Jornalista faz caminhadas e trilhas e melhora sua
qualidade de vida
Jornalista Edmundo Nogueira
Encontrar-se
na vida pode não ser algo tão simples assim. Até porque o homem tende a tornar
a vida mais complicada do que já é. E muitas vezes busca por poder, riquezas
materiais, ascensão social, esquecendo que as maiores riquezas, aquelas que
realmente importam, estão dentro do homem: amor, compaixão, respeito, humildade,
honestidade e fé.
John Lennon
disse uma vez: “Não se drogue por não ser capaz de suportar sua própria dor. Eu
estive em todos os lugares e só me encontrei em mim mesmo”.
Mas para
encontrar-se espiritualmente, o homem precisa iniciar uma caminhada de verdade.
Deixar para trás os problemas e o estresse da vida moderna, limpar a mente,
respirar ar puro, reconectar-se com a natureza, consigo mesmo e com Deus. Tudo isso
e a melhora da qualidade de vida do caminhante.
O jornalista
Edmundo Vasques Nogueira, de 52 anos, é um adepto das longas caminhadas (põe
longa nisso) e destaca toda a melhoria que sentiu em sua vida. Em 2013, durante
o carnaval, ele percorreu mais de 200 km a pé, fazendo o Caminho Da luz (Leia
mais sobre este caminho no final desta matéria) acompanhado dos filhos
Augusto e Gabriel, escalou o Pico das Bandeiras, uma experiencia que, segundo
ele, “permite um encontro maior com Deus e nós mesmos”.
Edmundo Nogueira
concedeu entrevista exclusiva ao Marconews para falar da sua experiência
por caminhos e trilhas, sejam eles das cidades, do campo, ou da vida. Veja a
seguir os principais trechos da entrevista.
Percorrendo o Caminho da Luz |
Marconews - Por que você
começou a fazer estas caminhadas/trilhas? Você vai sozinho ou acompanhado?
Edmundo Vasques Nogueira -
A caminhada é uma forma de desocupar a mente das questões do nosso dia a dia e,
também, fazer um exercício físico. Bom pra saúde física e melhor ainda pra
saúde mental. Faço parto de um grupo de caminhantes, mas também faço minhas
caminhadas sozinho.
Marconews - Você faz algum
tipo de preparação física?
Edmundo Nogueira - Faço
caminhadas menores pela cidade, principalmente nos finais de semana. Durante
semana procuro sempre fazer alongamentos.
Marconews - O que mais te
impressiona durante o passeio?
Edmundo Nogueira - O
convívio com a natureza. Numa trilha é possível fazer um “desligamento” da
nossa rotina do dia a dia. A presença da natureza ajuda o encontro com nossos
sentimentos. É um verdadeiro mergulho interior.
Marconews - Qual a
caminhada mais longa que já fez? Em quanto tempo?
Edmundo Nogueira - Em 2013
eu e meus filhos Augusto e Gabriel fizemos o “Caminho da Luz”, uma caminhada de
7 dias e 206 km subindo as montanhas de Minas Gerais, na região do Alto
Caparaó. No último dia chegamos ao topo do Pico da Bandeira, com 2.892 metros
de altitude.
Marconews - Você sentiu
melhora na sua qualidade de vida?
Edmundo Nogueira - Uma
grande melhora. Fisicamente exercitamos o corpo e o melhor é recarregar as
energias junto a natureza. Quando vou sozinho também aproveito para sentir
melhor o momento que estou vivendo.
Marconews - Qual a maior
dificuldade no passeio? Quais os cuidados que você toma com relação à
segurança, alimentação e hidratação, descanso? Que equipamentos você leva?
Edmundo Nogueira -Com um
bom planejamento, não existem dificuldades. Nossa cidade é tranquila e quando
vamos pra área rural as pessoas são mais receptivas ainda. É importante beber
muita água para não sofrer uma desidratação, uma vez que a caminhada pode durar
6 horas ou mais. Também levo sempre frutas. Não costumo fazer muitas paradas
para não “esfriar”. Levo uma mochila com a água, alimentos, agasalho,
repelente. Também levo bastões de trilhas, que ajudam nas subidas.
Marconews - Como você
escolhe o destino e o ponto de partida?
Edmundo Nogueira -Itapetininga
tem muitas estradas rurais e trilhas excelentes, arborizadas e com trajetos
agradáveis. A escolha é a distância ideal (próxima de 20 km) e a facilidade para
voltar (ônibus, Uber, etc).
Com os filhos, no Pico da Bandeira |
Marconews - Algum conselho
para quem quer fazer caminhada ou trilha?
Edmundo Nogueira - Começar.
Pode ser caminhando pela cidade. Depois escolhendo lugares agradáveis. No
início distâncias menores. Depois, naturalmente, a pessoa vai querer aumentar.
O importante é que a caminhada seja uma atividade prazerosa que traga bem-estar.
O que é o caminho da Luz
Considerado o
Santiago de Compostela brasileiro (em uma referência ao famoso caminho
percorrido por peregrinos de todo o mundo, na Espanha), o Caminho da Luz é, de
acordo com o site trilhaserumos.com.br, “é uma rota de peregrinação que
percorre cerca de 195 km no leste do estado de Minas Gerais, com início na
cidade de Tombos e término no Pico da Bandeira, na cidade de Alto Caparaó. Uma
organização chamada Abraluz (Associação Brasileira dos Amigos do Caminho da
Luz) administra o percurso implantado em 2001, cuidando do credenciamento dos
caminhantes, sinalização da rota e demais detalhes”.
Ainda segundo
o site, o caminho oferece “peregrinação religiosa, ecológica e histórica. O
roteiro passa por dentro de várias propriedades particulares, e por isso é
recomendado o credenciamento de quem pretende percorrê-lo, que pode ser feito
na cidade de Tombos. Algumas operadoras de turismo são credenciadas à Abraluz e
oferecem pacotes fechados. Assim como em Santiago de Compostela, o
caminhante recebe sua credencial, que é carimbada nos locais de pernoite.
Apesar disso, é possível fazer o caminho sozinho já que todo o percurso é
sinalizado e os moradores ao longo do roteiro sempre estão prontos para atender
o caminhante”.
O site
informa ainda que “leva-se, em geral, sete dias para se completar a caminhada,
mas o percurso também pode ser feito de bicicleta ou, ainda, a cavalo. No
caminho a paisagem é composta por inúmeras cachoeiras, vales silenciosos,
fazendas centenárias, florestas, escarpas montanhosas e outros santuários
culturais e ecológicos. Vale destacar belezas como o Santuário da Pedra Santa,
Água Santa, Cordilheira da Montanha Sagrada do Caparaó, Águas do Carfanaum,
Pedra Dourada, Cachoeira de Tombos, Serras de Caiana e dos Cristais e jardins floridos
de Espera Feliz, com sua fonte a esperar o caminhante para dar-lhe da mesma
água que os tropeiros bebiam no século XVIII”.
Texto: Marco Antonio Vieira de
Moraes
Fotos: Arquivo Pessoal Edmundo
Nogueira
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