O
Denatran – Departamento Nacional de Trânsito – informou
que, a partir de janeiro de 2013, O Sistema Nacional de Identificação
Automática de Veículos (Siniav) entrará efetivamente em funcionamento, seis
anos após ter sido criado por resolução do Conselho Nacional de Trânsito.
Segundo o Denatran, a partir de janeiro a
frota nacional deverá começar a receber os dispositivos eletrônicos que
armazenarão os dados dos veículos. O
objetivo é facilitar o controle e a fiscalização do tráfego no território
brasileiro por meio de monitoramento em tempo real. A implantação do sistema
deve ser concluída até 30 de junho de 2014, de acordo com o Denatran.
O desenvolvimento da tecnologia
que será usada como base do sistema foi financiado pelos ministérios da
Ciência, Tecnologia e Inovação e das Cidades e envolve investimentos de
aproximadamente R$ 5 milhões.
Segundo o coordenador de
Microinformática do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, Henrique
Miguel, o mecanismo funciona a partir de um sistema de radiofrequência, que
prevê a emissão de sinais por antenas espalhadas pelas cidades e rodovias.
Estes sinais são captados por um pequeno chip que integra a placa
eletrônica a ser instalada no para-brisa dos veículos de passeio e em outros
locais específicos, no caso de motocicletas e carretas.
“É uma espécie de tag
eletrônico, que vai permitir o controle do tráfego em tempo real. Ao ser
acionado, o chip enviará dados do veículo às antenas que, por sua vez,
enviarão as informações para as centrais de processamento, que verificarão a
situação do veículo analisado. A tecnologia desenvolvida é bastante complexa e
representa uma solução segura e barata, que pode ser reproduzida”, disse. Entre
as aplicações do sistema, Miguel destaca a possibilidade de localizar um carro
furtado e associá-lo ao proprietário, facilitando a recuperação do veículo e
evitando a clonagem. Além disso, será possível fiscalizar a velocidade média
dos automóveis e a circulação em locais e horários em que ela for proibida.
O Siniav também facilitará o
serviço de cruzamento de dados relativos aos veículos e às obrigações do
proprietário, como o licenciamento anual e o pagamento de impostos e de multas.
Com o projeto, espera-se aumentar a segurança no envio de cargas e diminuir
filas em pedágios, com a possibilidade de abertura automática de cancelas por
meio da leitura do chip.
Tecnologia
patenteada
Henrique Miguel disse que, por se
tratar de tecnologia inédita, o Denatran pôde formalizar o registro de patente
no Instituto Nacional de Propriedade Intelectual. As informações obrigatórias
que ficarão armazenadas no dispositivo são: número de série do chip,
identificação da placa, categoria e tipo do veículo.
O serviço prevê a
confidencialidade das informações relacionadas ao proprietário e o protocolo de
segurança utilizado é confiável, baseado em chaves de proteção. Segundo a assessoria
de imprensa do Ministério das Cidades, ao qual está submetido o Denatran, a
instalação das placas eletrônicas caberá aos departamentos estaduais de
Trânsito (Detrans). O custo para instalação do tag eletrônico,
anteriormente estimado em R$ 5, vai depender de licitação pública e ficará a
cargo do proprietário do veículo, devendo ser cobrado junto com o licenciamento
dos automóveis. A assessoria da pasta informou que ainda estão sendo definidas
as sanções que serão aplicadas aos proprietários de veículos flagrados sem o chip
após o prazo final de implementação do sistema, o que pode incluir multa e
perda de pontos na carteira de habilitação.
O Siniav foi criado pela
Resolução nº 212/2006 do Contran para modernizar a tecnologia dos equipamentos
e procedimentos empregados na prevenção, fiscalização e repressão ao furto e
roubo de veículos e cargas. Segundo o Ministério das Cidades, a demora na
implementação da iniciativa pode ser explicada pela necessidade de garantir
abrangência nacional à ação, além da integração de órgãos públicos, como os
Detrans, a Agência Nacional de Transportes Terrestres e a Receita Federal.
Nenhum comentário:
Postar um comentário