quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Cidade deve se desenvolver ainda mais nos próximos anos


Município tem apresentado melhora em diversas áreas
 
Vista da Catedral de Nossa Senhora dos Prazeres,
um dos símbolos da cidade de Itapetininga
            No próximo dia Cinco de Novembro, o município de Itapetininga completa 243 anos de fundação. Uma história marcada por momentos de grande expansão política, econômica e social, mas também com períodos de estagnação.
            Com quase 154 mil habitantes, a cidade, desde os anos 90, vem apresentando crescimento acelerado e melhorias em diversos indicadores sociais, como por exemplo, a queda na mortalidade infantil e o aumento na expectativa de vida, entre outros indicadores. Em menos de um quarto de século, Itapetininga mudou seu perfil, melhorando sua infraestrutura em muitos pontos, como na área de Educação, resgatando um pouco do status de  Terra das Escolas.
            Possuidora do maior PIB agrícola do Estado, a cidade precisa melhorar na questão da distribuição de renda, pois ainda há muita concentração nesta área. De um orçamento modesto no começo da década, o município passou para um orçamento de mais de R$ 300 milhões, conforme previsão orçamentária enviada pelo prefeito Luis Di Fiori à Câmara local. Para 2014, o orçamento itapetiningano deverá ser de R$ 328 milhões, ou 7% maior do que em 2012, que foi de R$ 307 milhões.
            Este ciclo de desenvolvimento está para entrar em nova fase, iniciada com a duplicação da rodovia Raposo Tavares, uma das mais importantes estradas de São Paulo e principal ligação do Estado com o sul do Brasil.
            As obras de duplicação já chegaram ao bairro Chapada Grande e geram grande expectativa, não apenas em Itapetininga, mas em todas as cidades por onde a rodovia passa. Sem lugar para expandir em outras regiões do Estado, as empresas acompanham atentamente a duplicação da rodovia, buscando áreas para se instalar. Não é sem motivo que a rodovia duplicada é considerada a principal mola propulsora do desenvolvimento. Muitas empresas inclusive já estão se instalando por aqui.
            Em um prazo de 10 anos, analistas acreditam que as cidades da Região terão um outro perfil, com mais empregos e renda, deixando para trás o estigma de Ramal da Fome, como o Sudoeste Paulista foi conhecido durante muitos anos.
            Mais importante do que o desenvolvimento econômico, entretanto, é a qualidade de vida da população, que merece usufruir de serviços públicos que funcionem a contento, incluindo aqui transporte, saúde, educação, segurança, energia e saneamento básico. Não se pode permitir que a falta de planejamento transforme o progresso em algo desagradável, com a piora da qualidade de vida.
            Itapetininga, assim como cidades vizinhas, ainda possui uma boa qualidade vida e isto pode e deve ser preservado. Afinal, são mais de 240 anos de história, com passagens que colocaram o nome da cidade no cenário nacional. E um passado glorioso deve ser preservado para garantir um futuro brilhante.
 
Texto: Marco Antonio
Foto: Mike Adas

terça-feira, 29 de outubro de 2013

Seminário dá dicas para montar setor comercial


Evento é voltado para profissionais da área de vendas
 
            Fornecer informações e subsídios para que empresas e profissionais autônomos da área de vendas melhorem sua eficiência, criem rotinas e ações que potencializem sua área comercial, melhorando seu desempenho e alcançando e superando metas. Este ´o objetivo do seminário Como Construir um Departamento Comercial, que acontece logo mais, a partir das 18h30 desta terça, no Hotel Del Fiol, em Tatuí.
            O seminário será ministrado pelo consultor Marcelo Alciati (foto), profissional com experiência na área, inclusive tendo atuado junto ao Sebrae. Segundo o consultor, o evento é voltado “não apenas a vendedores de balcão, mas a externos, clientes internos e todas as pessoas que exerçam atividades relacionadas com vendas”.
            O evento tem como objetivo apresentar aos participantes informações que os auxiliem na estruturação de “uma área comercial forte e que produza resultados”, observou Marcelo Alciati, ressaltando que durante o seminário serão abordados vários itens como:  estruturação do Departamento Comercial, missão da empresa, público-alvo, perfil e rotina do vendedor, canais de venda, prospecção e monitoramento, entre outros.
            O seminário é realizado pela DZF Educação Empresarial e recebe apoio da ACE, do jornal O Progresso e da Agência FG Marketing Digital.

terça-feira, 8 de outubro de 2013

Saiba a maneira correta de levar as crianças no carro

Transportar crianças de maneira incorreta pode resultar em multa e apreensão do veículo
 
            Desde 2010, a falta de cadeirinha adequada para o transporte de crianças em veículos é considerada infração gravíssima pelo Código Brasileiro de Trânsito Brasileiro e pode resultar em multa de mais de R$ 190 reais, além da perda de sete pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH).
            Mas levar as crianças em segurança nos veículos vai além da já conhecida cadeirinha. Detalhes como descer sempre do lado da calçada – de preferência, com a ajuda de um adulto – a maneira correta de posicionar a cadeirinha no interior e até o tipo de segurança mais adequado pode fazer a diferença entre salvar ou perder uma vida. Veja agora algumas dicas da Polícia Rodoviária de São Paulo.
 
Bebês 
Existem cadeirinhas especialmente desenvolvidas para os recém-nascidos, as chamadas “conchinhas”, com anatomia especial para que o corpo do bebê não sofra o impacto de freadas ou mesmo de turbulências ocasionadas pelos buracos do asfalto. Quanto à frágil ossatura e musculatura do pescoço, essas cadeiras estão equipadas com um acessório que firma o pescoço do bebê, neutralizando o efeito dos trancos.
As cadeirinhas devem ser sempre colocadas no banco traseiro, de costas para o painel do carro e devem ser presas pelo cinto de segurança de três pontos do banco do automóvel. O bebê deve ser acomodado na cadeira, confortavelmente e o cinto de segurança da cadeira deve ser acionado sem que o bebê esteja envolto nas mantas ou cobertores, que podem ser colocados depois. A mãe deve também ficar sentada no banco detrás para observar qualquer movimento do seu filho e se necessário, acudi-lo.
É importante lembrar que a cadeirinha deve ser fixada de preferência no meio do banco traseiro, caso haja cinto de segurança de três pontos nesta posição.
Os bebês nunca devem ser transportados no colo, pois no caso de uma colisão o risco de lesões é maior. No caso de uma pequena colisão o bebê servirá de amortecedor para a mãe e num acidente mais grave, em que a mãe possa desmaiar, a primeira coisa que ela perderá antes dos sentidos é o próprio filho, pois a reação nesses casos é soltar tudo o que se tem na mão.
 
Crianças maiores
           
Crianças com idade inferior a 10 anos devem ser transportadas exclusivamente no banco traseiro do carro, que geralmente é o lugar mais seguro e mais longe do perigo, já que as colisões frontais são as mais comuns e as mais sérias. As cadeirinhas devem ficar viradas para a parte traseira do veículo até quando o bebê pesar pelo menos 9 quilos e tiver um ano de idade. Os bebês ficam mais seguros se transportados virados para trás, porque a parte traseira do assento de segurança suportará melhor as costas, o pescoço e a cabeça da criança, no caso de uma colisão.
Nunca transportar a criança no colo utilizando o mesmo cinto de segurança do adulto, ou transportar duas crianças utilizando o mesmo cinto. Os assentos de segurança ficam pequenos para crianças com cerca de 4 anos (aproximadamente 18 quilos) quando a nuca ultrapassar o encosto da cadeira. Mas elas podem ser muito pequenas para utilizarem os cintos de segurança do automóvel, o que não será seguro. Um assento auxiliar (Booster), especialmente construído para se ajustar ao banco, deverá ser utilizado, pois eles proporcionam proteção à criança permitindo que o cinto de segurança de três pontos do automóvel fique corretamente colocado. Nunca utilize almofadas para a criança sentar-se, pois numa desaceleração brusca a almofada escorrega e o corpo da criança abaixa, havendo a possibilidade do cinto passar pelo pescoço e ocorrer estrangulamento. É fundamental usar o tipo certo de assento auxiliar. Os assentos sem anteparo podem ser utilizados apenas com o cinto de três pontos, já o assento auxiliar com anteparo deverá ser utilizado se o veículo tiver apenas cintos pélvicos no banco traseiro.
Cadeiras adequadas oferecem segurança
As crianças que já não cabem nos assentos de segurança estão bem mais protegidas pelos cintos de três pontos do que pelos cintos pélvicos. Esse tipo de cinto, no momento da colisão faz com que o tronco seja jogado violentamente para frente, podendo provocar lesões graves em órgãos como o baço ou fígado, hematoma abdominal e lesões graves na coluna vertebral, caracterizando a Síndrome do Cinto de Segurança. Ocorre em até 18% dos acidentes, em colisões frontais ou laterais, quando a criança está no banco traseiro com cinto abdominal ou no colo da mãe no banco da frente. É a maior causa de traumatismo na coluna vertebral em crianças.
 
Banco dianteiro
            Segundo o artigo 64 do CTB, o transporte de crianças com idade inferior a 10 anos deve ser realizado nos bancos traseiros do veículo. Uma resolução do Contran (Conselho Nacional de Trânsito) baixada em 1998, permite que o transporte seja feito nos bancos dianteiros, em duas situações: a) quando o veículo for dotado exclusivamente de banco dianteiro; b) quando o número de crianças menores de dez anos exceder a capacidade de lotação do banco traseiro, a de MAIOR ESTATURA poderá ser conduzida no banco dianteiro.
 
LEMBRETES
1 - A criança deve entrar ou sair do carro sempre pelo lado da calçada. Para maior segurança, você mesmo deve descer e abrir a porta para a criança entrar ou sair.
2 - O compartimento de bagagem é um local perigoso para levar as crianças. Além do risco da inalação de gás carbônico do escapamento, esse compartimento é projetado visando absorver choques em caso de impacto. Por isso, deforma-se facilmente em caso de choque por trás, não oferecendo proteção nenhuma a quem estiver lá.
3 - Os vidros traseiros devem estar abaixados (travados) apenas o suficiente para permitir a ventilação. Não permita nunca que as crianças ponham as mãos, braços ou a cabeça para fora.
4 - Ao ficar um tempo mais longo no carro, as crianças tendem a ficar irritadas e impacientes. Invente jogos ou cante com as crianças para distraí-las. Brinquedos também ajudam desde que não ofereçam perigo (devido ao movimento do carro).
5 - Algumas crianças sofrem facilmente de enjoo, especialmente em caminhos que tem muitas curvas, portanto evite alimentos de digestão difícil antes de sair.
6 - Tenha sempre biscoitos, frutas, água e sucos para oferecer às crianças, quando viajar. Use sempre embalagens plásticas, evitando vidros e metais.
7 - Nunca dirija com uma criança no colo. É um risco inconcebível.
8 - Se estiver com crianças no carro, redobre a atenção ao ser fechada a porta. Muitas vezes as crianças deixam os pés e as mãos do lado de fora, sofrendo acidentes.

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Preservar o patrimônio é preservar a história da cidade e da sociedade


Falta de políticas públicas adequadas compromete trabalho de preservação

 
A escola Peixoto é um dos mais
conhecidos prédios históricos de Itapetininga
          Um povo sem história é um povo sem memória. Preservar valores, tradições e a cultura contribui para que um povo defina sua identidade, conheça suas raízes, entenda o presente e se prepare para o futuro. Afinal, como saber para onde caminhamos se não fazemos ideia de como chegamos aqui?
            Preservar e manter o patrimônio histórico de uma cidade seja ele material (prédios históricos, por exemplo) ou imaterial (danças típicas e gastronomia) contribui para manter a memória e a identidade da sociedade local.
            Mas o trabalho não é fácil, além da força do progresso, que muitas fez passa – literalmente – por cima da história, reduzindo prédios históricos a pó, a falta de políticas públicas voltadas à preservação do patrimônio e até o desinteresse de alguns proprietários representam um risco à preservação arquitetônica de muitos municípios.
 
Itapetininga
            Para o professor Mário Celso Rabelo Orsi Júnior, primeiro presidente do COMDEPAC (Conselho Municipal de Defesa do Patrimônio Histórico Artístico, Arquitetônico, Literário e Paisagístico de Itapetininga), “a preservação do patrimônio histórico, arquitetônico, artístico e cultural do município representa a guarda de toda a vivência histórica da cidade e dos seus cidadãos, representados por um elemento que agrega todos que vivenciaram ou virão a vivenciar a experiência de sociedade no município. A preservação do patrimônio cultural de uma cidade é o resgate da sociedade em sua constante transformação, seja ela qual for”.
            Orsi ressalta, contudo, que “em Itapetininga, como em muitas cidades do Brasil, a preservação do patrimônio cultural é um tabu que envolve entre outras coisas: a conscientização do que vem a ser patrimônio, e como este patrimônio deva ser preservado, como também, a quem cabe a guarda da politica de preservação. O poder público pouco ou nada tem a oferecer, o cidadão teme pela perda do bem a ser preservado e o patrimônio perde-se por politicas e ações às vezes inviabilizantes”.
Casa da família Antunes Alves
            No caso de Itapetininga, a primeira ação concreta do Conselho Municipal de Defesa do Patrimônio foi o levantamento histórico e arquitetônico do antigo centro cultural Brasílio Ayres de Aguirre, segundo Mário Orsi Júnior. Durante muitos anos, o local abrigou a Prefeitura e a Câmara de Vereadores do município. “A finalidade era que a partir desse trabalho fosse possível efetuar o tombamento arquitetônico do edifício, para que o mesmo viesse a passar pelas adaptações necessárias no sentido de garantir a sua preservação. Os dados históricos e arquitetônicos foram levantados, foi apresentado um projeto de recuperação primaria da construção, que foi colocado em pratica, porém com a mudança da administração pública o projeto foi paralisado e o processo de tombamento foi colocado em segundo plano”, contou o professor.
 
Preservação do centro histórico
            “Outra ação de importância proposta pelo COMDEPAC foi estabelecer a limitação especial de uma área central a ser preservada, chamada de centro preservado, onde toda e qualquer ação a favor ou contra o patrimônio deveria ser apresentada ao colegiado do COMDEPAC para discussão e quais as ações a serem tomadas. Neste sentido tivemos êxito parcial, uma vez que alguns poucos proprietários, se dispuseram a montar o projeto especifico para informar o que seria realizado no imóvel e de que forma isto ocorreria. O terceiro passo era o de implantar juntamente com o setor público ações que viessem a permitir ao proprietário de um bem tombado privilégios (isenção de determinados impostos, ou até mesmo a garantia pública de incentivo e restauro em forma de ajuda técnica, neste caso especifico de bem arquitetonico). Toda esta discussão passa antes de qualquer coisa pelo setor público, seja o executivo e legislativo municipal. E ai é que finca o problema, o setor público acha de deve influenciar na escolha e ação, quando não intervém, impedindo ou julgando as ações e por vezes atuando no sentido de não dar valor às ações propostas pelo conselho patrimonial de preservação. Ao invés de ter um setor público como apoio, você passa a enfrentar interesses de terceiros que utilizam do setor público para se beneficiar e que não visam a preservação patrimonial”, declara Mário Orsi Júnior.
 
Patrimônio ameaçado
Pessoas observam os escombros do casarão
da família Antunes Alves, demolido em 2010
            Para o professor, “se persistir a ingerência do setor público de forma a driblar as ações do conselho de preservação do patrimônio, ou se o setor público não garantir ações responsáveis e de conscientização junto a população, sinceramente nada poderá ser preservado, ou ainda pior, o pouco que existe de interesse particular poderá ser seriamente ameaçado”.
            Ele avalia que a população precisa se conscientizar da importância do assunto. “A tomada de consciência é fundamental, porém como podemos levantar esta questão: se muito do patrimônio já foi solapado ou foi desvirtuado do processo histórico em que este deveria estar inserido? Campanhas de conscientização somente dão resultados se estas tiverem continuidade. Cito alguns exemplos aqui em Itapetininga, em que participei ativamente. Por exemplo, o núcleo arquitetônico das escolas “Peixoto Gomide” “Adherbal de Paula Ferreira” e “Fernando Prestes de Albuquerque”, estas são tombadas pelo governo estadual, foi efetuado campanha de conscientização, efetuou-se a reforma e restauro dos bens arquitetônicos, porém não ocorreu a continuidade da conscientização dos usuários (os estudantes). Qual a surpresa? O descaso público e a destruição do patrimônio hoje são visíveis. Outro exemplo latente é o IHGGI (Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Itapetininga), este possui membros ativos, porém não há suporte técnico ou financeiro a fim de garantir ações que possam ampliar ou disponibilizar o acesso dos bens guardados por estas instituições ao cidadão. Esperar do poder público uma ação é impraticável ou até mesmo arriscado. Ai fica a pergunta, a quem recorrer? Somente ao cidadão. Como? Ai sim o setor público municipal pode colaborar, gerando condições para que pessoas e instituições possam colaborar em troca de benefícios, o que digo é a criação de um modelo de Lei Rouanet municipal. Como fazer isto? Cabe o setor público ter boa vontade e responsabilidade moral para abraçar uma proposta séria que venha a garantir uma politica ativa de preservação do patrimônio. Pronto! Chegamos ao âmago do processo de preservação. Pois sem incentivo a quem colabora ou a quem venha a preservar não há como garantir a existência de um patrimônio histórico a ser preservado”. Leia matéria completa na edição deste mês da revista Hadar (www.revistahadar.com.br).
Texto: Marco Antônio
Fotos: Tati Theodoro/Mike Adas/Marconews