Na contramão da crise,
Itapetininga gera mais admissões do que desligamentos
Itapetininga |
Enquanto o desemprego no país bate recorde, em
Itapetininga e cidades vizinhas a situação é diferente, segundo dados do CAGED
(Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do Ministério do Trabalho e
Emprego.
De acordo com os dados oficiais,
de janeiro a julho deste ano, somente a cidade de Itapetininga (que possui pouco
mais de 158 mil habitantes) contabilizou 9.380 admissões, contra 8.619
desligamentos (demissões) gerando uma variação positiva de 761 admissões. Com esse
número, Itapetininga responde por 82,46% das 11.375 admissões realizadas na
microrregião, que compreende ainda as cidades de Angatuba, Alambari, Guareí e
Campina do Monte Alegre.
Admissões e desligamentos registrados em Itapetininga entre janeiro e julho deste ano |
Jà o município de Tatuí, por
outro lado, parece ter sentido mais a crise. No mesmo período, a cidade teve
4.895 admissões, mas contabilizou 5,290 demissões, apreciando uma variação
negativa de 395 desligamentos a mais do que contratações. Tatui tem pouco mais
de 117 mil habitantes, segundo o IBGE.
Brasil
O desemprego ficou em 11,6% no
trimestre encerrado em julho, segundo dados divulgados nesta terça-feira, 30,
pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Considerando todos
os trimestres, a taxa é a maior da série histórica, que teve início em 2012. A
população brasileira hoje passa de 206 milhões de pessoas, segundo o instituto.
No trimestre encerrado no mesmo período de 2015, o índice havia atingido 8,6% e
no trimestre anterior, de fevereiro a abril deste ano, a taxa ficou em 11,2%.
De maio a julho, a pesquisa
estima que havia 11,8 milhões de pessoas desocupadas - o maior número desde o
início da série. Na comparação com o mesmo trimestre de 2015, o aumento foi de
37,4%. Já em relação ao trimestre de fevereiro a abril de 2016, o contingente
cresceu 3,8%.
Por outro lado, a população ocupada estimada ficou em 90,5
milhões. Diante do mesmo período de 2015, foi registrada uma queda 1,8% e
frente aos três meses anteriores, houve estabilidade.
"A população ocupada voltou
ao nível do primeiro trimestre de 2013...a mesma coisa aconteceu com o
rendimento, que voltou ao patamar do primeiro trimestre de 2013", disse
Cimar Azeredo, coordenador de trabalho e rendimento do IBGE, em entrevista ao G1, portal de notícias da Globo.
Desses trabalhadores empregados,
34,3 milhões tinham carteira assinada. Na comparação anual, o recuo é de 3,9% e
na trimestral, não houve variação significativa, segundo o IBGE. De acordo com
o coordenador, o número de pessoas com carteira de trabalho voltou ao patamar
do segundo trimestre de 2012. "Desde o segundo trimestre de 2012, esse é o
menor contingente de pessoas trabalhando com carteira de trabalho assinada”.
Rendimento
Com o aumento do desemprego, caiu
o rendimento médio dos trabalhadores, que ficou em R$ 1.985. Em relação ao
mesmo trimestre do ano passado, a renda caiu 3% e sobre o período de fevereiro
a abril, registrou estabilidade.
“Logo no início do processo
recessivo, tivemos quadro de estabilidade de pessoas ocupadas porque você
perdia empregos formais, e a informalidade dava conta de absorver esse
contingente. Isso não está acontecendo mais. Consequência desse processo? Você
vê redução na população ocupada. Você tem literalmente perda de postos de
trabalho. Fazendo com que além daquelas pessoas que estavam buscando no mercado
de trabalho por conta de terem sido afetadas indiretamente pela crise, você tem
agora aqueles que foram afetados diretamente pela crise”, afirmou o coordenador
ao G1.
EUA
No mesmo dia
em que o IBGE divulgou sua pesquisa sobre o desemprego no Brasil, o Federal
Reserve (Banco Central americano) fez um anúncio que bem mostra o tamanho da
economia de lá. Segundo Staley Fischer, vice-presidente do órgão, “o mercado de
trabalho dos Estados Unidos está perto do pleno emprego e o ritmo de aumentos
da taxa de juros do Federal Reserve vai depender de quão bem a economia está”.
Na prática, uma elevação dos juros pelo Fed significa que a
economia americana está forte. Aliás, muito forte, caso realmente se concretize
a perspectiva de se atingir o pleno emprego. Apenas para lembrar: os americanos
enfrentaram uma grave crise econômica há menos de 10 anos.
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