter
o motor em uma rotação na faixa de 1.500 a 2.000 rotações por minuto.
Dessa forma, a saída dos gases pelo escape impede a entrada e água. Além disso,
é recomendável não trocar de marcha. Se isso não for possível, ao realizar a
troca, o motorista deve manter o pedal do acelerador pressionado. Dessa forma,
o risco de a água entrar pelo escapamento também é bem menor. Em carros
automáticos, é possível “travar” o câmbio em uma marcha específica – nesse
caso, a dica é escolher uma marcha baixa e seguir nesta posição.
E se o carro morrer?
Se, ao atravessar um alagamento,
o motor morreu, a principal dica é não tentar dar a partida novamente. Mantenha
o carro desligado e chame um guincho. Caso o motorista queira dar a partida
outra vez, o principal risco é o motor sugar a água para dentro. Quando isso
acontece, há o chamado calço hidráulico. Nele, a água entra na câmara de
combustão e o pistão exerce grande esforço para vencer a resistência da água,
empenando as bielas e travando o motor.
Como saber se a água chegou ao motor?
O primeiro passo é abrir o capô e
checar o filtro de ar. Caso ele esteja encharcado, é grande a probabilidade de
a água ter atingido pontos críticos do motor. Por isso, a melhor opção é
transportar o veículo de guincho para uma oficina. Lá, o mecânico deverá
retirar as velas e, com uma bomba manual, retirar a água que possa ter invadido
a área dos cilindros. Depois de removida a água, é hora de reposicionar as
velas e tentar ligar o motor. Se ele pegar, basta trocar o óleo. Porém, se
mesmo após a limpeza o carro não funcionar, o motor travou e precisará de
reparos mais severos, como a desmontagem para uma identificação mais precisa
dos danos.
Reparo deve ser rápido
A agilidade para levar o carro em
uma oficina especializada pode ser o segredo para gastar menos, além de ter
mais chances de sucesso no reparo. Neste caso, tempo é dinheiro, literalmente,
pois quanto maior a demora, menor a chance de recuperação e os gastos serão maiores.
Especialistas garantem que é
possível recuperar veículos que tenham ficado totalmente submersos. Nesse caso,
o trabalho pode levar até um mês, e custar mais de R$ 20 mil - considerando
veículos que custam R$ 50 mil. Para carros populares, o orçamento pode alcançar
R$ 15 mil - superando, em alguns casos, o próprio valor do modelo.
Perda total
Um carro sofre perda total quando
os custos dos reparos superam cerca de 70% do valor do veículo. Nesses casos, o
proprietário do veículo recebe a indenização da mesma forma que em outros
sinistros. Normalmente, quando um carro passa por uma enchente, pode haver
problemas mecânicos, hidráulicos e elétricos, além dos estofamentos. No
entanto, o motorista só será indenizado após minuciosa avaliação da seguradora,
que deve comprovar que não houve um agravamento de risco desnecessário, como
atravessar uma rua alagada por sua conta e risco.
E os estofamentos?
Caso um carro atravesse uma
enchente, e tenha o interior comprometido, é importante realizar uma limpeza completa.
A complexidade do serviço vai depender do nível de danos que o veículo sofreu. No
caso dos estofamentos, a higienização é importante porque, além de eliminar o
mau cheiro e a sujeira, ainda acaba com fungos e bactérias. Para isso, os
forros de portas, painéis e bancos devem ser desmontados. Em casos extremos, é
preciso trocar todo o estofamento.
O preço do serviço dependerá do
tamanho do estrago e do modelo do veículo, material dos bancos e do acabamento
interno.
Fonte: G1
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