quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Eduardo Campos morre em acidente de avião


Candidato à Presidência vivia melhor momento de sua carreira política

 

            Em um país onde tradicionalmente há escassez de novas lideranças políticas que se apresentem como alternativa para o eleitor saturado dos discursos da esquerda radical e da direita conservadora, a morte de Eduardo Campos, candidato à Presidência da República pelo PSB, ocorrida neste último dia 13 de agosto, deixou uma lacuna que Campos tentava preencher, conquistando seu próprio espaço.
            Um dia antes do fatídico acidente com o avião que transportava o candidato do Rio de Janeiro até a cidade paulista de Santos, onde daria uma palestra, Campos foi entrevistado pelo Jornal Nacional, da Rede Globo de Televisão.
Fumaça marca o lugar onde caiu
o avião Cessna que levava o candidato
            Durante 15 minutos, ele respondeu às questões levantadas pelos apresentadores William Bonner e Patrícia Poeta. O candidato não se furtou a responder nenhuma pergunta, incluindo questões delicadas, como seu empenho na eleição de sua mãe, a então deputada federal Ana Arraes, para o cargo vitalício de Conselheira do Tribunal de Contas da União. Ou mesmo a indicação de dois primos para o Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco.
            Eduardo Campos mostrou-se sereno e disposto a ser firmar como uma alternativa para o eleitor; uma nova liderança nacional, com propostas viáveis. Campos começou a carreia política ainda estudante, sendo filho e neto de políticos; seu avô, Miguel Arraes, governou Pernambuco duas vezes, uma delas com o apoio do Partido Comunista do Brasil, o que o obrigou a exilar-se fora do Brasil durante a ditadura militar. Arraes só voltou ao Brasil após a promulgação da Lei da Anistia, no fim dos anos 70. Ele morreu em 2005, coincidentemente no dia 13 de agosto.
            Mesmo com uma influência tão carismática como a do seu avô, Campos sempre se esforçou para ter luz própria. E tinha bom trânsito em várias esferas da política. Basta ver a repercussão de sua morte.
            Durante entrevista ao JN, o candidato rebateu as afirmações de que possuía promessas divergentes, como aumentar os investimentos na saúde e educação e, ao mesmo tempo, reduzir a inflação para 4% em 2016 e 3% até 2019. E garantiu que conseguiria cumprir todas as promessas, que na sua avaliação, se resumiam a uma só: melhorar a qualidade de vida do brasileiro.
            “A sociedade brasileira tem apresentado na internet, nas ruas, uma nova pauta, que é a pauta da educação, da melhoria da assistência da saúde, que está um horror no país, a violência que cresce nos quatro cantos do país. Nós temos que dar conta de melhorar a qualidade de vida nas cidades onde a mobilidade também é um grave problema. E tudo isso em quatro anos.  Nós estamos fazendo um programa de governo, ouvindo técnicos, a universidade, gente que já participou de governo. E é possível, sim. Nós estamos fazendo conta, tem orçamento. Eu imagino que muitas vezes as pessoas dizem assim: ‘Houve uma reunião do Copom hoje e aumentou 0,5% os juros’. E ninguém pergunta da onde vem esse dinheiro. E 0,5% na Taxa Selic significa 14 bi. O passe livre, que é um compromisso nosso com os estudantes, custa menos do que isso. Então, nós estamos fazendo contas para, com planejamento, em quatro anos trazer inflação para o centro da meta, fazer o Brasil voltar a crescer, que esse é outro grave problema, o Brasil parou. E o crescimento também vai abrir espaço fiscal. Tudo isso com responsabilidade na condução macroeconômica. Banco Central com independência, Conselho Nacional de Responsabilidade Fiscal, gente séria e competente governando. Fazendo a união dos competentes, dos bons, o Brasil pode ir muito mais longe”, afirmou Campos.
A tragédia aconteceu no bairro do Boqueirão, em Santos
Ainda segundo o candidato, “a inflação não pode ser combatida só com a taxa de juros, como vem sendo feita no país. É preciso ter coordenação entre a política macroeconômica monetária e a política fiscal, mas é preciso também ter regras seguras. As regras que mudam todo dia no Brasil muitas vezes fazem com que o preço do dinheiro suba, o chamado Custo Brasil. A falta de logística que encarece o produto que vem do mundo rural, da própria indústria, a falta de ferrovia, de rodovia, que o Jornal Nacional mostra tantas vezes aqui, de portos, encarece o país. Então, o Brasil precisa enfrentar a inflação, porque ela está corroendo o salário. As pessoas estão percebendo. Os aposentados, os assalariados, os que vivem por conta própria do seu esforço percebem. O compromisso um com o centro da meta da inflação e a retomada do crescimento”.
Pouco antes de encerrar a entrevista, Eduardo Campos avaliou que 2014 “está sendo um ano difícil, porque a gente vai ter um crescimento de -1%. O Brasil está perdendo”.
Em sua manifestação final, Eduardo Campos resumiu em um minuto e meio porque queria ser presidente da República: “Eu queria ter a oportunidade de falar com você de todo Brasil. Eu governei o estado de Pernambuco por duas vezes. Fui reeleito com 83% dos votos e deixei o governo com mais de 90% de aprovação. Governei com pouco, porque governei um estado do Nordeste brasileiro com muita pobreza, e botei o foco naqueles que mais precisam. Então, aprendi a fazer mais com menos. Agora, ao lado da Marina Silva, eu quero representar a sua indignação, o seu sonho, o seu desejo de ter um Brasil melhor. Não vamos desistir do Brasil. É aqui onde nós vamos criar nossos filhos, é aqui onde nós temos que criar uma sociedade mais justa. Para isso, é preciso ter a coragem de mudar, de fazer diferente, de reunir uma agenda. É essa agenda que nos reúne, a agenda da escola em tempo integral para todos os brasileiros, a agenda do passe livre, a agenda de mais recursos para a saúde, a agenda do enfrentamento do crack, da violência...O Brasil tem jeito. Vamos juntos. Eu peço teu voto”.
Eduardo Campos tinha 49 anos, completados no último dia 10 de agosto, e deixa esposa e cinco filhos. Além do candidato, também morreram no acidente dois assessores, o cinegrafista e o fotógrafo oficiais da campanha, o piloto e o co-piloto. As causas do acidente serão investigadas.

terça-feira, 5 de agosto de 2014

Frio volta e deve continuar nos próximos dias


Temperatura deve ficar entre a mínima de 10°C e máxima de 25°C

 
Um céu quase sem nuvens e a expectativa
de que a estiagem continue até sábado, pelo menos

A terça-feira amanheceu fria em Itapetininga e Região, com os termômetros marcando 10°C de temperatura mínima e a máxima não passando de 18°C. Mesmo com o sol aparecendo na parte da tarde, os fortes ventos deixam a sensação de ainda mais frio. A noite desta terça deve ser nebulosa, segundo o site ClimaTempo. Não há previsão de chuva para os próximos dias.
Amanhã, quarta-feira, a temperatura sobe um pouco e chega a 23°C, mas a mínima permanece nos 10°C; a quinta também amanhece fria (10°C) mas durante o dia a temperatura sobe para 24°C.
Na sexta e no sábado, os termômetros devem marcar em torno de 13°C e 25°C (sexta-feira), com a temperatura caindo um pouco no sábado, com mínima de 11°C e máxima de 23°C. Se você estava achando que o inverno já estava dizendo adeus, lembre-se que a estação vai até 23 de setembro no Hemisfério Sul.

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Uma revolução chamada i3


BMW apresenta modelo desenvolvido
totalmente sob o conceito de sustentabilidade

 

Com a proposta de revolucionar conceitos da indústria automobilística, a alemã BMW desenvolveu o i3, modelo elétrico desenvolvido inteiramente dentro do conceito de sustentabilidade. O carro chega ao Brasil no final deste ano e deve chamar a atenção primeiramente pelo visual, completamente diferente de outros modelos da marca e mesmo entre veículos de outras montadoras instaladas no país. Além do i3, a BMW deve trazer ao Brasil um modelo híbrido, topo de linha: o i8, sedã esportivo que chega a 250 km/h. O visual do carrão também impressiona e o modelo deve chegar em 2015. Embora não tão radical quanto o i3, o i8 também é politicamente correto.
Mas voltando ao i3, o site WebMotors testou um modelo em Los Angeles, nos Estados Unidos. O estilo único e inovador do carro é a primeira coisa que chama a atenção. Segundo o WebMotors, o design inovador baseia-se na proposta da fábrica de criar uma nova linha de produtos sustentáveis e não simplesmente adaptar um modelo já existente.
O compacto desembarca no Brasil até o final do ano, por cerca de R$ 180 mil. Nos Estados Unidos, parte de US$ 41.350, ou cerca de R$ 97 mil em conversão direta, de acordo com o site. Ou seja, aqui em nosso país será um carro para poucos.
Mesmo rodando em Los Angeles, o carro chama a atenção pelo seu visual inovador: o conjunto de faróis e lanternas de led o tornam facilmente reconhecido. Há diversas opções de cores, mas teto, capô e tampa do porta-malas serão sempre na cor preta.
 
Carbono e plástico
Toda sua carcaça é construída em fibra de carbono, enquanto a parte externa e visível da carroceria é de termoplástico. O porte é próximo de um Mini Cooper, mas com teto mais alto. São 4 m de comprimento, 1,78 m de largura e 1,58 m de altura. O i3 vem com rodas aro 19 de série, mas existe a possibilidade de rodas opcionais de 20 polegadas com apenas 5 polegadas de largura na frente e 5,5 na traseira (de baixa resistência de rolagem), calçadas com pneus 155/60 na frente e 175/55 atrás. Resta saber se as rodas e os pneus com este perfil suportarão bem as estradas e ruas brasileiras.
Embora seja tão descolado e inovador, o i3 mantém uma característica da BMW respeitada e cultuada pelos fãs da marca, a tração traseira. Quem também vai atrás é o motor, localizado abaixo do assoalho do porta-malas de 260 litros. O número é bom se tratando de um carro urbano que geralmente será usado por uma ou duas pessoas.  Há ainda um compartimento complementar na dianteira, onde fica o adaptador para carrega-lo em tomadas convencionais, como as de casa.
A revolução do i3 se estende pelo cockipit. Tudo foi pensado pela BMW nos mínimos detalhes, a começar pelo material utilizado, em sua grande parte, reciclado. Os bancos são revestidos praticamente por inteiro com poliéster reciclado. Há ainda fibras naturais, plástico reciclado e até garrafas PET utilizadas nos acabamentos. A madeira é de Eucalipto, proveniente de florestas com gestão responsável.
O visual é do tipo clean, com linhas bem discretas e um toque de inovação. Há bastante espaço para as pernas, já que o painel não segue em sua parte central rumo ao assoalho. Isso por conta do câmbio estar localizado atrás do volante de dois raios, como uma espécie de alavanca. Ele traz apenas as posições D, R e P para seguir em frente, da ré e parar, respectivamente.
Chama atenção também a central multimídia completíssima, com direito a tela de nada menos do que 10,2 polegadas com qualidade HD inclusive na câmera de ré. Isso sem falar no moderno sistema de navegação, que faz busca por tudo que se pode imaginar, inclusive por pontos de recargas em cidades como Los Angeles.

O sistema de alto- falantes fica por conta da conceituadíssima marca Harman Kardon, enquanto o acesso ao i3 é feito por meio de quatro portas, sendo as traseiras do tipo suicidas, só podendo ser utilizadas com as dianteiras abertas. Quem viaja atrás também desfruta de um bom espaço, sobretudo pela cabeça. Ponto positivo para o teto alto do i3.
 
Acelerador e freio juntos
A grande novidade na condução do carro, segundo o WebMotors, é que o carro praticamente para sozinho, já que ele começa a frear assim que o motorista tira o pé do acelerador. Isso porque o pedal do acelerador funciona também como freio. Sim, é isso mesmo que você leu. É que o modo de funcionamento é semelhante ao de um autorama ou uma moto aquática. Basta tirar o pé do acelerador, para que o carro inicie o trabalho de frenagem. Ou seja, é preciso aprender a dosar o pé no acelerador. A idéia é tã inovadora que leva tempo para se acostumar. Mas o compacto conta com um pedal de freio, que só é utilizado nas frenagens mais bruscas. Segundo o site, em um circuito urbano, com trânsito lento e velocidade cada vez menor, é possível andar com o i3 sem pisar no freio. Mas caso o motorista precise acelerar, os 170 cavalos do motor respondem na hora, garantindo o desempenho esportivo.
A autonomia do i3 é de 100 milhas, ou 160 km, quando está com a carga da bateria completamente cheia. Em uma tomada pública, esse número é atingido em apenas 4 horas. Se for carregado em casa, o tempo para obter a carga completa é de 8 horas. O comportamento do i3 é muito parecido com o de um Mini Cooper S, inclusive na agressividade com que ele acelera. Por conta desse sistema de acelerador, é preciso pisar fundo para que ele responda. Mas basta entende-lo para ver como acelera bem este elétrico. E só para lembrar: o Mini Cooper também é da BMW.
As arrancadas são rápidas e o tamanho faz com que ele seja bastante ágil na cidade grande. As lembranças do Mini não param nas aceleradas mais bruscas — o compacto vai de 0 a 100 km/h em 7,2 segundos —, mas também no comportamento  da suspensão. Ela dá algumas batidas secas ou trancos quando o BMW encontra buracos pela frente. Mas ela garante um carro bastante estável e firme também.
Toda a revolução do i3 poderá ser vista ao vivo no próximo salão do automóvel, em outubro.
 
I8
            Com previsão de chegada ao Brasil em 2015, e já vendido na Europa por R$ 370 mil, o BMW i8 (foto) é a aposta da empresa no segmento de híbridos, veículos que usam dois motores, um elétrico e outro a combustão, unindo desempenho com preocupação ambiental em um modelo topo de linha.
            Para sair da imobilidade, o cupê alemão usa o motor elétrico, que se destaca pelo silêncio. A partir dos 60 km/h entra em ação o motor a combustível. Um sistema inteligente identifica a situação, incluindo a maneira que o motorista conduz o carro, e desliga um motor e liga o outro. Ao rodar com o veículo, as baterias, localizadas no centro do automóvel, embaixo do console central, são recarregadas quando o motorista tira o pé do acelerador e quando ele usa o freio. Para dar equilíbrio ao carro, o i8 possui o motor elétrico na frente e o a combustão atrás. O motor elétrico mostrou-se ideal para uso urbano, em percursos diários de até 30 quilômetros.
 
Desempenho
            Para quem gosta de uma condução mais esportiva, o motor 1.5 turbo oferece mais de 360 vc de potência, fazendo com que o carro chegue fácil aos 250 km/h de final. No modo esportivo, o cambio automático de seis marchas proporciona trocas mais rápidas, com opção de uso de alavancas atrás do volante. A tração integral auxilia na estabilidade.
            O motorista pode ainda escolher por uma tocada mais esportiva utilizando o motor elétrico, com autonomia de 37 km, bem abaixo dos 500 km que o uso combinado dos motores proporciona. Usando os dois propulsores combinados, o i8 faz até 47 km com um litro de combustível.
As baterias elétricas podem ser recarregadas em até 2h30, na tomada de casa, em postos adequados ou totens disponibilizados pelo fabricante. Com design único, que une beleza e boa aerodinâmica, o i8 certamente chama a atenção por onde passa, o que deve ser motivo de preocupação para os donos de Porsche 911 e Audi R8, concorrentes diretos do modelo,