A área cultivada de milho deverá aumentar na Região |
Os sete
principais produtos agrícolas cultivados no chamado plantio das águas (algodão,
amendoim, arroz, batata, feijão, milho e soja) devem ter em 2013 um aumento de
área ocupada em 5,2%, comparativamente ao ano anterior, totalizando 1,37 milhão
de hectares, tendo como destaque o acréscimo da área de soja e milho.
Os
dados foram obtidos por pesquisadores do Instituto de Economia Agrícola (IEA) e
da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI), órgãos da Secretaria
de Agricultura do Estado de São Paulo. As informações foram fornecidas em
setembro último, por técnicos das casas da agricultura de todos os municípios
paulistas, segundo o IEA. Um novo levantamento estava programado para o mês de
novembro, mas os dados ainda não foram divulgados pelo instituto. Este último
trabalho deverá projetar os primeiros números de produção e produtividade para
as culturas das águas, no ano agrícola 2012/2013.
Culturas em fase de encerramento
A safra paulista de laranja está
estimada em 363,9 milhões de caixas de 40,8 kg, volume 5,4% inferior ao obtido
no ano anterior. O fenômeno pode ser creditado aos fatores climáticos, como a
baixa precipitação na época do pegamento, o que reduziu a quantidade de frutos
por planta da primeira florada. Outro motivo bastante significativo é a maior
incidência de doenças que vêm acometendo os pomares, como a pinta-preta, o
cancro cítrico e o greening, provocados tanto pelos fatores climáticos
ocorridos no início de 2012 como pela falta de investimento nos tratos
culturais. A expectativa dos citricultores para essa safra quanto à
produtividade média por hectare é ligeiramente superior (735 caixas de 40,8kg
por hectare) ao ano safra anterior, que foi de 732 caixas por hectare, segundo
o IEA.
Para
cana-de-açúcar, a previsão do volume a ser produzido é de 419,6 milhões de
toneladas, o que representa um crescimento de 3,4% em relação à safra anterior,
com produtividade esperada de 78,8 t/ha, (+ 2,3%). Em relação à área total
cultivada, a expansão da cultura deve crescer 2,5%, enquanto para a área para
corte o aumento previsto é de 1,0%. Apesar dos números atuais serem positivos
na comparação com a safra 2010/11, o ritmo de crescimento é menor quando
comparados as safras dos anos de 2001 a 2010.
Safra 2011/2012
Na
pesquisa efetuada em setembro foram também obtidos alguns números finais para a
safra agrícola 2011/12. Os dados da estimativa de feijão de inverno (excluindo
o irrigado) apontam para incremento de 2,9% na área plantada, mas perdas de
14,2% na produção obtida, por conta da menor produtividade da terra. Para a
cultura irrigada houve ganhos de área (5,8%), de produção (1,4%) e também
perdas na produtividade (4,2%).
A
área plantada com milho safrinha ficou em 301,8 mil hectares, 8,4% maior que a
obtida na safra passada. O volume produzido nesta safra agrícola de 22,6
milhões de sacas de 60kg foi 71,4% maior ao de 2010/11, devido ao recorde de
produtividade de 4.487 kg/ha. Esse bom resultado da safra atual pode ser
explicado pela boa condução da lavoura e pelas adversidades climáticas
enfrentadas no ano passado com estiagem no início do plantio, geada na fase de
florescimento e granação. Para a soja safrinha, os números finais apontaram
crescimento de 36,5% na área totalizando 11,3 mil hectares e de 30,8% na
produção (473 mil sacas de 60 kg), em relação à safra anterior. Em virtude da
expansão das áreas de milho e soja, houve diminuição do cultivo de trigo na
safra 2011/12 em comparação com a safra anterior. Registraram-se quedas de
31,0% na área e de 18,5% na produção, porém o rendimento foi superior em 18,1%.
Situação semelhante se deu a cultura de triticale, com decréscimos de 11,4% na
área, 2,8% na produção e acréscimos de 9,7% no rendimento. A estimativa final
de produção de café no Estado de São Paulo 2011/12, indicou que a colheita
tenha alcançado 5,356 milhões de sacas de 60kg beneficiado, representando
incremento de 36,72% frente a safra anterior. Também, foi constatado aumento de
2,18% na quantidade colhida inclusive frente ao penúltimo levantamento
subjetivo de setembro de 2012, revelando o grande potencial produtivo das
lavouras paulistas. O estímulo propiciado pela elevação nas cotações ocorrido
no segundo semestre de 2011 fez avançar o plantio de novas áreas que totalizou
nesse levantamento final 16.893,66ha cultivados, significando incremento de 6,29%
frente ao levantamento de 2010/11. Os números contabilizados confirmam
tendência já observada de recomposição da cafeicultura paulista em patamar de
maior eficiência técnico-produtiva e de qualidade.
Itapetininga e Região
Na área do Escritório de
Desenvolvimento Rural de Itapetininga (EDR), que compreende os municípios de
Alambari, Angatuba, Campina do Monte Alegre, Capão Bonito, Cesário Lange,
Guareí, Itapetininga, Porangaba, Quadra, Ribeirão Grande, São Miguel Arcanjo,
Sarapuí, Tatuí, Torre de Pedra, o estudo do IEA aponta para redução na área
plantada nas culturas de batata e feijão das águas, em relação à safra
anterior.
No caso da batata, que teve uma área
cultivada de 2.950 hectares no levantamento final da safra 2011/2012, a
previsão é de que sejam plantados 2.910 há em 2012/2013, conforme dados do IEA.
Para o feijão, a redução será de 7.790 para 7.775 há.
Quanto ao milho, de acordo com a
intenção de plantio informada pelos técnicos, a safra 2012/2013 chegará a
58.489 hectares na região de Itapetininga, um aumento considerável em relação à
safra anterior, que contabilizou 51.575 ha, o que é uma boa notícia, ainda mais
se considerarmos que a região de Itapeva, principal produtora no Estado, terá
redução na área plantada, que deverá cair de 69.960 ha para 66.250 hectares.
A soja, por sua vez, terá um aumento
significativo em todo o sul de São Paulo. Em Itapetininga passará dos 10.940
hectares registrados na safra anterior, para 18.470 nesta safra; um crescimento
considerável, mas ainda tímido se comparado ao da região de Itapeva, cuja
previsão é de que ultrapasse os 100 mil hectares, superando em muito os 84,590
da safra anterior. A soja irrigada também deverá crescer na região, passando
dos atuais 5.800ha para 6.700ha. Em Itapetininga, por outro lado, a expectativa
é de retração da soja irrigada, com a área plantada caindo de 1.100 hectares
para 803ha.